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Bruno Medina fala sobre os shows do Los Hermanos e descarta uma volta mais definitiva

Tecladista explica que a agenda dos integrantes não permitiria a gravação de mais um disco no ano que vem

Paulo Terron Publicado em 02/12/2011, às 17h37 - Atualizado às 17h45

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Los Hermanos - Divulgação
Los Hermanos - Divulgação

Para não deixar os 15 anos de banda passar em branco, o Los Hermanos chegou a uma solução simples e eficiente: uma série de dez shows (que pode aumentar) em diversas partes do país. Mas, segundo o tecladista Bruno Medina, não se trata de um exercício de nostalgia. “O maior legado desse período, na minha opinião, é perceber que tem gente com 16, 17 anos que está descobrindo nossas músicas agora, ansiosos para assistir ao primeiro show da banda”, ele explica.

Na foto, da esquerda para a direita: Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba e Bruno Medina

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o músico falou sobre essas apresentações, os 10 anos do álbum Bloco do Eu Sozinho, a importância do festival Abril Pro Rock na história da banda e a possibilidade de uma volta mais definitiva.

Você já explicou muito bem, no seu blog, o propósito desses shows do Los Hermanos. Ao mesmo tempo, vocês sempre fazem questão de deixar claro que é um encontro espontâneo. Assim sendo, esses shows são um “pacote fechado”? Vocês não vêem a possibilidade de prolongar essa reunião, seja pra mais shows ou mesmo composição/gravação?

Ao longo deste período em que não estivemos na "ativa", as oportunidades de show foram surgindo a partir da manifestação de um desejo nosso de estar juntos, que normalmente começa com uma troca casual de e-mails. A partir dessa conversa informal, nossa equipe avalia o que é possível agendar para o período determinado e os shows são marcados com nosso consentimento. Esse não é um processo estruturado, ou seja, cada um desses encontros aconteceu sem que houvesse um combinado para uma próxima vez. É assim que tem sido, sem alimentar grandes expectativas. Respondendo à pergunta, claro que é totalmente possível que a lista dos shows divulgados aumente, a depender do que estiver ao alcance entre abril e maio do ano que vem, o período em que todas as agendas estarão em função da banda. Quanto à gravação de um disco, acho bem menos provável, até porque não é algo que se faça sem dedicação exclusiva, e isso, no momento, para nós seria impossível.

Neste ano completaram-se 10 anos do Bloco do Eu Sozinho, disco icônico da banda. Isso influencia no repertório dos shows? Vocês nem consideraram fazer algo para marcar essa ocasião, como uma apresentação temática ou um relançamento especial?

Não vejo como os 10 anos do Bloco influenciariam em especial essa turnê. O que quero dizer é que se trata de nosso disco mais importante, suponho, e suas músicas sempre estiveram muito presentes nos repertórios de todos os shows que fizemos desde que o lançamos. O [baterista Rodrigo] Barba está envolvido num projeto em que se junta a outros músicos, alguns deles amigos nossos, para tocar o disco na íntegra e na sequência original. Os shows têm enchido e são muito divertidos, portanto me parece que já funcionam como uma bela celebração à data.

O Abril Pro Rock – festival no qual vocês devem tocar no dia 20 de abril de 2012 – é um evento que marcou a história do Los Hermanos. Como você se sente voltando a ele?

Me sinto muito feliz. Temos uma relação especial com o público de Recife, e isso se só se deu a partir daquela fatídica apresentação de 1999 [um ponto tido como a “explosão” do Los Hermanos]. Tenho lembranças muito vívidas de todas as vezes que tocamos no festival, sobretudo da primeira, em especial pela minha decepção ao descobrir que o local era coberto (na minha imaginação era ao ar livre). O Marcelo [Camelo, guitarrista e vocalista] e o Alex (nosso produtor desde sempre) falavam do Abril Pro Rock na faculdade de uma forma quase mística, porque era o palco mais significativo para bandas do underground durante a década de 90, tanto que a notícia da primeira escalação do [organizador] Paulo André foi comemorada como se estivéssemos ganhando na loteria.

O quão presente é o Los Hermanos no seu dia-a-dia? Você sente saudades, com frequência, da banda?

Muito presente. Talvez não tenha um único dia que não ouça ou diga o nome da banda. São muitas as histórias colecionadas ao longo desses 15 anos, e volta e meia tenho que contar uma para alguém. Tenho saudades das situações e dos personagens, mas não sei se tudo aquilo seria possível hoje, não ao menos da mesma forma que costumava ser. O maior legado desse período, na minha opinião, é perceber que tem gente com 16, 17 anos que está descobrindo nossas músicas agora, ansiosos para assistir ao primeiro show da banda. Fora isso, meu filho mais velho pede muito para assistir a "banda do papai" no YouTube, e ficamos lá, vendo clipes, trechos de shows até eu não aguentar mais e botar o desenho dos "Três Porquinhos".