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“Eu precisava tomar remédio para sair de casa”, diz Ladyhawke

Em novo disco, Anxiety, neozelandesa expõe seus medos de forma mais roqueira; ela toca em São Paulo no dia 28

Pedro Antunes Publicado em 24/09/2012, às 12h28 - Atualizado às 16h28

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Ladyhawke - Site oficial
Ladyhawke - Site oficial

Phillipa Brown estava prestes a cair no mundo, mas, aos 29 anos, a neozelandesa tinha medo. Sair de casa era difícil; enfrentar o vasto universo do showbusiness, então, mais ainda. “Eu precisava tomar remédio para sair de casa”, relembra a cantora e compositora à Rolling Stone Brasil. O codinome Ladyhawke, retirado de um filme que no Brasil ganhou o nome traduzido O Feitiço de Áquila, funcionou como vestir fantasia, uma personagem capaz de qualquer coisa.

Diagnosticada como portadora da Síndrome de Asperger, ela vivia com sérios problemas de ansiedade e dificuldade em lidar com pessoas e o mundo a sua volta. “Ainda me cuido bastante, hoje consigo me controlar”, explica Pippa, como ela também é chamada. O papo acontece enquanto a cantora dá um tempo na passagem de som para um show em Montreal, no Canadá.

Em 2008, ela lançou o elogiado álbum Ladyhawke, uma coleção de canções com vertentes entre o indie e a eletrônica, personificada na pele de uma loirinha de aspecto frágil e belos olhos claros, cabelos despenteados e camisa de flanela xadrez. Impulsionada pelos singles “My Delirium” e “Paris is Burning”, a moça conseguiu uma indicação ao prêmio NME Awards como melhor artista solo, no ano seguinte.

“Foram dois anos fazendo turnês constantes. Terminamos em 2010. Estava cansada, queria ver a minha família”, relembra. Seu segundo álbum, Anxiety, só veio em maio deste ano. “Eu precisei fazer uma pausa.” A ideia da cantora era afastar todo o hype que a perseguia para retornar diferente. “Eu não queria me repetir. As pessoas queriam que eu tivesse pressa, mas seria pior.”

Em uma grande ironia, Anxiety (“ansiedade”, em português) teve tempo de ser maturado com calma dentro das propostas de Pippa, um disco mais rocker, com ênfase nas guitarras – ainda que os sintetizadores estejam lá em todas as músicas. “As pessoas queriam outro ‘Paris is Burning’”, afirma ela.

Ainda assim, o tempo ajudou a cantora a se sentir mais segura de si. A ponto de incorporar versos extremamente pessoais, como na faixa que dá nome ao álbum: “I take a pill to help me through the day/ I stay inside until I feel okay” (“eu tomo uma pílula para aguentar o dia / eu fico dentro [de casa] até me sentir bem”). “Eu lembro quando escrevi isso. Achei que era tão pessoal. Eu não vejo problema em falar sobre isso”, explica.

A cantora agora se prepara para vir para o Brasil pela primeira vez, com um disco carregado do espírito rock and roll e letras mais agressivas. “Tenho certeza que aí deve ser mais quente que a Nova Zelândia”, diz. Na próxima sexta, 28, ela se apresenta na festa Aniversário de Mr. Jack, em São Paulo. Os suecos do I’m From Barcelona tocarão no mesmo dia. “Vou tocar umas 18 músicas, dos dois álbuns, e talvez uma cover, mas quero fazer surpresa”, completa, animada, ao fim da entrevista. Pippa precisa ir, tem outros compromissos e é hora de voltar à pele de Ladyhawke e tomar Montreal de assalto, como ela promete fazer em São Paulo.

Aniversário de Mr. Jack com I´m from Barcelona e Ladyhawke

Dia 28 de setembro, às 22h

Cine Metrópole – Avenida São Luís, 187 – Centro

Preços: R$ 140 (primeiro lote) a R$ 350 (com camarote com open bar)