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Anthony Kiedis fala sobre a introdução ao Hall da Fama do Rock

“Meu pai chorou quando contei a ele”, revela o vocalista do Red Hot Chili Peppers

Andy Greene Publicado em 29/12/2011, às 11h07 - Atualizado às 11h38

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Anthony Kiedis
Anthony Kiedis

O Red Hot Chili Peppers não alcançou sucesso de verdade no mainstream até o lançamento de Blood Sugar Sex Magik, em 1991, mas quando chegaram lá, já estavam juntos havia quase uma década. Durante a década de 80, o grupo californiano uniu funk e hip-hop, punk e psicodelia em discos clássicos como Freaky Styley e The Uplift Mofo Party Plan, mas a morte do guitarrista Hillel Slovak, em junho de 1988, quase destruiu a banda. Em vez disso, eles seguiram corajosamente em frente com o guitarrista John Frusciante e em 1991 conseguiram muito sucesso com "Under The Bridge" e "Give It Away". O Chili Peppers se manteve como um dos maiores grupos de rock do mundo nas duas últimas décadas. A Rolling Stone EUA conversou com o frontman Anthony Kiedis logo após ele ter ficado sabendo que a banda estava entrando para o Hall da Fama do Rock and Roll.

Conte qual foi a sua primeira reação ao saber que tinha entrado para o Hall da Fama.

Eu liguei para o meu pai. Eu disse a ele que ele não poderia dizer nada porque não tinha sido anunciado publicamente ainda. Eu sei que meu pai é ligadão na internet e é conhecido por se um Wikileaker. Eu disse: "Pai, nós temos o mesmo sangue. Vou te contar uma coisa e você não pode falar para ninguém". Eu acho que essa é uma coisa que você quer compartilhar com aqueles que são mais próximos a você, como seus familiares e amigos de longa data. Meu pai chorou.

Você ficou emocionado?

A parte mais emocionante para mim foi pensar em Hillel Slovak. Foi aí que a coisa pegou. Me senti muito bem com tudo, mas também tive uma forte sensação de que nosso trabalho está apenas começando. Agora temos o Josh na banda, temos a oportunidade de fazer ótimos álbuns nos próximos anos. Mas é que tem algo especial em voltar ao passado e pensar em algo que começamos em uma sala de casa com Hillel Slovak. Por ele não estar mais com a gente, parece emocionante e bonito. Na verdade, é a introdução dele que me deixa mais empolgado. Ele era uma pessoa linda que pegou uma guitarra na década de 70 e não chegou na de 80, e ele está sendo honrado por essa beleza.

Você se sente estranho de ser introduzido enquanto a banda ainda está tão ativa? Algumas bandas se preocupam que esse tipo de coisa dá a impressão de que elas chegaram ao fim.

Não estranho, não. Eu sei como serão os próximos anos para a nossa banda e estou bem animado de poder tocar com esses caras. Sinto que nosso poço de criatividade está transbordando. Eu não acho que vá nos estigmatizar. Nada tem o poder de diminuir o amor que temos pelo que estamos fazendo neste momento. É só um interlúdio interessante ser aceito no Hall da Fama enquanto ainda estamos levando nossa carreira adiante de forma tão vibrante.

Uma das coisas bacanas disso é que todos os integrantes antigos votam. Então, sei lá, Paul McCartney teve a chance de votar em vocês.

Eu tenho um sorrisão no rosto enquanto você diz isso.

E você ficará na parede, em Cleveland, perto de Elvis Presley.

Quando era criança, eu era anti-Elvis. Eu simplesmente não entendia. Assim que parei de julgar tanto eu descobri a grande maravilha de Elvis e de tudo que ele fez. Eu era um egocentricozinho no começo da década de 80 e tudo que eu queria fazer era tirar todo mundo. Eu me lembro de ir para Graceland quando era criança e falar merda enquanto estava lá. Se eu fosse lá hoje em dia, pensaria em todas as coisas incríveis que ele fez e que grande músico ele foi.

Você acha que John Frusciante irá para a cerimônia?

Ummm... Uau. Seria um chute da minha parte dizer se ele iria ou não. Não consigo imaginá-lo indo, mas é aquele tipo de coisa que “nunca se sabe”. Eu não falo com ele faz um bom tempo. Nem sei por onde ele anda ultimamente. É claro que ele seria mais do que bem-vindo e recebido se for. Se não for, tudo bem, também.

Estou chutando que eles vão chamar também o antigo baterista de vocês, Cliff Martinez, mas não sei se vão mesmo.

Eu imaginaria que ele vá querer ir. Tanto ele quanto Jack Irons devem querer ir.

Mais alguma coisa a dizer sobre essa coisa toda?

Isso realmente enche meu coração com a realidade do quanto amamos fazer o que fazemos e quanto Flea e eu nos amamos. Nós permanecemos juntos nas partes fáceis e difíceis e queremos seguir em frente, continuar fazendo o que estamos fazendo. Eu tenho uma sensação enorme de irmandade, porque nós realmente conquistamos isso juntos. Como eu disse, estou feliz por Hillel. Tenho uma grande sensação de realização com Chad e Flea, então fico ainda mais empolgado com a experiência que temos tido toda noite ao tocar com o Josh.