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Cinquenta Tons de Cinza terá exemplares queimados em protesto

Grupo feminino que luta contra a violência doméstica acredita que os livros são um “manual de tortura sexual”

Redação Publicado em 27/08/2012, às 13h53 - Atualizado em 28/08/2012, às 00h40

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E.L. James - AP
E.L. James - AP

Cinquenta Tons de Cinza continua em sua jornada de conquistar igualmente fãs e inimigos pelo mundo. O grupo de auxílio às mulheres Wearside Women in Need, que ajuda vítimas de violência doméstica, pretende fazer uma queima de exemplares do livro da escritora britânica E.L. James (foto), de acordo com o jornal The Guardian. Clare Philipson, diretora da instituição, está organizando a fogueira e afirma que o livro é um “um manual de instrução para o indivíduo abusivo torturar sexualmente uma mulher jovem e vulnerável”. Ela propõe que as cópias sejam destruídas no dia 5 de novembro, perto da sede da organização, em Washington.

Crítica: ainda que seja literatura barata, Cinquenta Tons de Cinza estimula o mercado a olhar para a pornografia voltada à mulher.

Clare declara que estava esperando “algum ícone feminista acabar com essa porcaria misógina, mas ninguém o fez”, portanto, resolveu agir. Os livros de E.L. James contam a história de um relacionamento de submissão/domínio entre uma estudante e um bilionário. A primeira parte da trilogia se tornou este mês o livro mais vendido da história do Reino Unido.

"Haverá toda uma geração de jovens mulheres ouvindo mulheres a sua volta dizendo ‘que ótimo livro’, meninas de 13 ou 14 anos lendo e pensando ‘isso é legal’”, disse Clare. Ela vê as coisas de outra forma: “trata-se de alguém que pratica violência doméstica, que vai atrás de alguém com menos poder, sem experiência e não muito confiante nessa área da vida e a manipula. Então ele faz essas coisas sexuais horrorosas com ela… Ele gradualmente amplia os limites dela, normalizando a violência contra ela. É toda essa mitologia de que mulheres querem ser machucadas.”