Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Nara Leão completaria 70 anos nesta quinta, 19

Ocasião é marcada pelo lançamento do site oficial da cantora, com a obra completa em streaming de uma das vozes mais doces da MPB

Redação Publicado em 19/01/2012, às 00h11 - Atualizado às 11h56

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Nara Leão completaria 70 anos nesta quinta, 19. - Reprodução/Site oficial
Nara Leão completaria 70 anos nesta quinta, 19. - Reprodução/Site oficial

Se estivesse viva, Nara Leão (1942-1989), um dos maiores talentos da MPB, faria 70 anos nesta quinta, 19. O ano em que a cantora se tornaria uma septuagenária está sendo marcado pelo lançamento de um site com toda a biografia e a obra de Nara completa em streaming. A página foi coordenada pela filha mais velha dela, a cineasta Isabel Diegues.

Clique aqui para ver a galeria de fotos com Nara Leão em diversos momentos da carreira.

Nara Lofego Leão Diegues nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 19 de janeiro de 1942, filha de um advogado e um professor e irmã da jornalista Danuza Leão. Quando tinha um ano, a família se mudou para o Rio de Janeiro.

Ao longo da carreira, ela lançou mais de 20 discos e interpretou algumas das maiores canções da música brasileira (veja algumas nos vídeos no pé da página).

Deu voz a compositores como Tom Jobim, Newton Mendonça, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Carlos Lyra, Johnny Alf e Baden Powell. Trabalhou, ainda, como atriz, e apadrinhou outros músicos, como Fagner.

Nara começou na música aos 12 anos, quando ganhou do pai o primeiro violão. Na época, já era colega de escola de Roberto Menescal, com quem trocava dicas a respeito de artistas do jazz norte-americano. Dois anos mais tarde, passou a estudar na Academia de Violão de Menescal e Carlos Lyra, onde mais tarde seria professora. No ano seguinte, começaram a acontecer no apartamento de Nara, no Rio, as famosas reuniões dos músicos da bossa nova.

Em 13 de novembro de 1959, ela estreou como cantora participando do show Segundo Comando da Operação Bossa Nova, no qual interpretou “Se É Tarde Me Perdoa” e “Fim de Noite”.

No início da década de 60, a carreira começou a engatar – não só a de cantora, como a de artista plástica. Nara se destacou no campo das xilogravuras, mas seguiu fazendo alguns shows e se dedicando à bossa. Mas foi só em 63 que fez sua primeira apresentação como profissional, acompanhada de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, no espetáculo Pobre Menina Rica, de autoria deles. No mesmo ano, também começou a gravar seu primeiro disco, Nara, lançado em 64, quando se estabeleceu de vez como uma das grandes vozes do país. Àquela altura, seu nome era associado a polêmicas declarações políticas a favor dos movimentos de esquerda. Chegou a se envolver intensamente na luta contra a ditadura.

Ainda em 1964, anunciou o rompimento com a bossa nova, o que também foi controverso à época. Nara ainda se envolveria em outros movimentos musicais, criticando a iniciativa de defensores da MPB de se revoltarem contra a guitarra elétrica (que chegou a gerar uma passeata, da qual participou Elis Regina) e o sucesso da Jovem Guarda.

Logo depois lançou Opinião, seu segundo disco, que mais tarde se tornou inspiração para o musical de mesmo nome, no qual ela própria atuou. Ainda na década de 60, trabalhou como apresentadora, ao lado de Chico Buarque, no programa Pra Ver a Banda Passar, da Record.

Em 66, começou a namorar o cineasta Cacá Diegues, que se tornaria seu marido e o pai de seus dois filhos, a já citada Isabel e o produtor Francisco Diegues.

Ao final da década, se envolveu com os tropicalistas, tendo inclusive participado do disco coletivo Tropicalia ou Panis et Circenses. No final de 69, ela e Cacá se juntaram ao time de artistas que deixaram o Brasil, sob o domínio da ditadura, e foram morar na Europa. Vivendo em Paris, deu continuidade à carreira.

De volta ao Brasil, Nara terminou o segundo grau em 1973, já que se afastou dos bancos escolares nos anos 50 para se dedicar à carreira artística. Em seguida, ingressou no curso de psicologia da PUC do Rio. A década ainda renderia o divórcio de Cacá, o prêmio de melhor cantora da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo e a descoberta de que estava doente, o que fez com que se afastasse dos shows na primeira parte dos anos 80.

Em 85, já excursionando, recebeu convites para shows em Portugal, Paris e no Japão – apresentações nas quais estava acompanhada por Roberto Menescal e a Camerata Carioca (veja o vídeo de um desses shows abaixo). De volta ao Brasil, continuou as performances ao lado de Menescal, mas seu estado de saúde estava se agravando. Nara tinha um tumor inoperável no cérebro.

Em 1989, lançou seu último álbum, elaborado ao lado do parceiro Nelson Motta. My Foolish Heart trazia versões de músicas norte-americanas. Pouco depois de fazer o disco, em 7 de junho, Nara Leão morreu na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.

Para mais informações sobre a carreira da cantora, ver fotos e ouvir a íntegra de sua obra, acesse o recém-lançado naraleao.com.br.

Elis Regina

O dia 19 de janeiro ainda guarda uma efeméride triste. Outra grande voz da música brasileira, Elis Regina (considerada rival de Nara Leão) morreu nesta data. Em 2012, a morte dela completa 30 anos. Clique aqui para conferir um especial sobre a cantora: as memórias dos filhos, os detalhes da biografia e informações sobre as músicas inéditas que serão lançadas este ano..