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Rolling Stones estão próximos de uma decisão sobre reunião da banda

“Qualquer coisa é possível”, disse Mick Jagger sobre o aniversário de 50 anos do grupo, que ocorrerá em 2012 e pode contar com Bill Wyman e Mick Taylor

Patrick Doyle Publicado em 23/11/2011, às 16h24 - Atualizado às 16h37

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The Rolling Stones - AP
The Rolling Stones - AP

Mick Jagger e Keith Richards irão se encontrar em dezembro para decidir como os Rolling Stones irão celebrar o aniversário de 50 anos da banda em 2012, de acordo com uma fonte de uma grande organizadora de turnês. “Eu não vejo porque, nesse mundo, os Stones não podem fazer algum tipo de show ano que vem”, diz Richards. “Eu quase conto com isso. Não tem de ser toda aquela besteira de espetáculo novamente, mas precisamos dar um jeito nisso.”

“É bem incrível quando você pensa a respeito”, complementa Jagger. “Qualquer coisa é possível.”

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Uma fonte confiável conta à Rolling Stone EUA que a AEG Live, Live Nation e o promotor veterano dos Stones, Michael Cohl, já chegaram a um acordo sobre a turnê de aniversário da banda, que tem potencial para ser a maior de todos os tempos. “Seria um home run total", conta a fonte.

O mundo do rock está prestando atenção. “Os Stones são figuras icônicas na sociedade ocidental”, diz Sting. “Espero que eles parem de brigar. Gostaria de vê-los fazendo o que sabem fazer”. Joe Perry complementa: “Eu amaria vê-los tocando em arenas da maneira mais despojada possível, como fizeram na turnê de Exile on the Main St. - onde tinha aquela seção de metais e Ian Stewart tocando teclado. O quanto pudessem chegar perto disso seria ótimo.”

Após um encontro da banda em setembro no escritório dos Stones em Londres, Richards, o guitarrista Ronnie Wood e o baterista Charlie Watts combinaram de se reunir em novembro para tocar juntos, em Londres. “Eu sugeriria um bocado de blues no começo”, diz Richards. “É onde estão as raízes da banda. Vamos começar tocando alguma coisa do Jimmy Reed, alguma coisa do Muddy Waters e então as coisas irão desabrochar dali. Pode entendiar Mick até à morte – e essa é a ideia. Nós estamos apenas indo, e você começa do Dia Um. Você tem a bateria, um par de guitarras e começa a martelar.”

“Mick será bem-vindo”, frisa Richards. “Tenho certeza que ele irá aparecer.”

A autobiografia desagradável e repleta de fofocas de Richards, Life (2010), pintou impiedosamente um retrato negativo de Jagger e suas contribuições para os Stones – estreitando os laços da dupla. “Eu acho que há um processo de reparação esperando para acontecer”, diz Wood. “Eu acho que está acontecendo agora, no momento em que conversamos, mas tem de ser resolvido. Algo tem de ser resolvido ali. Eles têm de chegar a um acordo com base em um trabalho, que Charlie e eu ajudaremos a desenvolver. Deseje-me sorte.”

“Esse velho processo de reparação”, diz o saxofonista dos Stones, Bobby Keys, com uma risada. “Cara, isso é um processo constante. Mas na última vez que estive no palco com eles, não teve sangue derramado. Eles sempre parecem se virar”. O amigo de longa data Peter Wolf complementa: “Se olhar para a história das grandes colaborações, Gilbert e Sullivan nem sempre se deram bem o tempo todo. Mas, uma vez que escolhiam trabalhar, essa era geralmente a grande reparação.”

Richards diz estar disposto para outra turnê de estádios massiva como foi a Bigger Bang Tour de 2005, mas não tem certeza se Jagger quer fazer um compromisso tão longo. “Eu não sei disso”, diz Richards. “Não acho que Mick toparia. Gostamos de estar preparados para fazer isso, se a ideia começar a surgir. Eu até convidaria Bill Wyman e Mick Taylor de volta. Por que não? São 50 anos. Todo mundo merece uma festa.”

Jagger complementa: “Seria muito completo se tudo isso tivesse acontecido”. Taylor e Wyman têm trabalhado com os Stones recentemente: Taylor, que deixou a banda em 1974 para seguir carreira solo, contribuiu com novas partes de guitarra no box de Exile on the Main St. e Wyman, que deixou o grupo em 1992, toca baixo em uma cover de “Watching de River Flow”, de Bob Dylan, que a banda gravou para um álbum tributo ao antigo tecladista Ian Stewart. “Andei lendo sobre essas possibilidades na mídia, mas Keith não virou os lábios na minha direção ainda”, diz Wyman. “Vamos ver o que acontece nas próximas semanas, e então posso fazer uma decisão séria. Eu ainda tenho habilidade, e sei que meu amigo Charlie tem – então vamos ver o que acontece.”

Uma opção que fontes internas deixaram no ar teria a banda agendando shows em um só lugar, em grandes cidades. “Eu acho que a ideia de fazer múltiplos shows em certas cidades – Nova York, Los Angeles, talvez Chicago, talvez Atlanta – seria ótima”, diz o tecladista Chuck Leavell. Bobby Keys concorda: “No meu show dos sonhos dos Rolling Stones, eu gostaria de vê-lo um centralizado em um só lugar: deixe que as pessoas venham até nós em vez de nos fazer viajar. Essa sempre foi a coisa principal que me incomoda sobre cair na estrada. Não costumava mas, inferno, já estamos todos nos nossos sessentas anos e porra, é um saco.”

Para seu aniversário de 40 anos em 2002, a banda fez a turnê massiva Licks Tour, tocando em estádios, arenas e pequenos locais (às vezes todos na mesma cidade) e lançando uma retrospectiva da carreira com músicas novas. Mas dessa vez, não há sinal de novo material. “Não estou escrevendo para eles neste momento”, diz Richards, que esteve trabalhando em um projeto solo “remanescente dos primórdios da Chess Records”. “Estou fazendo minhas próprias coisas com [o produtor e baterista] Steve Jordan”, diz ele. “Não há sentido em compor para os Stones até eu saber que Mick Jagger está dentro. Ele poderia ter todas as músicas que eu já fiz. São todas para ele. Se ele não gostar delas – ou desmerecê-las – levo elas pra outro lugar” Wood complementa: “Eu acho que temos tanto catálogo antes que poderíamos sair sem material novo mas, novamente, um dos caras viria dizer: ‘Não, eu não sonharia em sair a não ser que tenhamos material novo’. Eu não ligo, realmente.”

A banda tocou junta pela última vez na Arena O2 de Londres em 2007, terminando a turnê de dois anos e R$1 bilhão, Bigger Bang. “Estávamos na crista da onda”, diz Wood. “Não queria que acabasse.” Desde então, os Stones andaram incomumente ocupados: Jagger lançou um álbum com o supergrupo de reggae-soul, SuperHeavy; Richards lançou o best-seller Life; Watts viajou com seu grupo de jazz de longa data; e Wood lançou um disco solo, exibiu pinturas e apresentou um programa de rádio britânico de rock clássico. Além disso, o grupo voltou ao estúdio para gravar novas partes para outtakes incluídos nas reedições de Exile on the Main St. e Some Girls.

Para Jagger, provavelmente o Stone menos nostálgico, o emergente aniversário o fez refletir sobre quão longe a banda chegou. “É um grupo muito diferente do que tocou há 50 anos atrás”, diz ele. “Quando penso a respeito, uma parte de mim diz: ‘estamos de brincadeira’, porque não é a mesma banda – ainda tem o mesmo nome, mas apenas Keith e eu somos as mesmas pessoas, eu acho. Eu tentei descobrir quando foi o primeiro show que Charlie estava [mas não pôde]. Mas é uma conquista incrível. É fantástico e estou muito orgulhoso disso.”