O dia que homem sem camisa invadiu apresentação de Bob Dylan no Grammy – e ficou eternizado como ‘Soy Bomb’ [FLASHBACK]

Há exatos 23 anos, o artista Michael Portney ficou famoso por fazer uma performance inusitada durante a 40ª edição do Grammy

Redação

Soy Bomb no meio da apresentação de Bob Dylan no Grammy (Foto: Reprodução/YouTube)
Soy Bomb no meio da apresentação de Bob Dylan no Grammy (Foto: Reprodução/YouTube)

Em 1998, Bob Dylan era um dos artistas com apresentação marcada na 40ª edição do Grammy, contudo, uma participação inesperada fez o show ficar marcado na história. Há exatos 23 anos, um homem sem camisa invadiu o palco no qual Dylan estava tocando – e a situação é considerada uma das mais estranhas da premiação.

No dia 25 de fevereiro de 1998, Dylan subiu ao palco do Grammy após ter vencido duas categorias: Melhor Disco de Folk Contemporâneo e Melhor Disco de Vocal Masculino. Mais tarde, na mesma noite, ele também conseguiria vencer na categoria Álbum do Ano – pelo disco Time Out Of Mind – e no prêmio Hall of Fame.

+++LEIA MAIS: Como Bob Dylan virou improvável ‘garoto propaganda’ da Victoria’s Secret nos anos 2000 [FLASHBACK]

Apesar de tantas categorias vencidas, um dos principais momentos foi a apresentação de Dylan e banda com a música “Love Sick”. No entanto, o músico certamente não foi o foco principal.


Invasão icônica

No show de Bob Dylan, a premiação organizou uma segunda plateia ao redor do palco. Cada pessoa que cercava o músico e a banda ganhava um cachê de US$200 para dançar e mostrar a apreciação pela apresentação.

+++LEIA MAIS: George Harrison e Bob Dylan tocaram ‘Just Like a Woman’ juntos em um show beneficente em 1971; assista

Contudo, isso não foi suficiente para Michael Portnoy. O artista deixou a plateia, abrindo mão dos US$200, para se posicionar ao lado de Dylan, tirar a camiseta e dançar freneticamente – tudo com os dizeres “SOY BOMB” (“Bomba de soja”, em português) escritos no corpo.

A invasão abrupta pareceu deixar Dylan sem graça, mas ele manteve a plenitude enquanto o artista fazia grandes movimentos em uma espécie de performance abstrata. Naquele momento, nasceu o “Homem Soy Bomb”, motivo de risada não só para o Grammy, mas para uma legião de fãs do corajoso artista.

+++LEIA MAIS: Bob Dylan beijou chão em que Elvis Presley pisou

Foi cerca de 30 segundos de desconforto dos músicos no palco até que o invasor fosse retirado do local, certamente para alívio de Bob Dylan, que não estava entendendo nada. Em seguida, Michael Greene, então chefe da Academia Nacional de Artes e Ciências da Gravação, pediu desculpas pelo ocorrido.

Quem é Michael Portnoy?

Quando o acontecido completou 20 anos, o The Hollywood Reporter entrevistou Portnoy para entender mais sobre a performance dele no palco do Grammy. 

+++LEIA MAIS: Bob Dylan não falou por uma semana após a morte de Elvis Presley

Segundo o artista, ele usou as palavras “bomba de soja” porque a soja representaria a vida nutricional densa e ele queria que a arte dele transmitisse uma “vida transformacional e explosiva”.

Na entrevista, o músico explicou que decidiu durante o ensaio da apresentação que precisava “se afirmar na TV nacional” – e desde 1998 então ele focou na carreira artística. Atualmente, ele é um artista performático reconhecido internacionalmente.

“Era o formato perfeito para fazer algo inescrutável. Para injetar alguma confusão no mainframe. Parecia que eu não poderia entrar naquele palco e não fazer outra coisa. E naquele ponto da minha vida, eu estava trabalhando como comediante. Era quase como contar uma piada com meu corpo,” explicou Michael Portney.

De acordo com o artista, ele nunca recebeu os US$200 reais que deveria por fazer a figuração da apresentação: “Nunca pressionei. Sinto que recebo meu dinheiro de outras maneiras.”

+++ KANT: ‘AQUELES QUE NOS DÃO MAIS ATENÇÃO SÃO OS QUE MAIS CRITICAM’ | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL


+++MAIS SOBRE MÚSICA: Site escolhe a melhor banda de rock de cada ano de 1969 a 2019 – e o resultado é polêmico

O rock ‘n’ roll abalou o mundo da música e trouxe uma oportunidade para os músicos que procuravam um meio mais agressivo e despretensioso para se expressar. E, desde os primórdios do gênero musical, diversas bandas conquistaram fãs ao redor do mundo com canções espetaculares e atitudes provocativas.

Contudo, segundo a Cleveland, o conceito de estrela do rock mudou ao longo dos anos e é preciso deixar o antigo estereótipo de lado para reconhecer o trabalho de novas gerações de músicos, os quais estão dispostos a dar continuidade a história do rock. 

+++ LEIA MAIS: As 50 melhores músicas do Pink Floyd, segundo site

Por isso, o site separou as melhores bandas de cada ano, desde 1969 até 2019. A lista foi feita considerando os números de vendas, conquistas, repercussão e qualidade de música dos artistas. Confira:

1969 – The Beatles

1970 – Led Zeppelin

1971 – Led Zeppelin 

1972 – The Rolling Stones 

1973 – Pink Floyd 

1974 – The Band 

1975 – Led Zeppelin

1976 – Queen 

1977 – Fleetwood Mac 

1978 – The Rolling Stones 

1979 – The Eagles 

1980 – Pink Floyd 

1981 – The Rolling Stones 

1982 – The Clash 

1983 – The Police 

1984 – Talking Heads 

1985 – The Cure 

1986 – R.E.M.

1987- U2

1988 – Guns N’ Roses 

1989 – Guns N’ Roses 

1990 – Pixies 

1991 – Metallica 

1992 – Nirvana 

1993 – Pearl Jam 

1994 – Green Day 

1995 – Oasis 

1996 – Smashing Pumpkins

1997 – Radiohead

1998 – Beastie Boys 

1999 – Rage Against the Machine 

2000 – Radiohead 

2001 – Linkin Park 

2002 – System of a Down 

2003 – The White Stripes 

2004 – Green Day

2005 – The Killers 

2006 – Fall Out Boy 

2007 – Foo Fighters

2008 – Coldplay 

2009 – Paramore 

2010 – Arcade Fire 

2011 – Foo Fighters 

2012 – The Black Keys 

2013 – Vampire Weekend 

2014 – Arctic Monkeys 

2015 – Alabama Shakes

2016 – The 1975 

2017 – Twenty One Pilots 

2018 – Panic! at the Disco 

2019 – Queen 

TAGS: 1998, 40, Apresentação, Bob Dylan, grammy, homem, invasão, michael portney, música, notícia, palco, premiação, SOY BOMB