Encontro (não) explosivo

Uma Noite Fora de Série une os astros da comédia Steve Carell e Tina Fey, mas decepciona

Paulo Terron

O ponto de venda de Uma Noite Fora de Série é bem claro: o encontro de Steve Carell e Tina Fey, dois monstros da comédia contemporânea, astros das séries de TV The Office e 30 Rock. Com a mesma origem – ambos começaram fazendo teatro na trupe Second City, de Chicago – é de se espantar que eles nunca tivessem se cruzado anteriormente. O charme nerd de Tina e o poder de constrangimento cômico de Carell unidos pareciam ser uma bomba nuclear de risadas… Mas apesar de deixar vazar alguma radioatividade, o artefato nunca chega a explodir. O melhor para se aproveitar Uma Noite Fora de Série é não ter grandes expectativas.

A culpa não é da dupla, que se esforça bastante. O problema é que a história – de um casal de meia idade que se envolve com bandidos ao sair para um simples jantar em Nova York – não ajuda muito. O pastelão não explora a melhor qualidade dos atores: a plena integração entre a escrita e a atuação na comédia. Tina Fey foi a primeira mulher a liderar os roteiristas do tradicional Saturday Night Live, e até hoje controla os detalhes de 30 Rock. Steve Carell explodiu em uma comédia que ele mesmo escreveu, em parceria com Judd Apatow, O Virgem de 40 Anos. Em Uma Noite…, não há diálogos longos, daqueles que poderiam proporcionar uma batalha verbal lendária. Aqui, a graça, quando aparece, vem mais de situações físicas.

Se os protagonistas deixam a desejar, a breve participação de James Franco e Mila Kunis como um casal doidão é um dos pontos altos do filme, assim como as cenas em que um desajeitado Carell interage com o bonitão Mark Wahlberg (no papel de um playboy especialista em operações de segurança extragovernamentais).

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