Pausa

TV Cultura se pronuncia sobre programas suspensos e afasta problemas com Governo de SP

Emissora divulgou nota oficial sobre gravações interrompidas e afirmou que diminuição de receitas com publicidade explica dificuldades econômicas

Rodrigo Tammaro

A jornalista Maria Manso apresenta o Giro Econômico, um dos programas que teve gravações suspensas pela TV Cultura (Foto: Reprodução)
A jornalista Maria Manso apresenta o Giro Econômico, um dos programas que teve gravações suspensas pela TV Cultura (Foto: Reprodução)

A TV Cultura divulgou nesta sexta-feira (06) uma nota oficial esclarecendo o cancelamento temporário de programas da grade.

O canal confirmou a suspensão das gravações de Legião Estrangeira, Giro Econômico, Brasil, Mostra a Tua Cara!, Estação Livre e Entrelinhas. No entanto, o documento afirma que a medida não tem relação com  o repasse de verbas realizado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Ainda segundo o esclarecimento, “a diminuição de receitas da emissora está diretamente ligada a publicidade e prestação de serviços para terceiros e outros”. Em relação ao Governo, a emissora afirmou que mantém relação amistosa com permanente diálogo.

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A maioria desses programas permanecerá no ar por meio de reprises, e as gravações serão retomadas em momento oportuno”, finaliza a nota.

Repasses

A TV Cultura é mantida pela Fundação Padre Anchieta a partir dos repasses do Governo de São Paulo e de recursos próprios obtidos na iniciativa privada, como é o caso da publicidade.

No último dia 4 de setembro, quando a emissora anunciou a suspensão, o Governo também publicou uma nota afirmando que o orçamento da emissora cresceu para 2024.

A Fundação Padre Anchieta é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos com autonomia jurídica, administrativa e financeira. Na composição de receitas, estão recursos provenientes de aporte do Governo, de leis de incentivo e venda de serviços. No que compete ao aporte do Governo de SP, vale destacar que a instituição possui um orçamento previsto para este ano de R$ 104 milhões, valor 10% maior do que a dotação de 2023″.

Ainda assim, sindicatos que representam os jornalistas e radialistas da emissora marcaram assembleias para discutir os impactos (via Terra). 

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Thiago Tanji, disse em entrevista que a situação atual gera preocupações: “Desde a eleição do governo Tarcísio de Freitas, percebemos uma pressão sobre a TV Cultura. O próprio governador afirmou ter uma política de enxugar fundações. Avaliamos que há um risco de desmonte na comunicação do Estado.”

Formado em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), Rodrigo Tammaro é o tipo de pessoa que tem uma playlist para cada situação. Foi estagiário da Rádio USP e da CNN Brasil. Na Rolling Stone Brasil, fala sobre música, entretenimento e, de vez em quando, sobre videogames.
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