Ex-Menudo pede justiça por abuso cometido por José Menendez, pai dos irmãos Menendez

Após a repercussão de Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, minissérie da Netflix, e as acusações de abuso sexual contra José Menendez, Roy Rosselló, ex-integrante do grupo Menudo, pediu justiça por ter sido uma das vítimas do empresário, morto no fim da década de 1980 pelos próprios filhos, Lyle e Erik Menendez.

“José Menendez sempre me olhava com malícia e desejo, e parecia que ele já sabia o que queria fazer comigo. Eu não sabia exatamente o que estava por vir, mas sentia que mais uma vez seria usado como um objeto, o que me deixou profundamente desconfortável e vulnerável”, relembrou em entrevista ao Uol.

Rosselló revelou o abuso no documentário Menendez + Menudo: Boys Betrayed, lançado em 2023, mas indisponível no Brasil. Hoje atuando como missionário religioso, o ex-Menudo contou que foi abusado sexualmente por Menendez aos 14 anos, quando viajou para uma casa da família em Nova Jersey.

Ao Uol, o ex-músico ainda disse que também foi abusado pelo empresário do grupo, Edgardo Diaz, e afirmou que decidiu revelar o que havia acontecido porque “já estava extremamente sufocado, carregando esse peso por tanto. Eu sabia que não podia mais manter aquele fardo em silêncio”.

“Quando tudo aconteceu, era era apenas uma criança, com 13 anos, completamente vulnerável e sem entender a magnitude da situação. Durante muitos anos eu guardei o silêncio, sem conseguir lidar com a violência emocional e física que sofri. Naquela época, eu não conseguia identificar com clareza quem eram os verdadeiros culpados, pois o medo e a confusão eram enormes”, completou.

Rosselló acredita que foi “escolhido” para ser vítima dos abusos porque “era apenas uma criança ingênua, sem a maturidade necessária para perceber o que estava realmente acontecendo” e, hoje, apesar de não guardar mágoas de seus abusadores, deseja justiça pelos crimes cometidos:

“Acredito que a justiça precisa ser feita. A última vez que vi Edgardo foi há muitos anos e, desde então, não houve nenhum outro encontro. Perdoar não significa esquecer o que aconteceu, mas é permitir que o coração se liberte da dor e confiar que a justiça divina prevalecerá”, concluiu.

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