Por que tocar guitarra é como sexo, segundo Marty Friedman (ex-Megadeth)

Emoções transmitidas pela música já foram comparadas aos prazeres obtidos pelo sexo por muita gente, em ocasiões distintas. Todavia, a comparação de Marty Friedman entre tocar guitarra e transar é, trivialidade à parte, pouco comum.

O ex-guitarrista do Megadeth, que estará no Brasil para turnê com Kiko Loureiro entre maio e junho, compartilhou a analogia em recente entrevista ao Ultimate Guitar. Tudo começou quando ele, um dos virtuosos mais cultuados do instrumento, admitiu que não praticou muito nas últimas três décadas, pois está sempre tocando: seja compondo, ensaiando, gravando ou realizando shows.

“Após esta entrevista, farei um vídeo para uma revista de guitarra no Japão. Fazer esse tipo de coisa é muito mais benéfico do que qualquer outro tipo de prática.”

Veio, então, a comparação com sexo. Para ele, a prática precisa ocorrer no cenário almejado. Não adianta treinar sozinho em casa se a ideia é usar suas habilidades em outros contextos. Você, que está aí do outro lado lendo este texto, entende o que ele quer dizer, né?

“Tudo o que digo sobre isso pode ser relacionado ao sexo de alguma forma. Se você pratica em casa, você vai ficar bom em praticar em casa. Se você sair e fizer a coisa de verdade, você vai ficar bom em fazer a coisa de verdade. Tudo se relaciona a qualquer duplo sentido que você possa imaginar.”

Brincadeiras sacanas à parte, Friedman definiu-se como um sujeito de sorte por realizar shows desde os 14 anos de idade. Dessa forma, ele reflete:

“Tudo o que tenho feito desde então é criar música e tocá-la, além de ter que explicá-la em eventos de guitarra ou vídeos instrucionais. Tenho que saber exatamente o que estou fazendo. Até na hora de gravar videoclipes: quando mostram seus dedos, você tem que saber exatamente o que está tocando naquela gravação. Minha música é muito cheia de nuances, então deu um trabalhão para deixar meus dedos exatamente iguais aos do disco. Fazer isso é muito mais benéfico para meu objetivo final do que ficar praticando em casa.”

Os comentários de Marty servem não apenas para guitarristas: qualquer aspirante a músico pode absorver seus conselhos. Sua declaração final, inclusive, deixa isso claro: foco nos objetivos.

“Muitos dirão: ‘bom, não estou em uma banda e não consigo tocar na frente das pessoas’. Então faça de sua prioridade máxima não a prática do instrumento, mas sim criar oportunidades para tocar na frente das pessoas. Essa é a sua maior prioridade. Enquanto você faz isso, você desenvolverá as coisas que suas mãos precisam fazer. Se você tem um objetivo como um show, você se esforçará muito mais do que ficar treinando em casa sem objetivo. Pratique networking, pratique montar uma banda, pratique realizar shows. Eu recomendo.”

Kiko Loureiro e Marty Friedman no Brasil

Sete capitais do Brasil recebem, entre maio e junho, uma turnê especial para fãs de Megadeth e de guitarra. O brasileiro Kiko Loureiro, que fez parte da banda de thrash metal entre 2015 e 2023, realizará shows com a participação de Marty Friedman, membro do mesmo grupo entre 1990 e 2000.

As apresentações têm o intuito de promover o álbum solo mais recente de Loureiro, Theory of Mind. A banda de apoio terá o baixista Felipe Andreoli e o baterista Bruno Valverde, integrantes do Angra — outro grupo que contou com o guitarrista, entre 1992 e 2015 —, além do vocalista Alírio Netto.

Confira a agenda a seguir, com site de venda de ingressos.

• 30/05 – Recife/PE @ Clube Internacional – ingressos no site Meaple
• 31/05 – Fortaleza/CE @ Armazém – ingressos no site Meaple
• 01/06 – Belém/PA @ Music Park – ingressos no site Meaple
• 04/06 – Belo Horizonte/MG @ Mister Rock – ingressos no site Meaple
• 06/06 – Rio de Janeiro/RJ @ Sacadura 154 – ingressos em breve
• 07/06 – São Paulo/SP @ Tokio Marine Hall – ingressos no site Ticketmaster
• 08/06 – Curitiba/PR @ Ópera de Arame – ingressos no site Bilheto

Em comunicado à imprensa, Kiko celebrou a parceria com Marty, que já havia ocorrido em estúdio na música “Imminent Threat”, lançada pelo brasileiro no álbum Open Source (2020). Ele afirma:

“Sempre tive uma conexão musical muito forte com o Marty e, nos últimos anos, essa relação se intensificou. Fiquei muito feliz que ele topou participar dessa turnê no Brasil como meu convidado. Será incrível dividir o palco com ele e mostrar essa energia para o público brasileiro.”

A ocasião marca ainda a segunda turnê de Kiko como artista solo. A primeira excursão ocorreu entre junho e agosto deste ano, com uma série de pouco mais de 10 apresentações — incluindo passagem pela edição carioca do festival Best of Blues and Rock e performance em São Paulo com Ron “Bumblefoot” Thal (ex-Guns N’ Roses), Lobão, entre outros convidados.

“Foi incrível tocar novamente no Brasil, sentir a energia do público, rever os fãs e compartilhar minha música com tanta intensidade. Essa recepção me deixou ainda mais animado para voltar em 2025, agora com um álbum novo e essa parceria tão especial.”

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