Anora: Campanha para o Oscar custou 3 vezes mais que a produção do filme

No Oscar 2025, Anora foi um dos principais destaques ao vencer 5 estatuetas, incluindo as categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz — que ficou com a protagonista Mikey Madison.

O desempenho é fruto de um trabalho muito elogiado pela crítica, mas também da atuação de Tom Quinn, CEO da produtora Neon, responsável pela distribuição do filme.

Dirigido por Sean Baker, Anora foi uma das produções mais baratas entre os indicados ao prêmio de Melhor Filme, custando US$ 6 milhões — atrás apenas de Ainda Estou Aqui, feito com US$ 1,36 milhão. Apesar do orçamento considerado modesto, a produtora abriu a carteira na campanha para o Oscar e investiu US$ 18 milhões, três vezes mais do que o necessário para tirar o filme do papel. Em entrevista à Variety, Quinn revelou detalhes sobre a estratégia que a Neon adotou. Segundo ele, a empresa “seguiu a batida do próprio tambor”.

Enquanto os grandes estúdios investiram dezenas de milhões de dólares em noites promocionais grandiosas, exibições com tapetes vermelhos e publicidades chamativas, a produtora independente se concentrou em eventos menores que pudessem chamar atenção do público nas redes sociais.

Outra iniciativa foi distribuir produtos do filme como camisetas e chinelos e encaminhar DVDs físicos para os eleitores do Oscar. Além disso, a primeira exibição foi assistida por profissionais do sexo. “É uma estratégia que faz com que as pessoas gostem do filme”, disse Quinn. 

Com uma equipe de 60 pessoas, a Neon conquistou seu segundo Oscar em cinco anos — o primeiro foi Parasita, em 2020. Comercialmente, Anora também se mostrou um acerto, tendo arrecadado, em bilheteria, mais de US$ 16 milhões nos Estados Unidos e US$ 41 milhões globalmente até o momento. Isso sem considerar os alugueis digitais e os acordos de licenciamento. Com o filme, a produtora de Tom Quinn fez mais um grande negócio.

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