Fyre Festival vai para o streaming: o que poderia dar errado?
Após escândalos e prisões, marca Fyre será usada em serviço de streaming musical que contará com conteúdo pop, hip-hop e presença do fundador
Daniela Swidrak (@newtango)
Depois de duas tentativas fracassadas como festival de música, o infame Fyre Festival será reformulado como um serviço de streaming musical. O documentarista Shawn Rech adquiriu parte dos direitos da marca — incluindo dois registros de nome — e planeja lançar uma plataforma de vídeo sob demanda focada em música, com o selo Fyre.
Rech, cofundador do serviço de true crime TruBlu (ao lado do apresentador de To Catch a Predator, Chris Hansen), pretende lançar a nova plataforma até o Dia de Ação de Graças, nos EUA. “Os canais de música hoje são só entretenimento genérico. Eu queria algo com um nome forte, mesmo que infame. Por isso comprei essa marca”, explicou ao Deadline.
O serviço será híbrido: uma opção paga por assinatura (provavelmente US$ 3,99 por mês) e um canal gratuito com anúncios, focado em conteúdo enviado por usuários, com ênfase em pop e hip-hop. Também haverá uma opção apenas de áudio.
A ideia, segundo Rech, é criar uma experiência autêntica de descoberta musical. E, para reforçar essa narrativa, Billy McFarland — fundador original do Fyre Festival, condenado por fraude e preso por seis anos — terá participação no projeto.
Desde sua libertação em 2022, McFarland tem feito aparições controversas, inclusive apoiando a campanha de Donald Trump com foco em eleitores negros. Sua tentativa recente de reviver o festival físico — que aconteceria em Playa del Carmen, no México — foi cancelada após negações oficiais da cidade. Ainda assim, ele prometeu anunciar outro local em breve.
“Não se trata mais de hype ou festivais. É sobre devolver aos fãs o poder de descobrir música”, concluiu Rech.
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