COMEBACK

De The Last of Us a Adolescência: como ‘Take On Me’ voltou aos holofotes em 2025

Música de 1984 reaparece em ‘The Last of Us’ e ‘Adolescência’ com novas leituras dramáticas

Aline Carlin Cordaro (@linecarlin)

A-ha, Magne Furuholmen com Roland Keytar, Morten Harket, Paul Waaktaar-Savoy, Diamond Awards Festival, Sportpaleis, Antuérpia, Bélgica, 19 de novembro de 1988. (Foto de Gie Knaeps/Getty Images)
A-ha, Magne Furuholmen com Roland Keytar, Morten Harket, Paul Waaktaar-Savoy, Diamond Awards Festival, Sportpaleis, Antuérpia, Bélgica, 19 de novembro de 1988. (Foto de Gie Knaeps/Getty Images)

A faixa “Take On Me”, lançada pelo grupo norueguês a-ha em 1984, ganhou novo destaque em 2025 ao ser incluída em episódios de duas séries com grande repercussão: a segunda temporada de The Last of Us, da HBO, e a minissérie britânica Adolescência, da Netflix.

No quarto episódio da segunda temporada de The Last of Us, exibido neste domingo (4), a personagem Ellie encontra um violão em uma loja abandonada e canta uma versão acústica de “Take On Me” diante de Dina. A cena remete diretamente ao jogo The Last of Us Part II, onde Ellie também interpreta a música para Dina em um momento semelhante. Na série, a escolha reforça a memória de Joel, personagem morto na temporada anterior, e a importância do violão como símbolo da relação entre eles.

Também no quarto episódio da minissérie Adolescência, lançada pela Netflix em março, a canção aparece em uma viagem de carro da família Miller. Enquanto os pais cantam juntos, a cena marca um momento de proximidade em meio à tensão emocional da trama. A série acompanha Jamie, um garoto de 13 anos acusado de assassinar uma colega de escola, e trata temas como bullying, masculinidade tóxica e redes sociais, usando planos-sequência em todos os episódios.

A trajetória de “Take On Me”

A música teve origem ainda nos anos 1970, quando Pål Waaktaar e Magne Furuholmen, integrantes do a-ha, compuseram uma faixa chamada “Miss Eerie”. A versão inicial era considerada pop demais por uns e sombria demais por outros. Ao retornarem à Noruega depois de uma tentativa frustrada de se lançar em Londres, a dupla conheceu Morten Harket, que identificou o potencial do riff principal. A música evoluiu para “Lesson One” e, finalmente, para “Take On Me”.

Apesar de seu sucesso atual, o single fracassou nas duas primeiras tentativas de lançamento. A virada aconteceu com o apoio da Warner Bros. Records e o investimento na produção de um novo videoclipe.

Com direção de Steve Barron, o vídeo combinou animação em rotoscopia com cenas live-action e levou cerca de seis meses para ser concluído. A narrativa visual inovadora foi inspirada no curta “Commuter”, de Michael Patterson e Candace Reckinger, e resultou em um clipe considerado revolucionário na época. A estreia na MTV garantiu o sucesso do single nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero, Aline Carlin Cordaro é interessada por moda, cinema, música, política internacional, beleza e viagens. Com passagem na redação do Grupo Bandeirantes de Comunicação e no TCESP, Aline já comandou seu próprio podcast e atuou como fotógrafa. Atualmente, é mãe de pets e redatora da Rolling Stone em tempo integral.

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TAGS: A-ha, adolescencia, hbo, netflix, take on me, the last of us