Criolo, Martinho da Vila e Rashid em momentos que vão além dos palcos
Artistas conversaram com a Rolling Stone Brasil sobre encontros marcantes, momentos de bastidores e o que ainda os move na música
Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)
Grandes nomes da música popular brasileira, de ritmos e gerações diferentes, Criolo, Martinho da Vila e Rashid se completam na música, que os preenche e nos faz entender o porquê artistas sempre buscam dar o seu melhor.
“Às vezes um artista tá meio molenga, chega lá [no palco] e ele desperta. Se tiver com uma ‘dorzinha’ de dente, ‘dorzinha’ de cabeça, passa, depois volta um pouco mais forte, mas passa”, brincou Martinho em conversa com a Rolling Stone Brasil.
Em abril deste ano, o trio se encontrou no palco do Tim Music Festival São Paulo e celebrou a oportunidade de cantar para milhares de pessoas: “Quando a gente tinha esse sonho lá no Grajaú, não imaginava que íamos ter a oportunidade de cantar e ainda mais de viver da nossa arte e ainda mais de conhecer tanta gente”, afirmou Criolo.
Para Rashid, a importância de estar no palco é a interação com o público. Comparando a música a um amigo que entra no ônibus e te surpreende positivamente, o rapper acredita que ela deve ser uma companhia para as pessoas:
“Então, na hora do show, é essencial que eu também seja companheiro do público e tenha essa companhia das pessoas na hora de fazer os sons: a mão para cima, a mão para um lado, a mão para o outro, o barulho… Tudo isso faz parte do nosso movimento, faz parte do rap”, explicou.
Este carinho dos fãs, motiva e vira “o combustível que faz o show ser realmente foda, É quando as duas coisas convergem e a energia se sintoniza de fato”, completou Rashid.
Qual é a essência de ser artista?
O que é “ser artista”? Para cada um dos três, a arte se apresentou de forma diferente. Criolo não imaginava tirar o seu sustento dela e, mais ainda, ter a oportunidade de colaborar com artistas como Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Teresa Cristina, Alcione e tantos outros, de quem sempre foi fã.
Rashid também teve a oportunidade de aprimorar a sua arte ao trabalhar com gigantes, incluindo Mano Brown, na música “Ruaterapia”, de 2016, que se tornou significativa para o rapper pelos aprendizados que obteve ao trabalhar com líder dos Racionais MC’s:
Eu realmente recebi uma aula que impactou muito da minha carreira dali para frente. De comportamento, de escrita, de composição, de produção e até de moda, porque o homem se veste bem também. O nome disso é novamente impacto cultural”, relembrou Rashid
Como cantou repetidas vezes em um dos seus maiores sucessos, Martinho da Vila, por sua vez, sempre levou o seu envolvimento com a arte “devagar, devagarinho”. No início da carreira, contou, o sambista nem se sentia nervoso ao entrar no palco e se tornou artista sem nem mesmo pensar em ser um.