EXPLICAÇÃO

The Last of Us: Entenda a história da organização paramilitar WLF

Grupo militar criado após a queda da FEDRA, WLF se tornou uma das forças mais temidas e controversas do universo do game The Last of Us Part II

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

The Last of Us: Entenda a história da organização paramilitar W.L.F
The Last of Us: Entenda a história da organização paramilitar W.L.F - Reprodução

No universo devastado de The Last of Us Part II, a luta pela sobrevivência vai além dos infectados. Em Seattle, um dos principais polos da história, o confronto entre dois grupos poderosos — Serafitas e Washington Liberation Front (WLF) — define os rumos de muitos personagens.

Neste texto, exploramos quem são os integrantes WLF, como a organização surgiu e por que se tornou uma das forças mais temidas do mundo pós-pandêmico.

Origem e ascensão ao poder

Após o colapso da sociedade devido à pandemia do fungo Cordyceps, FEDRA (Federal Disaster Response Agency) assumiu o controle das zonas de quarentena em diversas cidades dos EUA. Seattle foi uma delas. Porém, como visto em outras partes do jogo, FEDRA passou rapidamente a agir com extrema violência, estabelecendo um regime autoritário que punia severamente qualquer forma de insubordinação.

Foi nesse contexto que surgiu Washington Liberation Front. Inicialmente, o grupo era formado por civis e ex-militares locais que decidiram resistir à opressão da FEDRA. Liderados por Isaac Dixon, organizaram uma revolta armada e, após um longo período de conflito urbano, conseguiram expulsar o governo federal da cidade.

O que começou como uma rebelião pela liberdade logo se transformou em um novo regime — com suas próprias regras, armas e cadeias de comando.

Como funcionam internamente?

Uma das grandes forças do WLF é sua estrutura militarizada. Sediados no estádio de futebol de Seattle, eles criaram um verdadeiro quartel-general: abrigo, oficinas, postos médicos, áreas de treinamento, canis e alojamentos. Tudo funciona com disciplina e rigor.

O grupo opera com hierarquia clara, patentes, missões e protocolos. Os recrutas passam por treinamentos intensos e são constantemente testados. As patrulhas são frequentes e bem equipadas. O uso de cães farejadores, por exemplo, representa um diferencial em campo, dificultando fugas e emboscadas, além de detectarem intrusos com mais facilidade.

A tecnologia também é um recurso presente — ainda que escasso. WLF conseguiu preservar veículos e armamentos pesados, além de rádios e munições, o que os coloca em vantagem contra grupos mais rudimentares, como os Serafitas.

Relação com Abby e outros personagens

A personagem Abby Anderson, um dos pilares da narrativa do jogo, é parte fundamental do WLF. Treinada desde jovem, ela é forte, disciplinada e respeitada. No entanto, sua trajetória a coloca diante de escolhas difíceis. Ao salvar Lev e Yara — dois Serafitas — ela rompe com as diretrizes da organização e entra em rota de colisão com Isaac.

A jornada de Abby mostra que, mesmo em um grupo como o WLF, há espaço para empatia, dúvida e transformação. Sua evolução ajuda a desconstruir o estigma de que todos ali são monstros — e mostra que, no fim, todos estão lutando com traumas pessoais em meio ao caos coletivo.

Isaac Dixon é o comandante supremo do WLF. Pouco visto, mas constantemente citado, ele exerce poder absoluto sobre o grupo. Ex-militar, Isaac acredita que o fim justifica os meios. Para ele, a única forma de garantir segurança é eliminar qualquer ameaça — o que o leva a tomar decisões cada vez mais brutais, como atacar civis suspeitos de colaborar com os Serafitas.

Apesar de sua autoridade inquestionável, Isaac começa a enfrentar dúvidas dentro do próprio grupo. Soldados como Abby e Manny expressam desconforto com a escalada de violência. A lealdade ao comandante, embora forte, não é cega.

Conflito com Serafitas

O maior conflito vivido pelo WLF é a guerra contra os Serafitas, grupo religioso que vive em ilhas e florestas nos arredores de Seattle. Também conhecidos como Cicatrizes (um termo pejorativo), eles seguem os ensinamentos de uma profetisa falecida, que pregava simplicidade, silêncio e retorno à natureza. Serafitas rejeitam tecnologia, vivem em comunidades isoladas e se comunicam por assobios.

O confronto entre os dois grupos é sangrento e constante. Enquanto os Serafitas usam arcos, lanças e emboscadas furtivas, WLF responde com capacidade ofensiva, blitzes urbanas e táticas militares. O jogo nos mostra os dois lados sofrendo perdas e cometendo atrocidades — revelando que, no fim, não há vencedores em uma guerra como essa.

WLF nasceu como uma força libertadora, mas se tornou um sistema autoritário. Essa ironia é um dos grandes trunfos narrativos de The Last of Us Part II. O jogo nos faz perguntar: é possível manter a ordem sem recorrer à opressão? É possível vencer a guerra sem perder a humanidade?

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Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
TAGS: Cordyceps, the last of us, the last of us part ii