"PRECISAM CONTINUAR"

A pessoa que impediu o fim do AC/DC em seu momento mais frágil

Após perder seu vocalista original em 1980, banda ficou com futuro incerto, mas decidiu seguir em frente depois de um incentivo especial

Guilherme Gonçalves (@guiiilherme_agb) com pauta de Igor Miranda

Angus Young, do AC/DC, em 1979
Angus Young, do AC/DC, em 1979 - Foto: Paul Natkin / WireImage

Não é exagero dizer que o AC/DC esteve prestes a acabar quando Bon Scott faleceu, em 19 de fevereiro de 1980. De acordo com os irmãos Angus e Malcolm Young, a morte do vocalista foi um grande baque internamente, para além do aspecto musical.

Angus, em entrevista à Metal Hammer, explicou:

“Ficamos de coração partido. Ok, sabíamos que o mundo havia perdido um grande talento e nossos fãs estavam devastados. Mas nós, como banda, perdemos muito mais. Perdemos uma pessoa com quem nos conectamos na vida. Honestamente, não sabíamos o que fazer na época.”

O empresário Peter Mensch, alheia ao luto dos irmãos Young, chegou a preparar uma lista com vocalistas em potencial para substituir Bon Scott. Todavia, Malcolm tratou de rechaçar:

“Eu não queria me dar ao trabalho nem de olhar. Descartei a lista. Isso não era certo, sabe?”
AC/DC com Bon Scott em 1979
AC/DC com Bon Scott em 1979 – Foto: Fin Costello / Redferns

 

No funeral de Bon Scott, porém, um incentivo especial mudou tudo. Angus e Malcolm foram abordados por Charles “Chick” Scott, pai do vocalista, que os aconselhou a continuar com a banda.

Angus se lembra do episódio (via Far Out) como um divisor de águas para o renascimento do AC/DC. O guitarrista cita o pai de Bon como a pessoa que praticamente impediu o fim precoce do grupo, que vinha do lançamento de um grande disco, Highway to Hell (1979).

“O pai de Bon (Scott) agarrou a mim e ao Malcolm e disse: ‘Olha, vocês são jovens, então precisam continuar’. Isso tirou um pouco da pressão sobre nós, de certa forma, porque na época sentíamos que não sabíamos para onde as coisas iriam, porque poderíamos ser vistos como ladrões de túmulos ou algo assim.”

AC/DC segue em frente

No mesmo ano, o AC/DC recrutou Brian Johnson, do Geordie, para o posto de vocalista e lançou Back in Black (1980). O álbum se tornou um dos mais vendidos da história, com mais de 50 milhões de cópias comercializadas. Johnson segue no posto até hoje.

Brian Johnson e Angus Young ao vivo com o AC/DC em 2025
Brian Johnson e Angus Young ao vivo com o AC/DC em 2025 – Foto: Adam Bettcher / Getty Images

 

Olhando em retrospecto, Angus Young agradece pelas palavras do pai de Bon Scott, que lhes permitiu dar continuidade à banda e também ao legado do próprio filho. O guitarrista afirma:

“Malcolm e eu tínhamos formado a banda e, inconscientemente, suponho, não queríamos que ela acabasse. Não queríamos deixar as coisas inacabadas. De alguma forma, felizmente não conseguimos virar as costas e dizer: ‘Chega, não vamos mais fazer isso’.”

Rolling Stone: os 250 maiores guitarristas da história

Os 250 maiores guitarristas da história reunidos em uma Edição de Colecionador exclusiva da Rolling Stone Brasil. Eric Clapton, Jimi Hendrix, Jimmy Page e muitos outros guitarristas que marcaram a história do rock nas últimas décadas. Garanta já o seu exemplar pelo site lojaperfil.com.br.

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Rolling Stone Brasil (@rollingstonebrasil)

 

+++ LEIA MAIS: O cantor “de um hit só” que fez teste estressante para entrar no AC/DC
+++ LEIA MAIS: Como é assistir a um show do AC/DC em 2025? Jornalista revela
+++ LEIA MAIS: AC/DC: Integrante original, Dave Evans revela como a banda definiu o nome

TAGS: ac dc, Ac/Dc, acdc, angus young, Bon Scott, malcolm young