MÚSICA

LANÇAMENTOS DA SEMANA: 02 a 05 de junho de 2025, indicados por Rolling Stone Brasil

Dos retornos aguardados aos novos nomes da cena, selecionamos os lançamentos nacionais e internacionais que valem o play nesta semana

Daniela Swidrak (@newtango)

Capas de Pulp, FBC, Little Simz, Moptop e Turnstile
Capas de Pulp, FBC, Little Simz, Moptop e Turnstile

Com tantos lançamentos surgindo a todo momento, fica difícil acompanhar tudo, mas esta semana trouxemos novidades imperdíveis no cenário nacional e internacional.

No Brasil, FBC retorna com o rap visceral de Assaltos e Batidas, Moptop volta após 15 anos com o pop em inglês de Long Day e Zé Ibarra apresenta seu segundo disco solo, AFIM, uma mistura criativa de MPB, rock e jazz.

Lá fora, Addison Rae, Finn Wolfhard e Lifeguard fazem suas estreias. Pulp volta com seu synth-brit-pop marcante e Turnstile quebra barreiras no hardcore. Esses são apenas alguns nomes da semana.

Para atualizar sua playlist ou descobrir novos sons, dê o play e aproveite!

 

NACIONAIS

FBC – Assaltos e Batidas

Após experimentar diferentes caminhos sonoros, o rapper mineiro FBC apresenta Assaltos e Batidas, um novo capítulo de sua trajetória. Com beats rascantes, boombaps densos e viradas cheias de tensão, o disco traz à tona as muitas camadas da vivência periférica: suas contradições, violências e potências.

Moptop – Long Day

Quinze anos após se afastar dos palcos e do circuito musical, a Moptop está de volta com seu terceiro álbum de estúdio. Long Day marca uma nova fase da banda, é o primeiro disco totalmente em inglês e aponta para além das fronteiras brasileiras, mirando também o público internacional.

Zé Ibarra – AFIM

Zé Ibarra lança AFIM, seu segundo trabalho solo, explorando novas camadas de sua identidade musical. Com oito faixas que transitam entre composições autorais e releituras de nomes contemporâneos, o álbum funde MPB, rock progressivo, jazz e pop em uma linguagem inventiva e singular. Mais do que seguir uma linha reta, o disco se constrói como um ponto de encontro entre as várias faces do artista, do violão íntimo aos arranjos carregados de textura e emoção.

INTERNACIONAIS

Pulp – More

Após 24 anos de espera, o Pulp finalmente quebra o silêncio com um novo álbum. Desde We Love Life, de 2001 a banda de Sheffield havia se limitado a turnês de reunião, deixando os fãs apenas na esperança de um retorno ao estúdio. Essa expectativa enfim se concretizou no ano passado, com a gravação de More.

A faixa “Spike Island” abriu os trabalhos, trazendo de volta a essência provocadora da banda: um hino vibrante guiado por sintetizadores e conduzido pela voz inconfundível e sarcástica de Jarvis Cocker. “Esse foi o álbum do Pulp que levou menos tempo para ser gravado”, afirmou o vocalista. “Estava claro que era a hora certa”.

Addison Rae – Addison

Addison Rae pode até dividir opiniões, mas seu nome já é difícil de ignorar no pop contemporâneo. Com refrões grudentos e uma estética milimetricamente produzida, ela transformou o que muitos viam como um capricho de influencer em um projeto musical de verdade. Em seu disco de estreia, Addison, ela refina referências do pop atual até alcançar um som imediatamente reconhecível. Ainda que flerte com o experimental de longe, o álbum escolhe se manter no terreno confortável das faixas pensadas para viralizar e, nesse jogo, Addison joga bem.

Cynthia Erivo – I Forgive You

Cynthia Erivo retorna à música com I Forgive You, seu segundo álbum de estúdio. Conhecida por seu talento multifacetado, Erivo entrega um trabalho profundamente pessoal e emocionalmente carregado, uma obra que reflete o seu crescimento artístico, oferecendo aos ouvintes uma janela para sua alma e reafirmando seu lugar como uma artista completa e expressiva.

Finn Wolfhard – Happy Birthday

Finn Wolfhard, conhecido inicialmente como ator da série Stranger Things, avança com seu projeto musical solo em Happy Birthday, seu álbum de estreia. O disco revela uma faceta mais introspectiva e melódica do artista, explorando influências que vão do indie rock ao pop lo-fi.

Lifeguard – Ripped And Torn

Com energia caótica e urgência juvenil, o trio Lifeguard estreia com Ripped and Torn, um disco que soa como se tudo precisasse ser dito (e gritado) agora. O álbum é um campo de testes onde garage, rock alternativo, dub e ruídos experimentais se chocam sem pedir licença. 

Lil Wayne – Tha Carter VI

Desde o lançamento de Tha Carter em 2004, a trajetória de Lil Wayne tem sido marcada por reviravoltas intensas, dentro e fora do estúdio. Ainda assim, cada novo capítulo da série Tha Carter segue sendo um acontecimento. Com participações surpreendentes de nomes como Bono, BigXthaPlug e Andrea Bocelli, Tha Carter VI chega após sete anos de espera e diversos lançamentos paralelos, incluindo o solo Funeral e colaborações com Rich the Kid e 2 Chainz (que também retorna aqui).

Little Simz – Lotus

Depois de anos em ritmo intenso, dois álbuns elogiados em sequência e um papel de destaque na TV britânica, Little Simz escolhe o silêncio como ponto de partida para sua nova fase. Em vez de buscar impacto imediato, seu novo trabalho caminha por terrenos mais introspectivos, onde cada batida parece respirar. Drop 7 (nome fictício usado aqui) reúne vozes como Obongjayar, Sampha e Moses Sumney para ampliar esse universo sensível e sofisticado. É um disco que não grita: sussurra com firmeza, misturando soul, jazz e camadas de percussão ao vivo num registro que reafirma sua identidade ao mesmo tempo em que aponta para novos horizontes.

Marina – Princess Of Power

Princess of Power marca o retorno de Marina (ex Marina and The Diamonds) com um álbum independente, após sua saída da Atlantic Records. Com 13 faixas, o disco apresenta uma sonoridade synth-pop, influenciada por artistas como Madonna, Kylie Minogue e ABBA.

O álbum explora temas como renascimento espiritual e crescimento pessoal. Faixas como “Butterfly”, “Cupid’s Girl” e “Cuntissimo” destacam-se por suas batidas eletrônicas envolventes e letras que abordam o empoderamento feminino e a busca por prazer sem culpa.

Turnstile – Never Enough

No novo álbum Never Enough, o Turnstile, um dos maiores nomes do hardcore atual, desafia as expectativas e se afasta, em vários momentos, do próprio gênero que os consagrou. Em vez de distorções agressivas do início ao fim, o disco abraça breakbeats, ambientações etéreas e até ecos de new wave oitentista à la The Police, com o vocalista Brendan Yates evocando algo de Sting em seus momentos mais agudos.

O álbum ainda conta com participações de peso: Hayley Williams, A. G. Cook, Faye Webster, Shabaka e Leland Whitty (do BadBadNotGood)

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Nascida na Argentina mas radicada no Brasil há mais de 15 anos, Daniela achou na música sua linguagem universal. Formada em radialismo pela UNESP, virou pesquisadora criativa e firmou seu pé no jornalismo musical no portal Popload. Gateira, durante a semana procura a sua próxima banda favorita e aos finais de semana sempre acha um bom show para assistir.
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