MODA

Anna Wintour deixa cargo na Vogue e marca fim de uma era fashion

A editora lendária por trás da inspiração de O Diabo Veste Prada anuncia saída parcial da Vogue após 37 anos e deixa a moda em clima de despedida

Daniela Swidrak (@newtango)

Anna Wintour no Tony Awards 2025
Anna Wintour no Tony Awards 2025 - Kevin Mazur/Getty Images for Tony Awards Productions

“Todo mundo quer ser nós”

A icônica frase de Miranda Priestly, personagem de Meryl Streep em O Diabo Veste Prada, nunca soou tão real quanto agora. Aos 75 anos, Anna Wintour, a mulher que inspirou a chefe mais temida do cinema fashion, acaba de anunciar que está deixando um de seus cargos mais emblemáticos: o comando editorial da Vogue americana, após 37 anos moldando não só capas de revista, mas o próprio imaginário da moda mundial.

Apesar de continuar como diretora editorial global da Vogue e diretora de conteúdo da Condé Nast, onde supervisiona títulos como Vanity Fair, GQ, Glamour e muitos outros, a decisão representa um movimento simbólico. Wintour está, aos poucos, se afastando da cadeira onde construiu uma lenda. Como uma Miranda que finalmente tira os saltos e solta o cabelo impecavelmente preso, a editora-chefe abre espaço para o próximo nome do (ainda não revelado) que terá a difícil missão de ocupar seus sapatos de grife.

Segundo o CEO da Condé Nast, Roger Lynch, a mudança faz sentido para que Wintour possa se concentrar em suas demais funções dentro da empresa, afinal, ela vem acumulando três cargos desde 2020. A informação sobre sua saída da Vogue americana foi confirmada nesta quinta-feira (26) pelos sites Daily Front Row, WWD e Business of Fashion.

Wintour assumiu a Vogue em 1988 e transformou a publicação em um verdadeiro oráculo de tendências, estilo e poder. Foi ela quem elevou o Met Gala ao status de Super Bowl da moda, quem ousou colocar celebridades em capas antes dominadas por modelos, e quem soube, com disciplina glacial e visão estratégica, manter o trono em meio a transformações radicais no jornalismo e na cultura pop.

Nas redes sociais, o anúncio causou comoção. Muitos descrevem o momento como o “fim de uma era”, enquanto outros se perguntam: será possível existir Vogue sem Wintour? Como no filme que eternizou sua sombra de óculos escuros, sua presença continuará pairando, agora nos bastidores, enquanto uma nova voz tenta escrever o próximo capítulo de uma publicação que, por quase quatro décadas, teve apenas uma assinatura.

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Nascida na Argentina mas radicada no Brasil há mais de 15 anos, Daniela achou na música sua linguagem universal. Formada em radialismo pela UNESP, virou pesquisadora criativa e firmou seu pé no jornalismo musical no portal Popload. Gateira, durante a semana procura a sua próxima banda favorita e aos finais de semana sempre acha um bom show para assistir.
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