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Trump indica deportação de Elon Musk: ‘Teremos que dar uma olhada’

O presidente dos EUA está mais uma vez atacando o ex-chefe do DOGE, que tem estado ocupado criticando o chamado ‘Big Beautiful Bill’

Nikki McCann Ramirez

Elon Musk e Donald Trump no Salão Oval, gabinete e local de trabalho do presidente dos Estados Unidos
Elon Musk e Donald Trump no Salão Oval, gabinete e local de trabalho do presidente dos Estados Unidos - Foto: Kevin Dietsch/Getty Images

Enquanto Elon Musk continua criticando o projeto de reconciliação dos republicanos, o presidente Donald Trump está ameaçando consequências contra o homem que despejou centenas de milhões de dólares em sua campanha de 2024 — e que, até poucos meses atrás, atuava praticamente como seu co-presidente.

A oposição de Musk ao projeto levou a uma guerra de palavras explosiva entre ele e Trump em junho de 2025. O bilionário da Tesla renovou suas críticas nesta semana, escrevendo na segunda-feira que, se “esse projeto de gastos insano for aprovado”, ele formaria seu próprio partido político, o “America Party”, no dia seguinte. “Nosso país precisa de uma alternativa ao partido único Democrata-Republicano, para que o povo realmente tenha uma VOZ,” escreveu Musk.

Musk acrescentou (via Rolling Stone) que garantiria que todo membro do Congresso que “fez campanha prometendo cortar gastos do governo e depois votou imediatamente pelo maior aumento de dívida da história” “perderia sua primária no próximo ano, nem que essa seja a última coisa que eu faça neste planeta.”

Em uma postagem no Truth Social na manhã de terça-feira, Trump culpou o surto de Musk pela decisão de seu governo de revogar os mandatos estaduais de veículos elétricos — medida que beneficia fortemente empresas como a Tesla.

Elon Musk sabia, muito antes de me apoiar com tanta força para presidente, que eu era totalmente contra o Mandato dos VEs. Isso é ridículo, e sempre foi uma parte importante da minha campanha,” escreveu o presidente. “Elon talvez receba mais subsídios do que qualquer ser humano na história, de longe, e sem esses subsídios, ele provavelmente teria que fechar tudo e voltar para casa, na África do Sul.”

O presidente ainda acrescentou que “talvez devêssemos colocar o DOGE para dar uma boa olhada” nas empresas de Musk e nos contratos governamentais, porque há “MUITO DINHEIRO A SER ECONOMIZADO!!!”

Horas depois, ao falar com repórteres antes de viajar à Flórida, Trump foi questionado se pretendia deportar Musk. “Não sei, vamos ter que analisar,” respondeu o presidente, sugerindo ainda que o governo “talvez precise colocar o DOGE no Elon.”

“Você sabe o que é o DOGE?”, perguntou ele ao repórter, referindo-se à suposta operação de corte de custos liderada por Musk, que teria desmontado serviços governamentais cruciais em poucos meses. “O monstro que talvez tenha que voltar e devorar o Elon,” continuou Trump. “Não seria terrível?”

Musk respondeu no X (antigo Twitter) dizendo: “É muito tentador escalar isso. Muito, muito tentador. Mas vou me conter por enquanto.”

O enorme pacote de reconciliação dos republicanos está sendo debatido no Senado por meio de uma sessão de votação contínua que bateu o recorde como a mais longa da história da câmara na noite de segunda, 30. Se aprovado, o projeto deve retirar a cobertura de saúde de milhões de pessoas, tornar programas sociais menos acessíveis e — o pior de tudo, pelo menos segundo Musk — aumentar a dívida nacional em cerca de US$ 4 trilhões ao longo de 10 anos.

Trump indicou na terça-feira que estava “esperançoso” por uma votação completa no Senado antes do fim do dia.

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