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Os 10 melhores filmes slasher de todos os tempos, segundo Rolling Stone

Nossa lista celebra os maiores clássicos do slasher, subgênero do terror que reúne alguns dos assassinos mais assustadores do cinema

Angelo Cordeiro (@angelocordeirosilva)

Os 10 melhores filmes slasher de todos os tempos, segundo a Rolling Stone Brasil
Os 10 melhores filmes slasher de todos os tempos, segundo a Rolling Stone Brasil - Divulgação/New Line Cinema/Universal Studios

Com a estreia do novo Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado, em cartaz nos cinemas de todo o país, é oficial: os slashers estão de volta! Vilões mascarados, adolescentes em apuros e vinganças mal resolvidas continuam sendo a fórmula perfeita para prender o público na poltrona.

Para celebrar a adição da novidade à categoria, provando que o gênero nunca sai de moda, a Rolling Stone Brasil preparou um ranking com os 10 melhores filmes slasher de todos os tempos. Confira nossa lista a seguir:

10º Brinquedo Assassino (1988)

Lançado em 1988, Brinquedo Assassino chegou com uma ideia tão absurda quanto genial: um serial killer reencarnado em um boneco fofinho. Chucky, o brinquedo assassino, trouxe algo novo à fórmula já saturada dos slashers dos anos 80: ele falava, xingava, corria e tinha carisma de sobra.

Enquanto outros vilões usavam máscaras e o silêncio como arma, ele usava a língua afiada e o humor ácido. O filme, dirigido por Tom Holland — calma, não é o da Marvel —, virou ícone instantâneo e provou que o terror podia ser divertido, sangrento e irônico ao mesmo tempo.

O impacto foi enorme. Chucky casou, teve filho, virou franquia, ganhou série de TV, tornou-se referência pop e, principalmente, criou um novo tipo de ameaça: o terror dentro de casa, onde era pra ser seguro.

Brinquedo Assassino renovou o slasher ao mostrar que dava para explorar novos medos, com menos regras e mais criatividade. Ele pavimentou o caminho pra vilões tagarelas como Ghostface de Pânico e para um terror que brinca com o próprio absurdo e ainda assim apavora. — Angelo Cordeiro

Acampamento Sinistro (1983)

Acampamento Sinistro pode até parecer, à primeira vista, só mais um slasher da era de ouro do gênero: adolescentes em um acampamento de verão, hormônios em ebulição, mortes criativas e um assassino misterioso à solta. Mas o filme assinado por Robert Hiltzik se destaca exatamente por onde surpreende e perturba. O clima é estranho desde o início, com atuações exageradas, personagens caricatos e uma protagonista, Angela Baker (Felissa Rose), que observa tudo em silêncio absoluto.

Longe de ser só um slasher “de verão”, Acampamento Sinistro é lembrado até hoje pela forma como transformou o terror em uma experiência ambígua, incômoda e que, já em 1983, levantava discussões sobre identidade, repressão e trauma muito antes disso ser pauta constante no cinema.

Ao brincar com as convenções do gênero, o filme mergulha em uma violência gráfica que, embora intensa, nunca parece gratuita — há um desconforto latente, como se algo muito errado estivesse escondido sob a superfície ensolarada do acampamento. Aos poucos, essa estranheza se transforma em tensão crescente, culminando em um dos desfechos mais chocantes e comentados da história do terror. — A. C.

Sexta-Feira 13 (1980)

Além de, é claro, dar início a uma das maiores franquias de terror da história do cinema, o primeiro filme de Sexta-Feira 13 se destaca por seu distanciamento do que, eventualmente, a saga acabou se tornando.

No longa, lançado em 1980, lidamos com um assassino misterioso, que fica à espreita de um grupo de jovens designado para reabrir o acampamento Crystal Lake, fechado desde que um casal de monitores foi brutalmente assassinado. Só nos momentos finais somos apresentados à lenda de Jason Voorhees, um garoto que, por descuido desses monitores, acabou se afogando no lago, engendrando uma vingança de sua mãe, a Sra. Voorhees.

Era um filme que bebia da mesma fonte de produções como Psicose (1960) e O Massacre da Serra Elétrica (1974), sem grandes pretensões além de entreter. Eventualmente, no entanto, Jason acabou ganhando uma identidade definitiva, com sua máscara de hóquei e o facão, e cresceu além de Sexta-Feira 13, construindo o seu legado em mais de dez filmes, entre sequências, reboots e remakes. Henrique Nascimento

O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986)

Algo comum ao slasher são as inúmeras continuações que os originais ganham, nascendo, assim, as franquias. Porém, poucas continuações são tão celebradas quanto O Massacre da Serra Elétrica 2. Dirigido por Tobe Hooper, responsável pela fita inicial da franquia, o filme abandona o tom documental e cru do primeiro para abraçar de vez o grotesco, o exagerado e o humor ácido — transformando a insanidade em espetáculo.

Leatherface volta com a família completa, incluindo o hilário e perturbador Chop-Top, em uma orgia de violência cômica e cenas cheias de simbolismo. A protagonista, Stretch (Caroline Williams, O Duende Assassino), assume o papel de final girl com garra, enfrentando horrores num parque de diversões abandonado que parece saído de um pesadelo lisérgico.

Em vez de repetir a fórmula, Massacre 2 vira o jogo e escancara a crítica social com ainda mais escárnio — agora com motoserras duelando como espadas e diálogos que parecem escritos sob efeito de delírio febril. Se falassem que foi adaptado de alguma HQ ou graphic novel, ninguém duvidaria. O filme dividiu fãs na época por sua virada de tom, mas ganhou status cult ao longo dos anos, sendo reverenciado por quem entende que o horror pode ser tão grotescamente absurdo quanto perturbador, ainda que nos faça rir de nervoso. — A. C.

Pânico 4 (2011)

Uma década após o lançamento de Pânico 3, no início dos anos 2000, Kevin Williamson Wes Craven se reuniram mais uma vez para dar um novo capítulo à franquia slashere que retorno! Pânico 4 até pode dividir opiniões entre os fãs mas nós, da Rolling Stone Brasil, estamos no time daqueles que consideram o quarto capítulo da história de Sidney Prescott (Neve Campbell, O Poder e a Lei) um dos melhores de Pânico, perdendo apenas para o longa inaugural.

Bem antes da popularização de redes como o Instagram ou o TikTok, Pânico 4 combinou o potencial de alcance da internet com o estilo de pseudodocumentário — em alta na época após o sucesso da franquia Atividade Paranormal, iniciada em 2007 — para apresentar um Ghostface que basicamente faria qualquer coisa para se tornar famoso.

É um filme à frente do seu tempo e talvez por isso não tenha tido o reconhecimento que merecia quando foi lançado, mas é uma verdadeira joia na franquia, com um dos melhores elencos até então — incluindo Emma Roberts (American Horror Story) e Hayden Panettiere (Heroes), além de participações especiais como Kristen Bell (Veronica Mars) e Anna Paquin (X-Men) — e, sem a menor dúvida, a melhor sequência de abertura de todos os filmes. — H. N.

A Hora do Pesadelo (1984)

Antes de Pânico, Wes Craven nos presenteou com a sua primeira obra-prima em 1984, quando lançou A Hora do Pesadelo. Em meio a um período de esgotamento do slasher, o cineasta nos apresentou um inimigo difícil de combater, que atacava no momento em que estávamos mais vulneráveis: dormindo.

À proposta, ele acrescentou Nancy Thompson (Heather Langenkamp, O Clube da Meia-Noite), uma mocinha bem menos Alice Hardy, de Sexta-Feira 13, e mais Laurie Strode, de Halloween; e o seu algoz, Freddy Krueger (Robert Englund, Stranger Things), um vilão mais carismático do que detestável, apesar de seu passado repugnante.

Juntos, Craven, Langenkamp e Englund criaram uma fórmula perfeita para o sucesso, que resultou em seis sequências, um crossover com Sexta-Feira 13 — o divertidíssimo Freddy x Jason, de 2003 —, e um remake — que não repetiu o sucesso do longa original e, bom, é melhor ficar no passado mesmo. — H. N.

Noite do Terror (1974)

Dirigido por Bob Clark (Porky’s – A Casa do Amor e do Riso, 1981), Noite do Terror, ou Black Christmas, é considerado por muitos o verdadeiro pioneiro do slasher moderno: lançado quatro anos antes de Halloween, ele já apresentava elementos essenciais do gênero, como o assassino misterioso em primeira pessoa, a ambientação em um local isolado — uma república universitária durante o recesso de Natal — e, claro, uma final girl memorável.

No ntanto, o que realmente diferencia Noite do Terror dos demais slashers é sua atmosfera sufocante e seu clima de paranoia crescente, com um mal que parece vir de todos os lados — até mesmo de dentro da casa.

Contrariando o próprio gênero, Noite do Terror não aposta em uma violência explícita; o filme trabalha com sugestão, silêncio e tensão psicológica. O assassino, cujas motivações nunca são completamente reveladas, permanece envolto em mistério, tornando tudo ainda mais perturbador. A câmera subjetiva coloca o espectador no lugar do assassino, criando um desconforto inédito para a época.

Noite do Terror é sofisticado, sombrio e ousado, um verdadeiro marco que pavimentou o caminho para todo o horror que viria depois. — A. C.

Halloween – Noite do Terror (1978)

Halloween – Noite do Terror é o molde em que o slasher moderno foi fundido. Dirigido por John Carpenter com orçamento modesto e uma precisão que virou cartilha, o filme não só definiu as regras do gênero como transformou o terror em uma arte de construção de tensão.

O assassino Michael Myers, mascarado e implacável, é o mal puro: sem origem clara, sem motivo, apenas presença. E é justamente essa simplicidade que assusta. Ele não corre, não fala, não sente — apenas observa e ataca. Em contraste, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo) surge como a final girl definitiva: inteligente, atenta, e, acima de tudo, vulnerável sem nunca ser fraca.

O que diferencia Halloween dos filmes citados anteriormente — e que o coloca neste 3º lugar da lista — é sua elegância minimalista. A violência é contida, mas a tensão é constante, alimentada por planos longos, silêncios ameaçadores e a inesquecível trilha composta pelo próprio Carpenter.

O filme estabeleceu o modelo de adolescente distraído, feriado temático e vilão recorrente que seria seguido — e replicado à exaustão — por toda uma geração de filmes. Halloween segue inigualável porque trata o medo como algo que se esconde em plena luz do dia, seja nos arbustos da rua ou no quintal de casa. Michael Myers é o vulto que nunca desaparece, e Halloween é o terror que nunca sai da nossa cabeça. — A. C.

2º Pânico (1996)

Pânico nasceu como um misto de paródia e homenagem a um gênero que Wes Craven ajudou a popularizar. No longa, o cineasta brincava com todos os clichês do gênero: o assassino mascarado, a final girl, as mortes violentas e, o grande diferencial, as regras para sobreviver a produções slasher, que se tornaram uma marca registrada da franquia — o “retorno” do assassino ao final, só para ser morto mais uma vez, já se tornou um clássico!

Ainda hoje um dos favoritos dos fãs, o primeiro filme nos apresenta a Sidney Prescott, uma garota com um passado traumático, que precisa lidar com novos problemas quando os seus amigos começam a cair mortos ao seu redor. Pior ainda: os assassintatos, de alguma forma, têm a ver com ela.

Criada como uma representação das final girls, Sidney acabou crescendo além da proposta inicial e se firmou como uma das principais representantes do terror. Pânico também cresceu e acabou se tornando umas das franquias slasher mais consistentes do cinema, reciclando personagens e criando uma linha narrativa raramente vista em outras coletâneas. — H. N.

O Massacre da Serra Elétrica (1974)

O primeiro lugar da nossa lista não poderia ser outro: O Massacre da Serra Elétrica não só antecipou o boom do slasher como redefiniu que o terror também poderia ser algo real e doentio, ao invés de sobrenatural ou distante.

A história é simples: um grupo de jovens cai na armadilha de uma família de canibais no interior do Texas e vira presa fácil de Leatherface que, com sua máscara de pele humana e motoserra em punho, não é só um vilão — é o rosto da violência bruta, sem explicação ou redenção.

O que torna o filme tão poderoso e digno do primeiro lugar é justamente sua crueza. Com fotografia granulada, atuações intensas e uma sensação constante de pânico, Massacre parece mais um documentário enlouquecido do que um longa de ficção.

A violência física raramente é mostrada de forma explícita, mas o desconforto é absoluto, um ataque sensorial que mistura calor, gritos e loucura. De mexer com o psicológico! Antes mesmo de “slasher” virar um termo consagrado, O Massacre da Serra Elétrica já trazia o assassino mascarado, a final girl e a matança progressiva. Mas seu legado vai além: é o filme que arrancou o verniz do terror e expôs sua carne crua. — A. C.

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Angelo Cordeiro é repórter do núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo. Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas, escreve sobre filmes desde 2014. Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Pisciano, mas não acredita em astrologia. São-paulino, pai de pet e cinéfilo obcecado por listas e rankings.
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