"MORTE DIGNA"

Ozzy Osbourne defendia a eutanásia: ‘Prefiro morrer a viver com tubos’

Anos antes de seu falecimento, o ícone do heavy metal, cantor falou abertamente sobre eutanásia e defendeu o direito à morte digna

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Ozzy Osbourne defendia a eutanásia: 'Prefiro morrer a viver com tubos'
Ozzy Osbourne defendia a eutanásia: 'Prefiro morrer a viver com tubos' - Alex Pantling/Getty Images

Morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos, o cantor Ozzy Osbourne, ícone do heavy metal e uma das figuras mais marcantes da história do rock. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.

Ao longo da carreira, Ozzy foi vocalista do Black Sabbath e também construiu uma trajetória solo repleta de sucessos, escândalos e momentos de superação. Mas, além da música, ele também se destacou por declarações contundentes sobre temas delicados — entre eles, o direito à morte digna.

Em entrevista concedida em 2014, o cantor afirmou ser a favor da eutanásia em casos de condições irreversíveis:

“Se eu não conseguir mais me alimentar, me limpar ou sair da cama, prefiro que alguém simplesmente me diga: ‘Ozzy, você viveu uma vida boa. Descanse em paz’, e me dê uma injeção letal. Estou falando sério. Prefiro morrer a viver com tubos enfiados no corpo e sem poder fazer nada sozinho.”

Nos últimos anos, Ozzy enfrentou o Parkinson e passou por diversas cirurgias. O tema da eutanásia foi discutido abertamente com sua esposa, Sharon Osbourne. Segundo ele, os dois compartilhavam da mesma visão:

“Já falei sobre isso com a Sharon. Ela também disse que não quer ser mantida viva artificialmente. A gente pensa igual nesse sentido.”

Sharon também comentou, na época:

“Nós acreditamos 100% na eutanásia. Eu vi meu pai se deteriorar em uma velocidade tão rápida que ele se tornou uma casca dele mesmo, babando, usando fraldas e amarrado a uma cadeira de rodas porque ele não se lembrava que não podia mais andar.”

Mesmo polêmico ao longo da carreira, Ozzy demonstrava clareza ao abordar o fim da vida: “Não quero ser um fardo para ninguém. Quero sair com dignidade.”

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Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
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