CRÍTICA

Início de ‘Alien: Earth’ homenageia o clássico, mas já demonstra a que veio

Com dois episódios disponíveis no Disney+, Alien: Earth pede licença, reverencia seus antecessores, mas já dá indícios de uma história mais original

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Início de 'Alien: Earth' homenageia o clássico, mas já demonstra a que veio
Início de 'Alien: Earth' homenageia o clássico, mas já demonstra a que veio - Reprodução

Os fãs da franquia Alien finalmente poderão lidar com o Xenomorfo por mais tempo! Alien: Earth é a primeira série feita para a TV (e Disney+) sobre essa criatura amedrontadora e agora o processo é inverso: é ele quem está na Terra

A trama segue Wendy (Sydney Chandler, Não Se Preocupe, Querida), um ser sintético híbrido com consciência humana, que lidera uma equipe de soldados em uma missão crucial para investigar a queda de uma nave alienígena na Terra. Pelo menos, é isso que entendemos bem no comecinho, mas, a série já demonstra que pretende explorar uma ficção-cientifica mais filosófica (ao estilo Blade Runner). Basta observar a introdução da Prodigy Corporation e de seu fundador, Boy Kavalier (Samuel Blenkin, Mickey 17), que já se mostram fundamentais para a história.

No início, quem já conhece o estilo de Noah Hawley pode sentir uma atmosfera semelhante à da série Legion. O ritmo da narrativa é mais lento e arrastado do que o habitual, o que abre espaço para debate: trata-se de uma escolha criativa ou de uma necessidade para alongar os episódios? De qualquer forma, isso se torna um pouco cansativo no primeiro capítulo, que chega a provocar sono, mas no segundo a trama flui bem melhor (talvez pela dose de sanguinolência trazida pelo alien).

O roteiro também apresenta um detalhe importantíssimo: a priore nos é apresentado que os sintéticos não conseguiriam desenvolver sentimentos ou emoções próprias, mas após Wendy demonstrar uma preocupação excedente pelo seu irmão, Kavalier aprova a missão de resgate apenas para ver aonde essa “ideia fora da curva” pode levar. Destaque para a atuação de Samuel, que transforma (para seu personagem) essa missão em um grande “Natal”, cheio de encantamento e novidades para explorar. 

Além disso, nos primeiros episódios, os diretores Noah e Dana Gonzales (Fargo) honram o universo de Ridley Scott e H.R. Giger ao criarem uma ambientação e visuais totalmente fiéis ao original. A claustrofobia, a tensão, os efeitos práticos e até referências diretas às situações vividas por Ripley e sua tripulação estão presentes no início da história de Alien: Earth. No episódio 2, em particular, o foco no prédio destruído pela nave e o rastro de mortes deixado pelo Xenomorfo e pelas outras espécimes (não podemos esquecer delas!) já nos solidariza com os grupo de resgate e com a própria Wendy. 

Agora, é esperar para ver até onde a Prodigy e a Weyland-Yutani estão dispostas a ir diante dos horrores que caíram na Terra e se a série terá coragem de manter a estética brutal e inquietante que fez do universo Alien um ícone da ficção científica. 

LEIA TAMBÉM: Quem é Boy Kavalier, o fundador da Prodigy Corp em ‘Alien: Earth’?


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Jornalista em formação pela Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo, Giulia Cardoso começou em 2020 como voluntária em portais de cinema. Já foi estagiária na Perifacon e agora trabalha no núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo.
TAGS: alien, Alien: Earth, Disney+, noah hawley, Ridley Scott