PREMIAÇÃO

YouTube negocia direitos de transmissão da cerimônia do Oscar

Plataforma do Google quer levar a maior premiação do cinema para o ambiente digital, desafiando a hegemonia da TV aberta nos EUA

Angelo Cordeiro (@angelocordeirosilva)

YouTube negocia direitos de transmissão da cerimônia do Oscar
YouTube negocia direitos de transmissão da cerimônia do Oscar - Kevin Winter/Getty Images

O YouTube iniciou negociações com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para adquirir os direitos de transmissão do Oscar, a mais importante cerimônia de premiação da indústria do cinema. A informação foi revelada pela Bloomberg no último domingo (17).

As conversas estão sendo conduzidas pelo CEO do YouTube, Neal Mohan, que teria discutido a proposta com executivos de entretenimento durante a Conferência de Mídia e Tecnologia Allen & Co., realizada em 9 de julho, em Sun Valley, Idaho.

Movimento ousado

Se concretizado, o acordo representaria uma ruptura histórica. A cerimônia é transmitida pela televisão norte-americana há décadas, com exclusividade atual da rede ABC, que detém os direitos até 2028 e também exibe o evento no streaming pelo Hulu.

O interesse do YouTube segue a estratégia da plataforma de ampliar sua presença em eventos ao vivo. Nos últimos anos, a empresa já investiu pesado em transmissões esportivas, incluindo a compra dos direitos do NFL Sunday Ticket, além de disputas por outras competições.

Para especialistas, levar o Oscar para o YouTube significaria um passo ousado rumo ao futuro do audiovisual: “Supplantar a ABC e a Disney como a casa oficial da maior premiação de Hollywood seria um choque para a indústria, além de um recado poderoso”, apontou a Bloomberg.

Impacto no público e na indústria

A possível migração para o digital ocorre em meio à queda de audiência da premiação na TV aberta. O YouTube, por outro lado, é hoje a plataforma de vídeo mais assistida do mundo e poderia oferecer ao Oscar alcance global imediato, algo que nenhuma emissora tradicional consegue competir.

Ainda assim, o cenário é incerto. Além do Google, Netflix, Amazon, Comcast (NBCUniversal) e Paramount (CBS) também estariam interessadas nos direitos de exibição. Muitas dessas empresas possuem tanto redes de TV quanto serviços de streaming, além de grandes estúdios de cinema — o que pode pesar na decisão da Academia.

Valores e formato indefinidos

Até o momento, não há detalhes sobre valores ou sobre o formato da transmissão no YouTube. Também não está claro se a Academia consideraria abrir mão de um modelo de TV aberta para abraçar totalmente o digital. Nem o Google nem a Academia se pronunciaram oficialmente sobre as negociações.

Fonte: Bloomberg

LEIA TAMBÉM: Sydney Sweeney fracassa nas bilheterias americanas após campanha polêmica

Angelo Cordeiro é repórter do núcleo de cinema da Editora Perfil, que inclui CineBuzz, Rolling Stone Brasil e Contigo. Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas, escreve sobre filmes desde 2014. Paulistano do bairro de Interlagos e fanático por Fórmula 1. Pisciano, mas não acredita em astrologia. São-paulino, pai de pet e cinéfilo obcecado por listas e rankings.
TAGS: oscar, YouTube