Apple Music facilita migração de playlists do Spotify nos EUA
Ferramenta de transferência oficial chega ao mercado americano após teste na Oceania, intensificando guerra dos streamings
Daniela Swidrak (@newtango)
A Apple expandiu sua ferramenta oficial de transferência de playlists para EUA, Reino Unido, México, Canadá, França, Brasil e Alemanha. A funcionalidade permite migrar música salva, álbuns e playlists do Spotify e outros serviços diretamente para o Apple Music através de parceria com a SongShift.
Inicialmente testada na Austrália e Nova Zelândia em maio de 2025, a ferramenta é acessada pelo menu “Transfer Music from Other Music Services” nas configurações do app Music ou via music.apple.com. Anteriormente, usuários dependiam de apps externos como Soundiiz, TuneMyMusic e FreeYourMusic.
A Apple quebra tradição de ecossistema fechado ao facilitar migração de usuários de plataformas concorrentes. A parceria com a SongShift integra a funcionalidade diretamente no app, eliminando necessidade de ferramentas externas. Usuários podem transferir através do iPhone, iPad ou web, com limitações técnicas variando entre diferentes catálogos.
A estratégia visa atrair usuários do Spotify eliminando principal obstáculo à migração: perder playlists curadas ao longo dos anos. A expansão para mercados principais como Estados Unidos e Brasil indica que a Apple considera a ferramenta madura após período de testes.
Para usuários considerando mudança de plataforma, a ferramenta remove fricção significativa ao permitir preservar bibliotecas musicais construídas em outros serviços. A funcionalidade demonstra que a Apple reconhece importância de facilitar transições entre plataformas para competir efetivamente no mercado saturado de streaming musical.
O lançamento coincide com êxodo de artistas indie-rock do Spotify. Hotline TNT se tornou a mais recente banda a abandonar a plataforma, afirmando em comunicado que “os valores da empresa não se alinham com os da banda”. King Gizzard & the Lizard Wizard, Xiu Xiu e Deerhoof também seguiram o mesmo caminho. Embora o Spotify há tempos gere descontentamento por royalties baixos, esta onda de saídas foi motivada por descobertas sobre o fundo de venture capital Prima Materia do CEO Daniel Ek, que investe pesadamente na controversa empresa de defesa Helsing, especializada em tecnologias militares baseadas em inteligência artificial.
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