LISTA

Os 10 rappers mais influentes do século XXI segundo a Revista Vibe

A revista destaca os artistas que mudaram o som, o estilo e o alcance do hip hop nas últimas duas décadas

Kadu Soares (@soareskaa)

Rappers
Lista da Vibe destaca artistas que redefiniram o hip-hop nas últimas décadas, de Lil Wayne a Jay-Z, passando por Drake e Kanye West (Fotos: Getty Images)

Na última quinta, 30, a Revista Vibe listou os rappers que tiveram impacto no século XXI, não apenas em vendas ou prêmios, mas em cultura, estética, linguagem e modelo de carreira.

Não se trata apenas de quem vendeu mais ou fez mais clipes, mas de quem redefiniu o que rap podia ser, quais públicos podia alcançar e como o gênero se entrelaçava com moda, internet, negócios e identidade. A Vibe leva em consideração longevidade, consistência, influência sobre artistas subsequentes e inovação na forma de criar e distribuir música.

Para quem acompanha o hip hop, essa lista serve como um mapa de referência: os nomes nela aos poucos formaram a corrente principal à qual muitos novos artistas agora se conectam. A seguir, confira os 10 escolhidos pela Vibe — em ordem do 10º ao primeiro — com minibiografias e os motivos pelos quais cada um foi incluído.

Mas antes da lista começar, a revista lembrou das menções honrosas (sem ordem específica): OutKast, Little Brother, Kendrick Lamar, Eminem e XXXTentacion.

Agora sim, a lista:

10. Jay-Z

Shawn Carter já era uma figura estabelecida antes do século 21, mas segundo a Vibe, sua influência nessa era está no modo como ele elevou o rap a um modelo de artista-empresário global, construindo marcas, selos e narrativas que foram copiadas por gerações.

Ele reinventou a linguagem do sucesso urbano, provando que o rapper podia comandar tanto o microfone quanto o mercado e ainda influenciar o estilo, o luxo e a ambição de outros artistas.

9. Soulja Boy

Soulja Boy mudou o jogo ao antecipar a era digital: sua viralidade no MySpace, YouTube e nas redes sociais inaugurou um caminho que se tornaria norma para novos rappers. A revista o cita por “mostrar como se faz burburinho e cultura com pouca estrutura — e por abrir portas para o rap-internet”.

Sua Crank That virou fenômeno global antes mesmo de plataformas de streaming dominarem, e o modelo faça-você-mesmo que ele popularizou ressoa até hoje no rap independente.

8. Chief Keef

Keith Cozart, ainda muito jovem, trouxe a brutalidade e a estética do drill de Chicago para o mainstream. A Vibe o reconhece como “um dos primeiros a provar que o som de rua cru podia influenciar artistas de topo e moldar um novo dialeto do rap”.

Mesmo com discografia irregular, seu impacto estilístico, no flow, nos ad-libs, na produção, virou referência para uma geração inteira de trap.

7. Gucci Mane

Radric Davis foi citado pela revista por sua persistência, seu papel como mentor e o fato de ter ajudado a formar o “trap” como conhecemos — do sul dos EUA para o mundo. A Vibe afirma que ele “civilizou o caos do rap de rua em ponte para a cultura mainstream”.

Além disso, seu estilo de mixtape, alianças e a prolífica produção pessoal criaram um legado de influência que vai além das suas faixas de rádio.

6. Young Thug

Jeffery Williams é apontado pela Vibe como um dos criadores da “língua estética” moderna do trap, vocais arriscados, melodias fragmentadas e fluidez entre cantar e rimar. A revista diz que ele “abriu a porta para o rap de emoção, fluxo e voz como instrumento”.

Sua influência aparece não apenas em rappers, mas em cantores que agora veem o rap como canto e não só como versos — uma mudança de paradigma.

5. Nicki Minaj

Nicki Minaj atende como a mais poderosa voz feminina no rap do século 21. Está aqui por “quebrar tetos, dominar visualmente o rap, vender milhões e abrir caminho para mulheres no gênero”.

Sua versatilidade fez dela modelo para uma nova geração de artistas femininas, mudando o que se considera possível para mulheres no rap.

4. Future

Nayvadius Wilburn é destacado por popularizar o rap melódico, a “emo-trap” e o uso de autotune como expressão estilística e emocional. A Vibe o credita com “ter redefinido o padrão tonal do rap moderno, provando que tristeza e trap podiam coexistir”.

Se antes o rap era “rimar pra cima”, ele mostrou que rimar pra dentro podia alcançar igual visibilidade, e influenciar tantas das batidas e atmosferas que ouvimos hoje.

3. Drake

Aubrey Graham combina rap, R&B, pop e negócios de maneira exemplar. Na visão da revista, ele “criou o modelo do superartista do século 21: hitmaker, narrador de vulnerabilidade, magnata cultural”.

Suas dezenas de hits, conexões globais e habilidade de se adaptar (e ditar) tendências garantem que este artista tenha dominado o hip hop e expandido seu alcance mundial.

2. Kanye West

Kanye West aparece na segunda posição da lista da Vibe como “um dos designers do rap moderno”: produtor, performer, estilista, disruptor. A revista aponta que ele “estendeu o rap para arte, moda e mídia como poucos”.

Seus álbuns definiram marcos, como 808s & Heartbreak (2008) e My Beautiful Dark Twisted Fantasy (2010), e seu impacto vai da batida ao silêncio, da extravagância à introspecção, uma influência que reverbera até nas fórmulas mais jovens do rap.

1. Lil Wayne

No topo da lista está Dwayne Carter Jr., para a Vibe, o artista que “mudou o que o rap poderia fazer por si mesmo e pelo mundo”. Eles destacam sua prolífica era de mixtape, como Da Drought 3 (2007), o uso do autotune antes da corrente principal e a ascensão que abriu portas para o “rap-manuscrito online”.

Lil Wayne reinventou o flow, o repertório de referência dos jovens MCs, e assinou colaborações e esqueletos estilísticos que hoje aparecem no Instagram, TikTok e nos novos rappers — por isso, segundo a Vibe, ele é o mais influente do século 21 até agora.

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Kadu Soares é formando em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, passa o dia consumindo música, esportes, filmes e séries. Possui um perfil no TikTok e um blog no Substack, onde faz reviews de projetos musicais.
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