Conheça Mira Nair, mãe do prefeito eleito de Nova York e diretora indicada ao Oscar

Mira Nair, mãe do recém-eleito prefeito de Nova York, Zohran Mamdani, é uma das vozes mais celebradas do cinema indiano, reconhecida por retratar com sensibilidade temas como identidade, desigualdade e migração. Indicada ao Oscar e vencedora do Leão de Ouro em Veneza, ela construiu uma carreira marcada pela coragem artística e pelo compromisso em contar histórias de quem raramente é ouvido.

Nascida em 1957, na cidade de Rourkela, no leste da Índia, Mira Nair estudou sociologia e ganhou uma bolsa para Harvard, onde começou a se interessar por cinema documental. Sua estreia em longas, Salaam Bombay! (1988), foi um marco: o retrato poético e cru da vida de crianças em situação de rua em Bombaim rendeu-lhe a Caméra d’Or e o Prêmio do Público no Festival de Cannes, além de uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional e ao Bafta. “A maior convicção veio da vida dessas crianças. Elas querem viver plenamente e não sentem pena de si mesmas”, disse a diretora à Reuters em 2013.

Em 2001, Mira também chamou a atenção mundial com Casamento à Indiana, uma vibrante celebração das tradições e contradições de seu país, vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza e indicada ao Globo de Ouro, ao Bafta e ao Critics Choice. Outros títulos de destaque em sua filmografia incluem Mississippi Masala (1991), protagonizado por Denzel Washington e Sarita Choudhury; Amelia (2009), cinebiografia estrelada por Hilary Swank e Richard Gere; e Queen of Katwe (2016), da Disney, sobre uma jovem ugandense campeã de xadrez.

Durante as filmagens de Mississippi Masala, Mira Nair conheceu o antropólogo indiano Mahmood Mamdani, com quem se casou e teve Zohran. O filho cresceu entre Uganda, África do Sul e Estados Unidos, muitas vezes acompanhando a mãe nos sets. Ele chegou a colaborar em Queen of Katwe, compondo parte da trilha sonora sob o nome artístico Young Cardamom. “É realmente uma loucura quando sua mãe é uma das suas cineastas favoritas”, disse Mamdani em entrevista à City & State. “Ela sempre repetia: ‘Se não contarmos nossas próprias histórias, ninguém mais contará.’”

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