CULTURA

Dica cultural por Criolo: conheça J*Z Sound System

Rapper celebra o coletivo da periferia de Mauá que mantém viva a essência das festas de rua e das origens do rap

Redação

Criolo
Criolo - Foto: divulgação / via Perfexx

O rapper Criolo compartilhou uma dica de suas maiores inspirações recentes à Rolling Stone Brasil: o Zaira Sound System, coletivo que há quase duas décadas movimenta a periferia de Mauá com festas, música e resistência cultural. O artista contou que tem frequentado os eventos e aprendido muito com o grupo, formado no bairro Jardim Zaira, região metropolitana de São Paulo.

“Tenho aprendido muito e ido aos eventos de um coletivo chamado Zaira Sound System”, disse Criolo. “Lá é um sound system do bairro Jardim Zaira, periferia de Mauá. E eles são um sound system já de quase duas décadas”.

 

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O rapper descreve o trabalho do coletivo como um verdadeiro resgate cultural. “São pessoas que fazem um som realmente dentro da cultura, e é um resgate também”, afirmou. Segundo ele, as experiências nas festas de rua têm lhe trazido inspiração e um novo olhar sobre a música e as comunidades que a constroem.

Os sistemas de som móveis ou sound system, originários da Jamaica nos anos 1950, são formados por DJs, seletores e MCs que transformam ruas e praças em pistas de dança. Mais do que eventos musicais, eles carregam uma função comunitária: unir pessoas, amplificar vozes e compartilhar mensagens de resistência.

“O que mais tem feito diferença pra mim ultimamente é uma verdade que acontece dentro desses encontros de sound system e, sobretudo, do Zaira Sound System”, disse. “Tem feito uma grande diferença pra mim”.

As festas do Zaira Sound System, realizadas em ruas e praças do bairro, são conhecidas por valorizar artistas locais e pela potência sonora que remete às origens jamaicanas do movimento. O coletivo promove encontros abertos, onde a música é ferramenta de conexão e memória, com o som ecoando entre becos, vielas e histórias da periferia.

O som que virou origem

Além da dica, Criolo deu aula sobre as raízes do rap e a ligação com a cultura dos sistemas de som móveis: “As festas de rua em Nova York aconteciam por conta da comunidade jamaicana que deixava o sound system na rua”, explicou. Aí nisso nasce o MC, o mestre de cerimônia que vai conversar com as pessoas… antigamente o MC era só o mestre de cerimônia, aquele DJ que conversava com as pessoas, pra depois se transformar naquele que faz o som, que canta, enfim”.

Ao traçar esse paralelo, o artista mostra como o hip-hop nasceu da rua e da coletividade, exatamente como o Zaira Sound System faz hoje no Jardim Zaira. É essa conexão entre passado e presente que, segundo Criolo, mantém viva a essência do rap — feita de som, comunidade e verdade.

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