Patti Smith aos 80 anos: 50 anos de ‘Horses’, novo livro e sample de Rosalía em ‘Lux’
Lenda do punk rock celebra meio século do álbum ‘Horses’, lança memoir ‘Bread of Angels’ e ganha homenagem no novo disco da cantora espanhola
Daniela Swidrak (@newtango)
No programa de Stephen Colbert, Patti Smith se apresentou com “Peaceable Kingdom” em uma versão intimista ao lado de Tony Shanahan. Não há produção grandiosa, não há pirotecnia, apenas sua voz, aquela mesma que em 1975 rasgou as convenções do rock com Horses, agora carregada de décadas de vida vivida. Quando ela chega no momento spoken-word da canção, é impossível não se arrepiar. Aos 79 anos, prestes a completar 80 em dezembro, Patti Smith continua sendo exatamente o que sempre foi: pura poesia.
Esta semana, a artista está onde sempre deveria estar: no centro das atenções. Seu álbum de estreia acaba de completar 50 anos, marco celebrado com uma reedição de aniversário lançada no mês passado. Mas Smith não vive de passado. Seu novo livro de memórias, Bread of Angels, acaba de chegar às livrarias, revelando um capítulo menos conhecido de sua trajetória: os anos em que deixou Nova York para criar uma família com Fred “Sonic” Smith, seu falecido marido. Nas entrevistas recentes, ela fala com uma vulnerabilidade rara sobre o homem que a criou e sobre as escolhas que moldaram sua vida.
O legado de Patti Smith segue vivo em conversas inesperadas entre gerações. Rosalía, uma das artistas mais inovadoras da atualidade, acaba de lançar Lux, álbum ambicioso que inclui na faixa “La Yugular” o sample de um poema que Patti gravou em 1976. A reverência vai e volta: no Instagram, a própria Patti compartilhou que ouviu “100 Horses” do Geese tocando no rádio e escreveu “de repente, me senti otimista”. A banda jovem, claramente influenciada pelo espírito setentista que ela ajudou a criar, estava no ambiente certo na hora certa para tocar a veterana.
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Otimismo. Talvez seja essa a palavra que melhor define o momento de Patti Smith. Oito décadas de vida, meio século desde que mudou o rock para sempre, e ela continua descobrindo, criando, inspirando. Continua sendo a prova viva de que a verdadeira arte não envelhece, apenas se aprofunda.
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