Os 5 melhores momentos do ‘adeus’ do Planet Hemp a SP, segundo crítico da Rolling Stone
Banda levou sua turnê de despedida para o Allianz Parque, em show de 2h30 que contou com participações especiais e altíssimo nível de energia
Igor Miranda (@igormirandasite)
O Planet Hemp se despediu do público de São Paulo no último sábado, 15. A passagem da turnê de despedida “A Última Ponta” pela capital paulista ocorreu no Allianz Parque, contando com uma série de convidados, além de show de abertura do BaianaSystem.
Com mais de 30 músicas tocadas em 2h30 de set, o sexteto composto pelos vocalistas Marcelo D2 e BNegão, o baixista Formigão, o guitarrista Nobru, o baterista Pedro Garcia e o guitarrista/tecladista Daniel Ganjaman percorreu seus 32 anos de história a partir das escolhas de repertório, com músicas de todos os álbuns. Além disso, o grupo apresentou nos telões um espetáculo audiovisual que retratou diferentes momentos da trajetória.

É tarefa hercúlea pinçar destaques individuais de uma performance tão extensa e com tanta informação. Mas o desafio foi aceito e, a seguir, estão listados os 5 melhores momentos do show, na opinião deste que vos escreve.
Os 5 melhores momentos do “adeus” do Planet Hemp a São Paulo
1) O início explosivo
Toda a apresentação do Planet Hemp esteve marcada pelo alto nível de energia e entrega dos músicos envolvidos. Nesse sentido, porém, chamou atenção a catarse coletiva promovida pelas canções que deram início ao set. A faixa escolhida para o “start” foi “Dig Dig Dig (Hempa)”, clássico do álbum de estreia Usuário (1995) tocado sob forte iluminação vermelha, cor utilizada em boa parte da divulgação da tour. Em seguida, um trecho de “Ex-quadrilha da fumaça” — composição do disco A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000) — antecedeu “Fazendo a cabeça”, mais uma de Usuário que deixou ninguém parado. Escolhas gratas para começar a festa.
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2) Emicida e, especialmente, Seu Jorge
Os primeiros convidados do show subiram ao palco antes do cronômetro marcar a primeira hora de set. Emicida e Seu Jorge surgiram, inicialmente, para repetir a parceria já vista no DVD Baseado em Fatos Reais (2024) em “Nunca tenha medo”. Em seguida, Emicida tomou a linha de frente com uma música sua, “AmarElo”, com sample de “Sujeito de sorte” (Belchior). Quando o rapper paulistano deixou o palco, Jorge — que no passado excursionou com o Planet Hemp — sacou sua flauta transversal para uma sofisticada versão de “Biruta”, sucedida pela dobradinha interativa “Cadê o isqueiro?” e “Quem tem seda?”. Fora de série.
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3) A maior roda
A plateia que encheu o Allianz Parque no sábado, 15, também deu show. Seu momento de destaque ocorreu em “100% Hardcore”, pesada música de Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára (1997) que serviu de trilha para a maior e mais intensa roda formada naquela noite. Havia até mesmo sinalizadores e fogos de artifício no meio da pista.
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4) Quem deveria ter estado lá desde o início
A aparição do ex-integrante Black Alien deixou muita gente surpresa, não apenas pela ausência de anúncio prévio. Marcelo D2 deu a entender que o “Mister Niterói” se ofereceu para participar de última hora. Foi muito bem recebido, não apenas por D2, que lhe deu um longo abraço, mas pela plateia. Sem dúvidas, foi o mais aplaudido a pisar no palco do Allianz Parque. Deveria ter estado lá desde a primeira canção.
O rapper de nome Gustavo de Almeida Ribeiro surgiu quando faltavam cinco músicas para o fim do show, mais especificamente em “Contexto”, penúltima antes do bis. E não saiu mais de cena. “Queimando tudo”, que havia sido tocada na primeira hora do set, foi repetida para, agora sim, contar com seu rap. No bis, ainda assumiu o protagonismo em “Deisdazseis” antes do grand finale.

5) A referência
Os veículos de comunicação que cobriram o evento foram informados de que haveria uma participação “surpresa” nas músicas finais, já no bis. Mas ninguém imaginava que seria um artista mencionado antes do início do show. Fatos da primeira metade da década de 1990 eram relembrados no telão — oferecendo o contexto histórico do Brasil em meio à criação do Planet Hemp — quando uma música do Ratos de Porão tocou nos alto-falantes do Allianz Parque. Marcelo D2, com seu microfone nas coxias enquanto o palco ainda era preparado, chegou a citar o nome do grupo como um dos heróis do punk rock nacional.
Mais de duas horas depois, eis que o vocalista João Gordo subiu ao palco para uma versão de “Crise geral” com excelente instrumental assumido pelo Planet Hemp. Devido à forte presença midiática de Gordo desde seus tempos de VJ da MTV Brasil, nem sempre o público parece se lembrar da importância dele e do Ratos para a música pesada nacional. D2, porém, fez questão de recordar tal aspecto ao definir João como “o cara que botou coragem nessa rapaziada aqui”. O cantor, por sua vez, não tirava o sorriso do rosto por estar ali. Permaneceu, com Black Alien, para a canção final do set: “Mantenha o respeito”.
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