'ISSO NÃO VAI MELHORAR'

Vocalista do Deep Purple, Ian Gillan revela perda de 70% da visão

Cantor de 80 anos e ícone do rock pesado conta que vem tendo bastante dificuldade para trabalhar e diz que não está longe de se aposentar

Guilherme Gonçalves

O vocalista Ian Gillan, do Deep Purple, em show no Best of Blues and Rock 2025
O vocalista Ian Gillan, do Deep Purple, em show no Best of Blues and Rock 2025 - Foto: Ellen Artie @ellenartie

Ian Gillan surpreendeu a todos ao revelar que perdeu 70% da visão. O vocalista do Deep Purple e ícone do rock pesado se mostrou desconfortável com a nova condição de saúde — e disse que isso pode fazê-lo, enfim, se aposentar.

Em entrevista à revista Uncut (via Blabbermouth), o cantor de 80 anos contou que está cada vez mais difícil trabalhar, pois não consegue enxergar direito nem mesmo ao usar seu computador pessoal.

Ciente de que sua visão não vai voltar ao que era antes, Gillan afirmou que está tentando se adaptar, apesar das adversidades.

Ele relatou:

“Só tenho 30% da visão. Isso não vai melhorar. Torna a vida misteriosa. A coisa mais difícil é trabalhar no meu laptop. Não consigo ver nada na tela a menos que use minha visão periférica; capto uma linha olhando para ela de lado. Mas você dá um jeito. Você se adapta. Mas é extremamente cansativo. Leva muito tempo para fazer o trabalho.”

Diante dessa situação, Ian Gillan admite que pode finalmente se aposentar. Algo que, provavelmente, levaria também ao fim das atividades do Deep Purple. Segundo o vocalista, ele e a banda não estão muito distantes de “parar”.

“Acho que se eu perder a energia, vou parar. Não quero ser um constrangimento para ninguém. Não estamos longe disso. A idade chega aos poucos — você nem percebe.”

Ian Gillan e Deep Purple no Brasil

Na visita mais recente ao Brasil, o Deep Purple se apresentou na 12ª edição do festival Best of Blues and Rock, na cidade de São Paulo, em junho de 2025.

Em resenha de Igor Miranda para a Rolling Stone Brasil, o show foi elogiado. Nem mesmo a idade avançada dos integrantes tirou o vigor da performance:

“Sim: estes senhores não querem parar. Quatro dos cinco integrantes têm mais de 75 anos (a exceção é o guitarrista recém-integrado e 100% hard rocker Simon McBride), mas sentem — e sabem — que ainda têm muito a oferecer. Num ritmo de trabalho de dar inveja a qualquer garotão, eles fizeram 65 shows por todo o planeta em 2024. Em média, uma apresentação a cada 5 dias. Considere as longas viagens nesses intervalos junto à idade avançada e fique tão impressionado como eu.”

O texto acrescenta:

“Nada disso, aliás, afeta o espetáculo. Com mais de 55 anos de carreira, o Deep Purple ainda entrega uma performance digna de nota. Fecharam o domingo, 15, quarto e último dia de Best of Blues and Rock, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, com um passeio formidável por seus grandes clássicos e por canções que talvez merecessem mais atenção em meio ao público geral.”

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Guilherme Gonçalves é jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e atua no jornalismo esportivo desde 2008. Colecionador de discos e melômano, também escreve sobre música e já colaborou para veículos como Collectors Room, Rock Brigade e Guitarload. Atualmente, é redator em IgorMiranda.com.br, revisa livros das editoras Belas Letras e Estética Torta e edita o Morbus Zine, dedicado a resenhas de death metal e grindcore.
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