Swifties e robôs de IA inspiram o Dicionário Cambridge a eleger “Parasocial” como a palavra do ano
O dicionário cita picos de buscas após o noivado de Taylor Swift com Travis Kelce, uma interação viral do streamer iShowSpeed e controvérsias envolvendo chatbots de IA
Larisha Paul
O Dicionário Cambridge define “parasocial” como “relacionado a uma conexão que alguém sente entre si e uma pessoa famosa que não conhece, um personagem de um livro, filme, série de TV, etc., ou uma inteligência artificial”. Agora, o termo também pode ser definido como a Palavra do Ano de 2025 do dicionário — graças, pelo menos em parte, ao noivado de Taylor Swift com Travis Kelce, ao streamer iShowSpeed bloquear uma fã exagerada e às controvérsias generalizadas envolvendo chatbots de IA.
“À medida que as redes sociais intensificam a sensação de intimidade que fãs têm com suas celebridades adoradas — e com o aumento da popularidade de companhias de IA que podem assumir personalidades — a palavra para esses relacionamentos unilaterais, parasocial, está vivendo seu próprio momento”, escreveu o Dicionário Cambridge em um panorama sobre o desenvolvimento do termo na cultura ao longo do ano.
Segundo o relatório, as buscas por “parasocial” dispararam em junho, quando iShowSpeed — nomeado pela Rolling Stone como o criador mais influente de 2025 — bloqueou uma conta de fã no X que havia publicado um longo fio sobre seu relacionamento passado. A compilação de posts fazia suposições sobre sua vida privada, o que sua família pensava de sua ex-parceira, e outras observações invasivas apresentadas como fato. Quando iShowSpeed bloqueou a conta, que se descrevia como a “parasocial número 1” do criador, o usuário suplicou: “Eu apago o tweet, por favor me desbloqueia, estou literalmente tremendo sem parar, por favor, eu vou parar.”
Outro pico ocorreu em agosto, quando Swift e Kelce anunciaram o noivado após dois anos de namoro. “Sua professora de inglês e seu professor de educação física vão se casar”, escreveu o casal em um post conjunto no Instagram. A mensagem refletia, de forma bem-humorada, a relação pessoal que alguns Swifties sentem com a artista, tendo acompanhado as altas e baixas de seus relacionamentos ao longo de quase duas décadas por meio de sua música. “Taylor Swift está noiva e eu nunca me senti tão parasocial por alguém”, dizia um post viral. Outros fãs publicaram vídeos chorando de alegria, enquanto pessoas que acreditam que Swift é secretamente gay divulgaram ainda mais teorias conspiratórias.
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No mesmo mês, procuradores-gerais de 44 estados assinaram uma carta aberta alertando empresas de IA sobre os perigos dos “relacionamentos parasociais com chatbots”, especialmente no que diz respeito a crianças. Isso ocorreu após relatórios internos da Meta revelarem que a programação em sua tecnologia de inteligência artificial no Facebook permitia que chatbots “envolvessem uma criança em conversas românticas ou sensuais”, segundo a Reuters. Conforme o ano avançou, programas de IA — incluindo o ChatGPT da OpenAI e o Character.ai da Character Technologies, entre outros — foram vinculados a casos perturbadores de automutilação e suicídio entre jovens usuários.
“É interessante do ponto de vista linguístico porque o termo fez a transição de um conceito acadêmico para algo usado por pessoas comuns em seus posts nas redes sociais”, afirmou Colin McIntosh, editor-chefe do Dicionário Cambridge, no relatório. “E também captura o zeitgeist de 2025, enquanto o fascínio do público por celebridades e seus estilos de vida continua atingindo novos patamares.”
No início do ano, o Dicionário Cambridge adicionou “Skibidi”, “Tradwife” e “Delulu” ao seu léxico. Olhando adiante, o relatório afirma que também acompanhará termos como “Glazing”, “Vibey” e “Bias”, este último no sentido de “o objeto da adoração de um fã”, popularizado pelos fãs de K-pop.
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