EXEMPLO

A primeira mulher a inspirar Hayley Williams em turnê com Paramore

As duas artistas se conheceram durante uma edição da Warped Tour na qual eram das poucas mulheres que faziam parte da programação do festival

Pedro Hollanda

A cantora Hayley Williams, do Paramore, em 2024
A cantora Hayley Williams, do Paramore, em 2024 - Foto: Edward Berthelot / Getty Images

Hayley Williams pertence à conversa das maiores vocalistas do século 21, mas quando o Paramore começou, ela era apenas uma adolescente cercada por homens. E a inspiração para transcender seus arredores veio via Joan Jett.

Em entrevista ao podcast Good Hang, apresentado por Amy Poehler (via Far Out), Williams falou sobre seus primórdios na indústria. Segundo a cantora, ver a ex-integrante do The Runaways ao vivo na Warped Tour de 2007 – onde as duas eram das poucas mulheres na programação – lhe ajudou muito a compreender sua identidade como entidade ao vivo.

Ela falou:

“Eu os assistia sempre que podia. Acabamos juntas numa sessão de fotos para a Billboard, acho. Eu beijei ela na bochecha e lembro de pensar: ‘Eu amo ela’. Eu não sabia nada sobre ela além dela fazer parte do The Runaways, e eu tinha um pôster da banda na parede do quarto quando era adolescente.

Eu gostava da masculinidade dela. Eu gostava que ela não tinha vergonha de ter esse lado como mulher, e ela era muito sexy também. Ela foi a primeira artista mulher que estava perto de mim por bastante tempo no começo da minha carreira.”

A vocalista do Paramore – que lançou recentemente seu terceiro álbum solo, Ego Death at the Bachelorette Party (2025) – também refletiu a respeito de como era ser uma garota adolescente na cena punk e indie do início dos anos 2000. Segundo Hayley, os perigos presentes a fizeram suprimir sua feminilidade.

“A era na qual a gente cresceu foi um tempo na cultura que acho que muitas conversas já estavam acontecendo. Mas eu acho que quando entrei no mundo das bandas, da música, o clima, especialmente nos subgêneros de punk e indie, não era muito seguro para uma garota jovem. Talvez se eu fosse uma mulher mais velha teria me sentido diferente, mas eu evitei qualquer aspecto meu que fosse remotamente feminino. Eu não sabia disso, mas me machucou bastante. Fiz isso comigo mesma, ninguém me pediu.”

Hayley ainda destacou que toda essa situação resultou em composições sob um ponto de vista mais neutro para não dar o menor sinal de ser, no fundo, uma garota jovem. Demorou até o quarto álbum do Paramore, Paramore (2013), para ela se sentir confortável em brincar com seu lado feminino, sem a vergonha de antes.

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Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como IgorMiranda.com.br, Scream & Yell e Rock'n'Beats.
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