What We Saw from the Cheap Seats
Regina Spektor
Will Hermes
Musa indie cria canções pessoais nem sempre sérias
As melodias de Regina Spektor são forjadas no piano, têm uso de beatboxing e falam de mágoa, mas seus vocais parecem ter saído de um desenho animado. Com esses ingredientes, ela se tornou a Joni Mitchell de sua geração: uma cantora-compositora que prega verdades emocionais em meio a gozações. Este seu novo álbum é ainda mais coeso do que Far, de 2009. Se bobear, é o melhor trabalho da cantora. Principal prova: “Firewood”, que trata uma doença mortal (um tema recorrente para Regina) com surrealismo elegante; nela, Regina diz a um camarada: “Erga-se de sua fria cama de hospital/estou falando, você não está morrendo”. “Ballad of a Politician” se destaca como uma sátira política afiada. Mesmo as canções supostamente menos sérias têm suas recompensas. “Oh Marcello” é uma narrativa mafiosa com sotaques ultrajantes e emoção verdadeira; “All the Rowboats”, que denuncia os museus como “mausoléus públicos”, é algo revelador, vindo de alguém que abandonou o universo da música clássica. Ainda mais autêntica é “Small Town Moon”, que usa deliciosas metáforas para passar esta mensagem: siga com suas fontes de inspiração, dane-se o que aconteça. Da nossa parte, continuamos esperando que Regina nunca pare.
Fonte: Warner