O Rei da Ostentação

Conheça o diretor de clipes KondZilla, que emplacou três vídeos entre os dez mais vistos do YouTube em 2012

Marcos Lauro

KondZilla foi visto por milhões de pessoas na web
KondZilla foi visto por milhões de pessoas na web - Divulgação

Nos últimos dias de dezembro, o YouTube divulgou a lista dos vídeos mais assistidos no Brasil em 2012. E, dentro da lista de dez vídeos, havia três com a assinatura do mesmo diretor de clipes: KondZilla. Ele é Konrad Cunha Dantas, nascido no Guarujá, litoral paulista. A especialidade dele é fazer clipes de funk, mais especificamente de “funk ostentação”, estilo de sucesso não só no litoral, mas também na periferia da capital paulista. Estão lá os carrões importados, motos esportivas e algumas locações são grandes casas com piscina. “Todos nós somos personagens, até eu”, explica o diretor de 24 anos. “A gente trabalha com os sonhos dos outros, de quem ouve o som.”

Konrad perdeu a mãe há quatro anos e, com o dinheiro do seguro de vida dela, comprou uma câmera Canon 5D e veio para São Paulo para fazer cursos de marketing e cinema. “Percebi que não tinha ninguém fazendo bons vídeos de funk”, diz. O que tinha no YouTube era feito por fãs ou parecia slide”, conta.

O clipe mais bem colocado na lista do YouTube é “Onde Eu Chego Paro Tudo”, do MC Boy do Charmes, que fechou o ano na quarta colocação – os outros são “Plaquê de 100”, do MC Guimê, em quinto, e “Como É Bom Ser Vida Loka”, do MC Rodolfinho, em sétimo. “Tem quase R$ 2 milhões nesse vídeo de ‘Onde Eu Chego…’, juntando os carros, jet ski, motos e apartamentos. Isso ainda não tinha acontecido num clipe de funk do Charmes, que já passou das 22 milhões de visualizações no clipe.

A curta carreira de KondZilla já soma 70 vídeos, sendo 55 de funk. Ele trabalha com um orçamento que varia entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. “A gente pergunta a verba que o artista tem e faz o roteiro”, conta. O diretor aposta na qualidade para divulgar o seu trabalho e o dos MCs. “No começo, tive que pegar leve na produção. O público não entenderia uma mudança grande de qualidade. Hoje já é o contrário, o público cobra muito. Precisamos doutrinar quem assiste, ensinar o que é cinema, o que é um vídeo profissional”, diz ele, que teve pelo menos uma figura muito inspiradora: “Trabalhei na produtora do Pico Garcez, que foi para a Bahia, pirou com o axé e começou a fazer clipes usando linguagens que o axé ainda não tinha experimentado. Quero ser o Pico Garcez do funk”. O trabalho mais recente de KondZilla com Pico foi a finalização do clipe de “Água”, de Claudia Leitte.

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