Esperado confronto de Batman vs Superman: A Origem da Justiça tem espetáculo de sobra
Filme dirigido por Zack Snyder estreia no Brasil nesta quinta, 24
Paulo Cavalcanti
No universo cinematográfico que adapta as histórias dos heróis das HQs, a Marvel vem dominando nos últimos anos. Os filmes individuais de personagens como Capitão América e Homem de Ferro batem recordes de bilheteria e o fenômeno se repete quando eles e outros estão todos juntos em Os Vingadores. A concorrente DC Comics, pretendendo recuperar o tempo perdido, anunciou que iria juntar em um mesmo longa seus dois maiores super-heróis. Depois de intensa especulação, a existência de Batman vs Superman: A Origem da Justiça virou uma realidade, mas também uma temeridade – muitos achavam que o resultado final não iria corresponder à tamanha expectativa. A produção estreia nesta quinta, 24, no Brasil, mas é bom comprar o ingresso antecipadamente: o filme dirigido por Zack Snyder é realmente um evento imperdível.
O ponto de partida está situado tempos depois do confronto entre o Superman (Henry Cavill) e o vilão Zod (Michael Shannon) em O Homem de Aço (2013). No embate, boa parte da cidade de Metropolis foi arrasada. A trágica perda de vidas deixou muita gente indignada, começando a achar que o Superman não passava de um encrenqueiro poderoso que brincava de agir como Deus. Dentre eles está o bilionário Bruce Wayne (Ben Affleck), que coloca o Homem de Aço na mira de seu alter ego Batman. Depois de mais um incidente em que Superman é tido como o principal causador de várias mortes, a cabeça dele começa a ser cobiçada pelas autoridades e pela sociedade. Agora, quem por trás da movimentação é Lex Luthor (Jesse Eisenberg), um jovem bilionário filantropo com tendências psicóticas. Ele tem questões para resolver com o Superman e, de quebra, também quer levar a humanidade para o abismo. No meio de muitas reviravoltas, revelações e surpresas, heróis, antagonistas e vilões partem para um confronto final.
Um das perguntas que todo fã de quadrinhos faz é: quem seria mais poderoso, Batman ou o Superman? O filme finalmente responde a esta pergunta, colocando lado a lado (ou melhor, frente a frente) todas as habilidades e vulnerabilidades de cada um. A épica luta entre os dois é de perder o fôlego. O longa também joga habilmente com as dualidades existentes entre os personagens. O Superman, sempre vindo dos céus, é a luz, o incompreendido salvador abnegado. Já o justiceiro Batman, sempre espreitando nas trevas, pode ter causas nobres, mas para cumpri-las não hesita em ser sádico ou violento.
O filme começa relativamente lento e com pouca ação, servindo para a introdução dos personagens e de seus motivos pessoais e psicológicos. O tom segue sombrio, mas tudo vai crescendo e os embates finais, explosivos e frenéticos, fazem valer o ingresso. A entrada espetacular da Mulher Maravilha (Gal Gadot) em meio à ação é de aplaudir em pé. Henry Cavill se mostra cada vez mais à vontade como Superman. Ben Affleck, muito criticado quando foi escalado para viver Batman, pode mandar os críticos passearem. Como Batman/Bruce Wayne, ele tem toda a presença e implacabilidade que o personagem pede. O elenco de apoio também é de primeira, incluindo os veteranos Holly Hunter, Jeremy Irons (como Alfred, o faz-tudo de Batman) e, principalmente, Laurence Fishburn vivendo o sarcástico Perry White, editor-chefe do jornal Planeta Diário, onde trabalha Clark Kent/Superman.
O mais importante é que Batman vs Superman: A Origem da Justiça deve fazer sucesso merecidamente. O final deixa claro algo que já foi anunciado, que várias sequências ainda virão pela frente, trazendo outros personagens da DC como o Aquaman e o Cyborg. Mesmo sendo espetacular do começo ao fim, Batman vs Superman: A Origem da Justiça é um mero aperitivo. A Liga da Justiça começa a tomar forma com este filme.