Exclusivo: Charlie & os Marretas flerta com o funk no single “Coração Quadril”
Banda paulista adianta ecletismo do segundo disco da carreira, chamado Morro do Chapéu, que está em campanha de crowdfunding
LUCAS BRÊDA
Por Lucas Brêda
“Coração quadril/ Melhor remédio nunca existiu”, diz o refrão do novo single do Charlie & Os Marretas, “Coração Quadril”. Musicalmente, a música evoca as batidas e as rimas descaradas do funk brasileiro, mas a cama de sintetizadores e a poesia entregam: é mais uma amostra da sonoridade despojada e irreverente do grupo paulista do selo Risco.
O Charlie & Os Marretas ainda está trabalhando o primeiro disco, autointitulado, lançado em 2014, mas começa a avistar o álbum sucessor, chamado Morro do Chapéu e anunciado com uma campanha de financiamento coletivo. O crowdfunding fica no ar até 7 de outubro, véspera do show de lançamento do segundo disco da banda, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
“Coração Quadril”, a propósito, adianta um dos aspectos do novo trabalho: a diversidade sonora. “Morro do Chápeu é um disco bem mais eclético que nosso primeiro”, adianta o baixista da banda, Guilherme Giraldi. “Não quisemos ficar restritos a um estilo e suas vertentes, também não fazia mais sentido para a banda.”
Se o álbum Charlie & Os Marretas e o single seguinte, “O Trem”, eram calcados em uma abordagem dançante e retrô – remetendo ao funk dos anos 1970 e à soul music –, o sucessor tem um pé na música pop. “Todos nós escutávamos muito funk 70s e essa era a grande referência de música dançante”, diz. “Neste intervalo, começamos a escutar muito mais outros grooves e abrimos bastante os ouvidos para a música pop.”
Para o baixista – e como é perceptível em “Coração Quadril” –, Morro do Chapéu tem maior “foco nas letras”. “O [André] Vac, compositor da grande maioria das músicas, trabalhou bastante em construir narrativas e atmosferas através das letras”, revela Giraldi. “Não é um disco de grandes solos de sopros e teclado, pois o foco não está centrado tão fortemente no instrumental.”
“O que guia a escuta é a história que está sendo contada e a produção criada para ambientar essa narrativa”, acrescenta o baixista. A leve “Coração Quadril”, por exemplo, é quase uma ode à dança como espécie de caminho para a cura da tristeza. Giraldi, em seguida, confirma: “Só não mudou o principal: é [música] pra dançar!”
Abaixo, ouça “Coração Quadril”, lançada nesta quarta, 14, com exclusividade pelo blog Sobe o Som (espaço dedicado à música nacional alternativa na Rolling Stone Brasil).