Rob Sheffield Publicado em 09/01/2017, às 17h27 - Atualizado em 09/08/2018, às 18h50
Nunca houve um boom criativo na televisão como o que vivemos atualmente. Desde que Família Soprano mudou o jogo, na virada do século, estamos em uma corrida do ouro que não dá sinais de arrefecimento. Que melhor momento para olhar em retrospecto e celebrar os maiores representantes dessa forma de arte? A Rolling Stone EUA fez uma enquete com atores, roteiristas, produtores e críticos. Dentre eles, lendas como Carl Reiner e Garry Marshall, que nos enviou seus votos pouco antes de morrer, aos 81 anos, em julho. Todos os programas de TV, de todas as eras, eram elegíveis; qualquer um podia votar em qualquer série pela qual sentisse alguma paixão, dos anos do preto e branco à era em que se assiste a tudo em maratonas. Índices de audiência não importam – só a qualidade. Como toda lista, esta deve gerar discussões acaloradas, mas a beleza da TV é que, independente disso, ela continuará nos dando muito sobre o que debater.
1 | Família Soprano 1999-2007
É a saga de crime que corta em duas partes a história da TV, iniciando uma era de ouro em que, de repente, tudo parecia possível. O criador, David Chase, rompeu todos os parâmetros do quanto se pode fugir das regras na telinha. E ele criou um anti-herói norte-americano imortal com James Gandolfini no papel de Tony Soprano, chefe da Máfia em Nova Jersey, dirigindo um time de gângsteres que também eram maridos e pais avariados, homens tentando viver com seus segredos sanguinários e lembranças sombrias. Como o grande Gandolfini disse à Rolling Stone em 2001: “Eu ouvi David Chase dizer uma vez que a série era sobre pessoas que mentem para si próprias, como todos nós fazemos. [Era sobre] mentir para nós mesmos diariamente e a bagunça que isso cria”.
Que bagunça inspiradora e aterrorizante. Todas as séries que estouraram nos anos seguintes – The Wire, Mad Men, Breaking Bad – não teriam acontecido se Família Soprano (The Sopranos, no original) não tivesse chutado a porta.
Os personagens perduram no longo prazo no nosso imaginário: Carmela (Edie Falco), Junior (Dominic Chianese), Christopher (Michael Imperioli), Paulie Walnuts (Tony Sirico). E tem ainda o guitarrista Steve Van Zandt, da E Street Band, como Silvio, conselheiro de Tony – Chase o viu na capa de um álbum de Bruce Springsteen e, conforme contou à Rolling Stone, achou que “havia algo na E Street Band que parecia uma gangue”.
Não teria sido possível sem a intensidade gradual de Gandolfini – ele era o único ator capaz de dar vida ao mal-estar de Tony. Mas o roteiro, as atuações e a direção foram a lugares onde a televisão nunca havia estado.
Em Família Soprano, as lealdades mudam, tanto nas ruas quanto em casa. Personagens amados podiam ser mortos a qualquer momento e isso manteve aquela sensação de perigo viva até os segundos finais. Quase uma década após a tela escurecer em uma lanchonete em Jersey, com a jukebox tocando “Don’t Stop Believin’” (Journey), Família Soprano continua sendo o padrão que toda série com ambição aspira alcançar.
2 | The Wire 2002-2008
O ex-repórter David Simon mirou alto com esta narrativa épica sobre o mundo das drogas em Baltimore, criando uma cidade inteira cheia de políticos corruptos, rapazes nas
esquinas e policiais que aprendem constantemente que o maior crime é “se importar quando não é a sua vez de se importar”. The Wire nos deu personagens que ninguém havia visto antes, do ameaçador Stringer Bell, de Idris Elba, ao eternamente citável Proposition Joe, de Robert F. Chew. Mas Michael K. Williams criou o durão definitivo com Omar. Como Joe disse a Omar: “Um homem de negócios como eu não acredita em nutrir hostilidades com um homem como você. Perturba o sono”. Há muitos momentos inesquecíveis em The Wire e uma sensação de aflição permanece por toda a série: o jogo ganha – todos eles perdem.
3 | Breaking Bad 2008-2013
Bryan Cranston, antes conhecido como o dentista de Seinfeld e o pai adorável de Malcolm in the Middle, se tornou um vilão incomparável pelas mãos do criador de Breaking Bad, Vince Gilligan. Walter White, um amargurado professor de química, tem câncer de pulmão e decide que deixará sustento para os filhos se tornando o principal produtor de metanfetamina do Novo México. Infelizmente para sua família, suas vítimas e praticamente todo mundo que ele encontra, White ama essa vida secreta como Heisenberg, o chefão das drogas assassino. “Eu não corro perigo, Skyler”, ele diz à esposa em uma das cenas mais marcantes da série. “Eu sou o perigo. Um cara abre a porta e leva um tiro e você pensa que isso pode acontecer comigo? Não. Eu sou aquele que bate à porta!”
4 | Mad Men 2007-2015
Para Don Draper (vivido por Jon Hamm) e funcionários da Sterling Cooper, o mais importante é como vender o sonho americano. Mad Men se tornou uma sensação assim que surgiu, em parte por causa da superfície glamourosa (uma agência de publicidade em Nova York durante a era JFK, com todo sexo, dinheiro, bebida e cigarros envolvidos nisso), mas também porque era um drama adulto ambicioso que não era sobre policiais ou bandidos (ou médicos ou advogados). “Um bom publicitário é como um artista, canalizando a cultura”, o criador, Matthew Weiner, disse à RS. “Eles estão segurando um espelho e dizendo ‘esse é o modo como gostaríamos que vocês fossem’.”
5 | Seinfeld 1989-1998
A série sobre nada que se tornou a grande comédia norte-americana. Jerry, George, Elaine e Kramer: quatro amigos que por coincidência são pessoas horríveis, em uma Nova York cheia de
“Soup Nazis” e gente que fala perto demais. Mesmo na época, todo mundo já sabia que Seinfeld era a série mais engraçada que já tínhamos visto, um milagre semana após semana. Mas, não importa quantas vezes você veja todos os 180 episódios; eles continuam te atraindo como pretzels que te deixam com sede. Jerry Seinfeld e o cocriador Larry David fixaram as regras no começo – “sem abraços, sem aprendizado”. Como Julia Louis- Dreyfus disse à Rolling Stone em 1998: “A realidade é que esses quatro personagens são um grupo patético,
e eles deveriam se separar imediatamente. Eles fazem coisas terríveis uns com os outros. É coisa de sociopata”. Não que haja algo de errado com isso.
6 | Os Simpsons Desde 1989
Como a família de desenho animado favorita do planeta durou tanto tempo? Porque ela também é a família mais verdadeira. Especialmente Homer, o pai bobão que todo mundo tem medo de se tornar. Ou talvez a filha mais velha, Lisa, a voz da sabedoria. Sem mencionar Apu, Krusty, Flanders, Monty Burns, Amanda Hugginkiss ou qualquer dos outros excêntricos personagens que tornam S p r i n g f i e l d uma cidade como a sua, só que mais engraçada.
7 | Além da Imaginação 1959-1964
“Essa é a dimensão da fantasia. É uma área que nós chamamos de Além da Imaginação [Twilight Zone, no original].” A série antológica de ficção científica de Rod Serling é o oposto de uma peça de época – é capaz de te fazer pirar ainda hoje. Os melhores episódios procuravam por esquisitices no dia a dia: invasores do espaço posando de delinquentes juvenis com carrões envenenados, vizinhanças suburbanas se tornando multidões histéricas, máscaras mortuárias grotescas, bonecas falantes. Inúmeras vinhetas continuam clássicas, de William Shatner olhando pela janela do avião e vendo um gremlin na asa a Richard Kiel como um gigante e sorridente alienígena que chega à Terra com a solução para todos os problemas.
8 | Saturday Night Live Desde 1975
Ao vivo de Nova York, é sábado à noite – mais de 40 anos após o pessoal do Not Ready for Prime Time Players, como era chamado o primeiro elenco do programa, ter reinventado a comédia. Como o criador, Lorne Michaels, gosta de dizer: “Não entramos no ar porque estamos prontos. Entramos no ar porque são 23h30”. O SNL mantém essa atmosfera eletrizante rolando,
mesmo que isso signifique ficarem por quatro episódios ou até mesmo temporadas sem acertar uma. Todo mundo achava que o elenco dos anos 1970 – John Belushi, Gilda Radner, Bill Murray e Dan Aykroyd – era frenético e louco demais para ser substituído. Mas o SNL deu ao mundo Eddie Murphy nos anos 1980, Mike Myers e Chris Rock nos anos 1990, Will Ferrell e Tina Fey nos 2000 e Kate McKinnon e Aidy Bryant hoje. Nenhum outro programa soltou no mundo tantos artistas maravilhosamente perturbados.
9 | Tudo em Família 1971-1979
Que chocante ver esse sucesso da TV em 1971, no meio dos anos Nixon – o falastrão Archie Bunker, sua esposa, Edith, a filha feminista, Gloria, e seu marido hippie, Mike, todos sob o mesmo teto, tendo as discussões que as famílias de verdade tinham na época. E era número 1 de audiência todos os anos porque não menosprezava seus personagens – como o criador, Norman Lear, disse à Rolling Stone: “As pessoas estavam interessadas em serem representadas muito corretamente”. Carroll O’Connor deu a Archie dignidade e decência, mesmo quando ele expressava opiniões como “A Inglaterra é um país de bichas”. Tudo em Família (All in the Family, no original) foi a lugares aonde a TV não havia ousado ir (racismo, homofobia, aborto, controle de armas, sexo antes do casamento, religião).
10 | The Daily Show Desde 1996
O programa satírico de notícias passou a ter mais credibilidade do que os jornais de verdade. Lançado pelo canal Comedy Central em 1996, mas alcançando o auge quando Jon Stewart assumiu, em 1999, o The Daily Show foi se tornando politicamente mais áspero conforme as notícias foram ficando progressivamente piores. Stewart tinha a raiva de um homem que concordou
em fazer esse trabalho no final dos anos Clinton e acabou tendo que analisar um país muito mais assustador. E essa cólera ficava cada vez mais evidente a cada edição. Enquanto o programa se esforça para continuar sem ele, os ex-integrantes do elenco John Oliver e Samantha Bee mantêm vivo o espírito direto e honesto em seus próprios programas.
11 | Freaks and Geeks 1999-2000
Um momento tipicamente brilhante de Freaks and Geeks: Lindsay (Linda Cardellini) dá seu primeiro trago em um baseado e é flagrada por um de seus camaradas nerds, que diz: “Eu reconheço gente chapada. Eu fui a um show do Seals & Crofts!” Paul Feig e Judd Apatow realmente capturaram as agonias da adolescência nos Estados Unidos nessa comédia situada em 1980. Tragicamente, ela só durou uma temporada, mas todos os 18 episódios foram um acerto, com uma trilha sonora de rock e um elenco de futuras lendas. Os personagens eram jovens que não se
enquadravam, ansiando por um lugar a que pertencessem, fosse em uma partida de Dungeons & Dragons, fosse em uma van seguindo uma turnê do Grateful Dead.
12 | Game of Thrones Desde 2011
A noite é sombria e cheia de terrores, especialmente aos domingos, quando Game of Thrones é exibida. Com sua premissa de “Família Soprano na Terra Média”, é a série de fantasia da HBO que quebrou barreiras entre gêneros para reivindicar o título de uma das mais realistas da atualidade, indo além dos livros de George R.R. Martin. Ela pode chamar atenção com
a nudez, os dragões e as cabeças cortadas, mas na essência é um thriller político. Como Martin disse à Rolling Stone: “A história é escrita em sangue, é uma mina de ouro. Os reis, as princesas, os generais e as putas e todas as traições, guerras e confidências: é melhor do que 90% do que os escritores de fantasia inventam”.
13 | Late Night with David Letterman 1982-2015
Um homem do tempo fracassado de Indiana substitui Johnny Carson no comando das madrugadas e muda completamente a maneira como os Estados Unidos veem a si mesmos. Letterman
levou esquisitões para a TV como nunca havíamos visto antes: Pee-wee Herman, Sandra Bernhard, R.E.M. e Andy Kaufman, sem contar o indispensável homem do piano, Paul Shaffer. Quando Letterman mudou para o Late Show, da CBS, em 1993, ele mudou o nome do programa e o horário de exibição, mas manteve o mesmo espírito áspero. Especialmente em suas magníficas semanas finais, quando ele mostrou tudo em estatísticas: “Foram 33 anos, 6.028 programas e oito minutos de risadas”.
14 | The Larry Sanders Show 1992-1998
O fantástico Garry Shandling poderia ter assumido como apresentador do The Tonight Show, mas em vez disso estrelou uma aterrorizante versão ficcional dele. Larry Sanders era um monstro da indústria do entretenimento cujo desprezo por toda forma de humanidade (especialmente por si próprio) não lhe dava outra escolha a não ser falar amenidades com estranhos em um programa de fim de noite. Inúmeras lendas da comédia deram os primeiros passos aqui, como Judd Apatow, Sarah Silverman, Bob Odenkirk e Dave Chappelle.
15 | The West Wing: Nos Bastidores do Poder 1999-2006
Aaron Sorkin deu aos Estados Unidos o líder que o país não necessariamente merece na figura do benevolente presidente Jed Bartlet (Martin Sheen). The West Wing era uma fantasia
de como seria o futuro político (se os democratas fossem um pouco mais corajosos ou os republicanos tivessem um princípio ou dois), mas que logo se tornou completamente fora de esquadro durante os anos Bush-Cheney. No entanto, os diálogos ágeis característicos de Sorkin e o idealismo da administração de Bartlet fizeram desse um universo paralelo bem-vindo.
16 | M*A*S*H 1972-1983
A série sobre a Guerra da Coreia durou três vezes mais que a própria guerra. Nela, os médicos e as enfermeiras do 4.077º Hospital Móvel Cirúrgico do Exército esperavam pelo próximo helicóptero com a próxima leva de feridos. M*A*S*H começou como uma comédia corajosa, com a equipe tentando manter o senso de humor em meio à carnificina diária com bebidas, sexo e travessuras. Evoluiu para uma solene meditação sobre a futilidade da guerra. O episódio final teve mais de 120 milhões de telespectadores - é até hoje o evento televisivo mais assistido
de todos os tempos.
17 | Twin Peaks 1990-1991
A pequena cidade de Twin Peaks é cheia de mulheres que carregam segredos mortais, da rainha do baile assassinada, Laura Palmer, até a mais que viva e sedutora Audrey Horne. Alguns anos após o filme Veludo Azul, a surreal série de mistério do diretor David Lynch acompanha o ator Kyle MacLachlan na pele do agente do FBI Dale Cooper, que está em uma jornada atrás de “um café muito bom” e também da solução do caso do assassinato de Laura Palmer.
18 | Jornada nas Estrelas 1966-1969
A nave espacial Enterprise decolou em uma missão de cinco anos: “Explorar estranhos novos mundos, procurar novas formas de vida e civilizações”. E teve sucesso em criar uma das mais amadas séries de ficção científica, não só inspirando inúmeras séries derivadas dentro da franquia Star Trek, mas também codificando a ficção feita por fãs como uma forma de arte. A série de Gene Roddenberry permanece como o alicerce, ao lado do Capitão Kirk de William Shatner, o Mr. Spock de Leonard Nimoy e McCoy, Sulu, Uhura e Scotty.
19 | Curb Your Enthusiasm Desde 2000
Nós pensávamos que já conhecíamos Larry David via seu alter ego George Costanza em Seinfeld, mas graças a Curb Your Enthusiasm pudemos vê-lo como o “assassino social”, o
virtuoso das catástrofes. De religião a raça, da falsa reunião de Seinfeld ao urgente dilema ético de homens usarem ou não short em aviões, Larry está sempre lá para tornar qualquer situação constrangedora pior ainda.
20 | Cheers 1982-1993
Você precisa de um lugar onde todo mundo saiba o seu nome – mesmo que seja só um boteco em Boston cheio de clientes habituais que não têm mais para onde ir. Cheers começou com foco no flerte entre o par romântico incompatível Sam (Ted Danson), um arremessador do time de beisebol Red Sox, e a rata de biblioteca Diane (Shelley Long). Mas a série se renovou regularmente, trazendo sangue novo, como Woody Harrelson, Kirstie Alley e Kelsey Grammer. Cheers era como aquele bar, a ponto de você ligar a TV só para ver quem era o cliente que passaria um tempo com você naquela noite.
21 | The Office (Reino Unido) 2001-2003
Ricky Gervais criou um dos tiranos cômicos mais angustiantes da TV com David Brent – um homem amargo e inoportuno, uma bola pomposa de vaidade que aterrorizava seus empregados em uma empresa de papéis em Londres. Ele se inquieta, afaga a própria gravata, conta piadas terríveis, toca guitarra (“Free Love Freeway”), tudo de forma invisível a todo mundo,
exceto aos resignados funcionários que têm que aguentá-lo. Esse falso documentário aumentou o nível de desconforto nas séries em todo canto, resultando na surpreendentemente ótima versão norte-americana enquanto pavimentava o caminho para as glórias de Parks & Recreation e Peep Show.
22 | Louie Desde 2010
A série autoral de Louis C.K. não se parece com mais nada que existe na televisão. Ele escreve, dirige e estrela como ele mesmo, um pai solteiro e comediante e Martin Sheen como o presidente norte- m Nova York. Se Louie quer se mostrar no carro fingindo tocar bateria no ar ao som de “Who Are You?” (The Who), matando suas filhas de vergonha, ele faz isso. Se ele quer abandonar
o formato de comédia de meia-hora completamente para investir em uma onda meio cinema independente com Charles Grodin e Ellen Burstyn, ele também faz. Louis C.K. pode se perder dentro da própria cabeça por temporadas inteiras, mas o ator também alcança picos emocionais totalmente originais, como quando ele viaja para Miami e acidentalmente faz um amigo (não, a amizade não dura muito).
23 | Deadwood 2004-2006
A filosofia moral de Al Swearengen: “Você não pode cortar a garganta de todo imbecil cujo caráter isso melhoraria”. Ele é o vilão do faroeste épico do criador, David Milch, em uma série que se passa em um campo de mineração de ouro na Dakota do Sul, em 1870. No centro de tudo, Al, personagem de Ian McShane, serve bebidas, conta dinheiro e corta gargantas. As duas primeiras temporadas são ouro puro. Deadwood é sobre como comunidades são construídas – e todo o trabalho sujo que isso envolve.
24 | Friday Night Lights 2006-2011
“Olhos limpos, corações plenos, não tem como perder” é a regra de ouro em uma cidade no Texas onde todo mundo vive e morre pelo time de futebol americano do colegial. Mas Friday Night Lights não é realmente sobre futebol americano tanto quanto é sobre família, trabalho, classe, o gosto amargo de sonhos frustrados. Kyle Chandler é o treinador Taylor, Connie Britton é a esposa dele, Tami, e Taylor Kitsch é Tim Riggins – o mais memorável de muitos garotos
vulneráveis que passaram pelos
vestiários dos Panthers.
25 | Veep Desde 2012
Julia Louis-Dreyfus preside a Sala Oval nessa sátira política que fica ainda mais assustadoramente brilhante a cada temporada. A presidente Selina Meyer é um dos grandes monstros da história da TV, alguém com quem você pode contar para dizer coisas como “você vai cancelar essa recontagem como fizeram com o bat mitzvah da Anne Frank”. Cada episódio é uma enxurrada
de insultos disparados em uma velocidade insana. O ápice de Veep talvez seja o episódio“Testimony”, 30 minutos frenéticos nos quais quase todas as falas são perjúrios. Mais quatro anos, por favor.
26 | Friends 1994-2004
Um grupo de jovens de 20 e poucos anos em Nova York que reclama do emprego, da vida sexual e da família problemática. É uma fórmula que inúmeras séries tentaram acertar, mas foi o pessoal do Central Perk que mirou de maneira impressionante na mistura certa de personalidades, da excêntrica cantora folk interpretada por Lisa Kudrow ao romance entre Ross (David Schwimmer) e Rachel (Jennifer Aniston).
27 | Arrested Development 2003-2006, 2013
A história absurda de Mitch Hurwitz sobre a família Bluth parecia muito avançada para sobreviver no solo improdutivo dos canais de TV. No entanto, ela durou três temporadas na Fox (foi resgatada em 2013 pela Netflix) sem perder suas peculiaridades, graças a Will Arnett, Jason Bateman e David Cross, entre outros. Ela alcança estranhos patamares emocionais, como quando Jeffrey Tambor se esconde no sótão para espiar o próprio funeral enquanto Portia de Rossi honra sua memória: “Vou colocar uma minissaia, tirar a calcinha e deixá-lo orgulhoso”.
28 | Arquivo X 1993-2002, 2016
Ah, os anos 1990 – quando nossas piores preocupações com o governo eram que ele estivesse escondendo de nós abduções alienígenas. Chris Carter criou toda uma mitologia de ficção
científca com a série. Todas as conspirações sinistras do Universo não são tão fortes quanto o elo entre os dois agentes do FBI: o Mulder de David Duchovny (ele queria acreditar) e a Scully de Gillian Anderson (ela não queria).
29 | Monty Python’s Flying Circus 1969-1974
E agora algo completamente diferente. A mistura perfeita da comédia – cinco intelectuais britânicos e um norte-americano, Terry Gilliam, enlouquecendo na BBC. Os integrantes do Monty Python eram os Beatles da comédia, cada qual um elemento indispensável na química, do balbuciar raivoso de John Cleese aos incisivos jogos de palavras de Eric Idle. Os membros da trupe foram
os pais espirituais de todos os comediantes de peso que surgiram depois – Lorne Michaels e Chevy Chase se conheceram na fila de uma exibição do filme Em Busca do Cálice Sagrado.
30 | The Tonight Show with John Carson 1962-1992
Há razões para Carson permanecer como o modelo para todo apresentador de programas de fim de noite, após reinar no The Tonight Show por três décadas. Como uma resposta da TV ao estilo cool de Frank Sinatra, seus monólogos eram a trilha sonora de gerações de norte-americanos se embriagando para dormir todas as noites. Quase 25 anos após
sair do ar (e mais de dez anos depois de ele morrer), Carson é o rei fantasma que ainda assombra as madrugadas. Em seu último programa, David Letterman brincou: “Parece que não vou conseguir o The Tonight Show”.
31 | Sesame Street Desde 1969
Nenhum programa infantil foi amado tão intensamente quanto essa fantasia urbana utópica, conhecida no Brasil como Vila Sésamo, passada em uma vizinhança povoada por um elenco multirracial de adultos sorridentes, um pássaro amarelo gigante, um resmungão em uma lata de lixo e vampiros amantes de matemática, além de inúmeras letras e números falantes. Tem grandes canções, mas, o mais importante, tem muita alma, que é o motivo de o ar ter ficado agradável por 40 anos – ou como o Conde diria, 45! 46! 47 anos!
32 | I Love Lucy 1951-1957
Mostra as aventuras do casal da vida real Lucille Ball e Desi Arnaz – ele era um bandleader cubano chamado Ricky Ricardo e ela uma dona de casa amalucada e rainha da comédia. Eles foram o primeiro casal na TV em uma era em que os canais só permitiam que eles dormissem em camas separadas. Ainda tiveram que esperar a chegada de Little Ricky sem permitir que ninguém proferisse a palavra “grávida” no ar.
33 | South Park Desde 1997
Os criadores Trey Parker e Matt Stone tocaram os Estados Unidos em algum lugar profundo e especial. Ano após ano, essa turma de animação de garotos boca-suja do Colorado oferece uma sátira mordaz das bobagens hipócritas da nossa sociedade, enquanto nós sofremos junto a Cartman, Butters, Stan, Kyle, Scott Tenorman e Scrotie McBoogerballs. Não deveria acabar nunca, não enquanto ainda há tantos aspectos da natureza humana implorando para serem retratados em South Park. Voltando ao passado, quando estava começando, Matt Stone disse à Rolling Stone: “Nós enxergaríamos sucesso quando finalmente chegássemos ao ponto de cancelarem porque ninguém entendia”. Lá se vão 20 anos de fracasso – e esperamos que venham mais 20.
34 | 30 Rock 2006-2013
Alec Baldwin explicou melhor que todo mundo: “Você é realmente o Picasso da solidão”. Ele tem um ponto. A Liz Lemon de Tina Fey é uma garota solteira que passa as noites jogando Banco Imobiliário sozinha, comendo queijo ou assistindo ao fime da Lifetime Meu Filho Adotivo é o Meu Marido Cibernético. Mas Tina fez dela uma heroína atemporal, transformando a experiência que teve na sala de roteiristas do SNL em algo como os bastidores do The Girlie Show. O elenco da série, que no Brasil ganhou o título Um Maluco na TV, incluía
Tracy Morgan, Jane Krakowski e Jack McBrayer.
35 | Minha Vida de Cão 1994-1995
“Ignore a Angela. Não é culpa dela, é que ela é o produto de uma casa com dois pais.” Claire Danes se tornou a heroína do mal-estar adolescente nesse clássico teen (My So-Called Life, no original), tão à frente de seu tempo que foi cancelado após uma temporada. O episódio do baile – em que dois garotos perdidos e solitários encontram um momento de redenção juntos – deve ser a hora mais emo da TV dos anos 1990.
36 | Lei e Ordem 1990-2010
A série criada por Dick Wolf, que ficou duas décadas no ar e deu origem a uma franquia de subtítulos, desenvolveu sua própria fórmula – crimes assustadoramente violentos retirados das manchetes, policiais que batem ponto, advogados idealistas e juízes severos que batem o martelo. Cada personagem de Lei e Ordem (Law & Order, no original)
é um diferente dente da engrenagem na máquina de solucionar crimes até a cena de julgamento no final. Em todas as suas diferentes encarnações ficou provado o quanto a fórmula era rica. Fora que a série deu a oportunidade para inúmeros atores principiantes de Nova York de ter sua primeira experiência com um serviço de catering.
37 | Orange is the New Black Desde 2013
Quando o drama prisional de Jenji Kohan começou, não havia como saber que continuaria fantástico após quatro anos – na verdade, a genialidade da primeira temporada parecia um acaso feliz. Mas continua crescendo – a recente quarta temporada é a mais intensa até o momento. Nenhum outro drama consegue se equiparar a esse elenco, que tem atrizes como Uzo Aduba, Jessica Pimentel, Danielle Brooks e Samira Wiley indo fundo nessas personagens e nas histórias de despedaçar o coração que as levaram até ali.
38 | Buffy, a Caça-Vampiros 1997-2003
Sarah Michelle Gellar criou uma vingadora feminista sobrenatural na saga de Joss Whedon. Buffy é um garota californiana que vive a vida quebrando a cara de vampiros. Para ela, sobreviver à adolescência e lutar contra as forças sobrenaturais do mal acaba sendo a mesma coisa. O episódio musical, intitulado “Once More, with Feeling”, é um clássico por si só.
39 | Lost 2004-2010
Uma viagem cósmica misteriosa tão complexa que ninguém nunca conseguiu decifrar tudo. Um bando de náufragos aprisionados em uma ilha após o voo 815 da Oceanic, com um monstro
de fumaça e o enigmático grupo chamado Os Outros, múltiplas linhas do tempo, além da história prévia da Iniciativa Dharma nos anos 1970. Cada episódio era abarrotado de pistas para serem discutidas nos anos que viriam. Lost provou que havia uma ampla audiência que queria ver na TV algo que fosse mais imprevisível e desafiador, não menos. E a partir dali a TV nunca mais seria a mesma.
40 | The Shield: Acima da Lei 2002-2008
No nosso primeiro contato com Vic Mackey, ele está atirando em um companheiro da polícia para impedir que este o denuncie. Como seu capitão diz no primeiro episódio, “ele é o Al Capone co um distintivo”. Michael Chiklis criou um dos mais temidos policiais da TV com Mackey, um detetive sujo com muita habilidade e quase nenhum escrúpulo.
41 | The Honeymooners 1955-1956
A comédia surgiu como um spin-o de um esquete do programa de Jackie Gleason, sobre o motorista de ônibus Ralph Kramden e sua esposa, Alice, interpretada por Audrey Meadows. O mote aqui era a brutalidade da vida da população trabalhadora de Nova York. Foi o modelo para toda série sobre o casamento entre o homem grosseiro e porcão e a mulher bruxa reprovadora.
42 | Nova York Contra o Crime 1993-2005
Quase uma década após a lendária série Chumbo Grosso (Hill Street Blues), Steven Bochco subiu os padrões para o realismo policial baixo e sujo. O 15º Distrito era o lar de detetives durões trazidos à vida por caras como Jimmy Smits, Amy Brenneman e David Caruso. O detetive Sipowicz (Dennis Franz) era um alcoólatra racista boca-suja e valentão – e ele era o policial mais amável do programa (NYPD Blue, no original).
43 | The Americans Desde 2013
Nunca houve um casamento na TV como este: Keri Russell e Matthew Rhys fazem um casal de espiões russos disfarçados vivendo nos subúrbios de Washington, D.C., nos anos 1980. Eles fingem ser um casal norte-americano agradável, normal e feliz – exceto que esses dois fazem coisas como matar um assassino de aluguel ao som de “Tainted Love” (Soft Cell). A obra magistral é tanto um thriller sobre espionagem quanto um deprimente e profundo drama conjugal.
44 | Columbo 1971-1978
O detetive interpretado por Peter Falk era o policial mais bacana da TV nos anos 1970. Com todo respeito a Kojak, Baretta, Starsky, Hutch e as Panteras, foi o tenente Columbo que apareceu na capa da Rolling Stone. Falk ia para as ruas sujo e desgrenhado, usando uma capa de chuva, sempre balbuciando e pedindo por um lápis, afastando- se do vilão para no final se virar com um de seus risos forçados e dizer: “Ah, só mais uma coisa”. Ele é sempre a zebra da história, mas é assim que joga seus jogos psicológicos com os tipos presunçosos da alta sociedade de Los Angeles, que cometem o erro fatal de acharem que Columbo é um idiota.
45 | Battlestar Galactica 2003-2009
O original dos anos 1970 era uma franquia de ficção científica promissora, mas fracassada, uma das muitas feitas às pressas depois do sucesso de Star Wars. Mas a versão de Ronald D. Moore é o caso raro do reboot que superou o original, com uma colônia espacial de humanos escapando dos Cylons e procurando por um lar em algum lugar do Universo – talvez esse planeta de que eles ouviram falar, chamado Terra. Edward James Olmos é o comandante e Mary McDonnell é a presidente com uma visão diferente sobre essa sociedade. E a personagem Kara “Starbuck”, interpretada por Katee Sackho , segue como uma das heroínas de ação mais duronas de todos os tempos.
46 | Mary Tyler Moore 1970-1977
O modelo definitivo de como extrair pura comédia a partir de ser um adulto neurótico tentando viver às próprias custas na cidade grande. Ela trabalhou na redação de uma TV de Minneapolis
cheia de excêntricos, como o âncora falastrão Ted Knight e o chefe beberrão Lou Grant, interpretado por Ed Asner. Revolucionária na época, blasé ao falar sobre sexo e métodos contraceptivos, também foi pioneira no conceito bem raro de parar quando se está no topo – saiu do ar em 1977 e foi um sucesso absoluto até o final. Toda série ainda rouba algo de Mary Tyler Moore, mas o coração e a alma do programa continuam singulares.
47 | Arquivo Confidencial 1974-1980
James Garner era um tipo novo de detetive televisivo – um investigador particular insignificante que acabava ficando com os casos que ninguém queria, morando em um trailer em Malibu com o pai idoso. Jim Rockford não vivia uma vida exatamente glamourosa na série (The Rockford Files, no original). Ele era um ex-estelionatário piadista que tinha cumprido pena em San Quentin e agora sobrevivia como um freelancer que vivia apanhando ou recebia menos do que o combinado pelo trabalho. Mas, graças a Garner, ele sempre tinha um suprimento de charme abusado.
48 | The Office (Estados Unidos) 2005-2013
Ninguém esperava que isso fosse mais do que outro exemplo da TV dos Estados Unidos tentando imitar uma série inglesa instigante e entendendo tudo errado. Exceto que, com Steve Carell como o pior chefe do mundo, se tornou uma comédia original a seu próprio modo, com um time dos sonhos de empregados excêntricos perdidos nos cubículos da Dunder Miffin. Era mais solta, corria mais riscos e era mais ambiciosa do que a versão inglesa, sem mencionar que era mais afetuosa – o Michael Scott vivido por Carell não era odiável, era só um bobão.
49 | Taxi 1978-1983
Parecia uma ideia improvável: motoristas de táxi depressivos trabalhando no turno noturno, tentando não pensar nas decepções que os levaram a ficar empacados na Companhia de Táxis Sunshine. Mas Taxi tinha ternura, conforme esses perdedores criavam laços – o ingênuo tagarela de Andy Kaufman, o hippie doidão de Christopher Lloyd, além de Tony Danza, Judd Hirsch e Danny DeVito.
50 | Plantão Médico 1994-2009
O drama hospitalar que mandou todos os outros para a UTI. Plantão Médico (ER, no original) transformou em celebridades Julianna Margulies e o anteriormente obscuro George Clooney, até então conhecido só como o professor gostosão de The Facts of Life. Mas a real surpresa foi como ER continuou prosperando por 15 anos, mesmo substituindo todo o elenco original.
51 | Fargo Desde 2014
Bom, esta foi uma ideia obviamente horrível – transformar o filme clássico dos irmãos Coen sobre um crime verdadeiro em uma série. Qualquer um poderia ter dito ao canal FX que Fargo nunca daria certo, mas Noah Hawley provou que ideias horríveis podem ter sementes de grandeza. A primeira temporada foi uma surpresa bem-vinda, mas a segunda foi uma das melhores temporadas que qualquer seriado já teve: uma história de gângsteres de uma cidade pequena envolvendo o policial Patrick Wilson, a dona de casa desesperada Kirsten Dunst e Bruce Campbell como Ronald Reagan.
52 | The Colbert Report 2005-2014
“Qualquer um pode ler notícias para você. Prometo que vou te fazer sentir a notícia.” Com essa meta, o correspondente do Daily Show Stephen Colbert deu início a uma abordagem totalmente nova aos programas de “fake news”. “Queremos que as pessoas sintam dor e confusão”, ele disse à Rolling Stone em 2006. “Não tenho problema em inventar as coisas, porque não tenho credibilidade a perder.”
53 | The Bob Newhart Show 1972-1978
Newhart já era uma lenda da comédia graças aos brilhantes monólogos de stand-up nos anos 1960 – seus álbuns frequentemente ficavam no topo das paradas. A mente certinha dele parecia seca e cerebral demais para a TV, mas Newhart acertou em cheio como um psicólogo de Chicago que atende um maluco atrás do outro. Ele conseguia arrancar risadas simplesmente pigarreando (ninguém era tão
bom nisso).
54 | Muppet Show 1976-1981
Os Muppets, criados por Jim Henson, se tornaram um fenômeno global nos anos 1970 – um sucesso que apenas Statler e Waldorf poderiam odiar, estrelando Kermit (Caco), o Grande Gonzo, o cão Rowlf, pianista ao estilo Tom Waits, o chef sueco, Dr. Bunsen Honeydew (no Brasil, Dr. Bico de Bunsen), e o preferido de todos, Jairo. As piadas eram totalmente infames, mas ele também era cheio de momentos musicais inesquecíveis, como Elton John cantando “Crocodile Rock” com um coral de jacarés ou o Animal detonando a bateria em “Wild Thing”. Graças a esses personagens, o gentil espírito hippie de Henson vive para sempre.
55 | A Sete Palmos 2001-2005
Uma família da Califórnia com uma funerária para comandar – o que significa que mortalidade e tristeza nunca saem da cabeça de ninguém. Cada episódio da série (Six Feet Under, no original) começava com uma cena de morte perturbadora (ou cômica, ou ambas). O drama sombrio, mas terno, criado por Alan Ball, explorou um novo terreno e os episódios ajudaram a inovar a ideia de que um final de série deveria ser um epitáfio artístico, em vez de uma “simples” morte.
56 | 24 Horas 2001-2010
O agente Jack Bauer pode salvar os Estados Unidos? Este thriller cheio de adrenalina tinha Kiefer Sutherland como a arma mais letal da Unidade contra Terrorismo, não deixando nenhum princípio de liberdade civil ileso. A série também é lembrada pela estrutura inovadora em tempo real, com cada temporada sendo mais uma crise de 24 horas e cada episódio mais uma hora de Jack correndo contra o relógio.
57 | Fawlty Towers 1975-1979
John Cleese se baseou em um resort no qual a gangue do Monty Python se hospedou para representar os piores donos de hotel já vistos. Basil Fawlty é o personagem mais maldoso de Cleese – uma famosa
cena o mostra vociferando contra uma freira. Ninguém o irrita mais que os clientes, especialmente aquele que teve o desplante de morrer em um quarto.
58 | Raízes 1977
Raízes (Roots, no original) só teve oito episódios, mas mudou a forma como os Estados Unidos viam sua própria história – o tópico da escravidão era um tabu do qual não se falava na cultura norte-americana até essa minissérie dar vida aos detalhes horrorizantes. Raízes bateu recordes de audiência em janeiro de 1977 – 100 milhões de norte- -americanos acompanharam a história da família do autor, Alex Haley, da África ao navio negreiro e à plantação, sem nenhuma tentativa de amenizar a violência para os telespectadores.
59 | Chumbo Grosso 1981-1987
Um seriado policial adulto demais para ter um grande ibope, mas adorado em uma época na qual os dramas em canais abertos estavam em baixa. Esses policiais eram pessoas problemáticas lidando com conflitos morais, corrupção e suas bagunçadas vidas pessoais. O capitão Frank Furillo (Daniel J. Travanti) e a defensora pública Joyce Davenport (Veronica Hamel)
secretamente formavam um casal depois do expediente era ousado mostrar, nos anos 1980, duas pessoas não casadas que gostavam de ficar juntas na banheira. Entre os roteiristas do programa (Hill Street Blues, no original) estavam Dick Wolf, de Law & Order, e David Milch, de Deadwood, sem falar do produtor Steve Bochco.
60 | Beavis & Butt-Head 1993-1997, 2011
Mike Judge capturou o espírito da adolescência norte-americana, simbolizado por dois idiotas que vivem para o metal, nachos e infringir a lei (ou, pelo menos, colocar poodles na máquina de lavar). Foi libertador ver a animação tosca e barata, quando comparada ao estilo mais sofisticado de The Simpsons ou Ren & Stimpy. Beavis e Butt-Head faziam seu próprio tipo de poesia ruim ao
detonar a MTV.
61 | Your Show of Shows 1950-1957
Sid Caesar aperfeiçoou o formato de comédia de esquetes nos anos 1950, com lendas como Carl Reiner e Imogene Coca. Quando Nanette Fabray substituiu Imogene em 1954, o nome mudou para Caesar’s Hour, mas o espírito continuou o mesmo. A sala dos roteiristas tinha jovens iniciantes e de muito talento, como Mel Brooks, Neil Simon e Woody Allen. Esquetes como a ópera de 1955 Gallipacci ainda se mostram atuais.
62 | Sex and the City 1998-2004
Ou Supergatas: Os Primeiros Anos. Esta fantasia de Manhattan para taradas por sapatos era onipresente, a ponto de Jay Z dizer em um rap que Beyoncé não falava com ele quando a série estava passando na TV. Sarah Jessica Parker (Carrie) e sua panelinha – Cynthia Nixon, Kristin Davis, Kim Cattrall – namoram, compram e conversam em um mundo cheio de rapazes ricos e acabam percebendo que suas únicas almas gêmeas verdadeiras são elas mesmas. Ou talvez um par de sapatos Manolo Blahnik.
63 | Anos Incríveis 1988-1993
Anos Incríveis (The Wonder Years, no original) mostrava a infância da geração pós-Segunda Guerra nos termos mais nostálgicos, enquanto Kevin Arnold (Fred Savage) crescia nos subúrbios da década de 1960 e aprendia sobre a vida com a vizinha, Winnie Cooper (Danica McKellar).
64 | Chappelle’s Show 2003-2006
Dave Chappelle era um gênio louco e elétrico que desafiava qualquer tentativa de alguém prever seu próximo movimento. O programa abalou a cultura pop, seja com Chappelle imortalizando as lembranças de Charlie Murphy sobre Rick James e Prince, seja fazendo o único negro supremacista branco cego do mundo.
65 | Happy Days 1974-1984
A obra-prima do maestro das sitcoms, Garry Marshall, foi este sucesso dos anos 1970 ambientado na década de 1950, com Henry Winkler como Fonzie, o bonitão de jaqueta
de couro que dominava a lanchonete de Arnold com seus amigos nerds Richie, Potsie e Ralph Malph. É fácil esquecer que The Fonz tinha um lado sombrio e introspectivo – evidente no surpreendentemente árido episódio em que ele estrela uma produção de Hamlet.
66 | Downton Abbey 2011-2016
Bem-vindo ao interior inglês aristocrata por volta de 1912, quando a família Crawley, criada pelo roteirista Julian Fellowes, enfrenta o declínio e a queda do império britânico, de elites fornicadoras a esquemas dos serventes no andar de baixo. A dama Maggie Smith rouba a cena como a deliciosamente malvada condessa viúva, rainha do menosprezo, que finge melhor do que ninguém que o mundo não está mudando.
67 | Um Estranho Casal 1970-1975
Tony Randall era Felix, o neurótico maníaco por organização; Jack Klugman era Oscar, o bagunceiro jornalista esportivo fumante de charutos. Expulsos de casa pelas esposas, eles dividiam um apartamento, descontando toda a raiva de homem de meia-idade um no outro. Embora baseada na peça de Neil Simon (The Odd Couple, e no filme homônimo de 1968), funcionou ainda melhor no formato de sitcom, graças à química negativa de Randall e Klugman.
68 | The State 1993-1995
A comédia da MTV era um sopro de arrogância juvenil no início dos anos 1990, com 11 universitários sabichões enlouquecidos em esquetes maníacos sobre tortura de macacos, comer Muppets e o carteiro que só entrega tacos.
69 | The Ed Sullivan Show 1948-1971
The Ed Sullivan Show era transmitido ao vivo nas noites de domingo como o grande festival de variedades do show business dos Estados Unidos, comandado por um apresentador que não parecia ter menos de 1 século ou 2 de idade. Sullivan deu aos Beatles a grande estreia deles na TV norte-americana, quebrando recordes de audiência em 1964 quando 73 milhões de pessoas assistiram aos quatro rapazes cantando “She Loves You” e outros hits. Também foi ele quem censurou Elvis da cintura para baixo em 1957 e mandou que os Stones mudassem o verso “Let’s spend the night together” para “Let’s spend some time together” em 1967, o que pode ajudar a explicar por que finalmente saiu do ar em 1971.
70 | Roseanne 1988-1997
As luzes se apagam. A família Conner teve a eletricidade cortada porque não conseguiu pagar a conta. Na escuridão, a voz de Roseanne: “Bom, a classe média foi divertida”. Roseanne chegou como um sopro de aspereza da classe operária do meio-oeste que fez todas as outras sitcoms dos anos 1980 parecerem fofas e desprezíveis demais. Ela era a matriarca nada santa dessa batalhadora
família interiorana.
71 | Mr. Show 1995-1998
Que carreiras totalmente bizarras Bob Odenkirk e David Cross tiveram – e como é estranho nós os termos conhecido como a dupla por trás deste programa maluco de esquetes, sempre errático, mas frequentemente impressionante, com futuras estrelas como Sarah Silverman no elenco.
72 | Girls Desde 2012
Lena Dunham aspirava ser a voz de sua geração com esta série sobre um quarteto de jovens de língua ferina que enfrentam fracassos aos seus 20 e poucos anos, falhando em relacionamentos, reabilitação, carreiras, estudos e basicamente tudo que tentam.
73 | Transparent Desde 2014
O drama criado por Jill Soloway era diferente de tudo que já se tinha visto – e continua assim, com Jeffrey Tambor como o patriarca que vira matriarca de uma família amargamente dividida, fazendo com coragem a transição de Mort para Maura. Transparent aborda todo tipo de questão emocional – quem pode se esquecer do episódio em que Maura canta “Somebody That I Used to Know” (Gotye) para as cadeiras vazias que tinha reservado para os filhos?
74 | The Ren & Stimpy Show 1991-1995
Quando todos esperavam para ver de onde viria a próxima grande comédia em animação, chegou este desenho de John Kricfalusi para a Nickelodeon sobre esta dupla adorável – um chihuahua acelerado e seu leal amigo gato.
75 | American Crime Story: O Povo vs. O.J. Simpson 2016
Mesmo após tudo que o Ryan Murphy já alcançou, ele provou ainda estar em alta com sua minissérie de dez episódios sobre o caso de O.J. Simpson.
76 | Late Night with Conan O’Brien 1993-2009
Quando Conan, um zé-ninguém de cabelo ruivo, foi escolhido como o sucessor de David Letterman, todos presumiram que seu talk show afundaria ainda mais rápido do que o do Chevy Chase. Mas ao longo dos anos ninguém conseguiu chegar perto de seu tirocínio cômico. Até hoje, Conan continua a presentear o mundo com o personagem Triumph the Insult Comic Dog, o que por si só é sufi ciente para torná-lo uma lenda.
77 | The Walking Dead Desde 2010
Baseado na série em quadrinhos cult de Robert Kirkman, este é o apocalipse zumbi para dar fim a todos os outros. The Walking Dead, da AMC, é um sucesso monstruoso em todos os sentidos do termo. Com um grupo de pessoas que batalha para sobreviver aos ataques dos mortos-vivos, a série exibe algumas das cenas de violência mais visceralmente repugnantes da telinha.
78 | Thirtysomething 1987-1991
O máximo em dramas-sobre-yuppies-apaixonados lida com executivos de marketing e suas
esposas passando por tópicos como casamento, filhos, trabalho e o mercado imobiliário. Os suburbanos de colarinho-branco de Thirtysomething subiram a escada corporativa tentando conciliar suas vidas em casa com o trabalho.
79 | In Living Color 1990-1994
Keenan Ivory Wayans estourou com este sucesso que trouxe a sensibilidade do hip-hop para o mundo da comédia de esquetes. In Living Color tinha o palhaço Homey (“Não Faz isso,
Homey”), A Família Mais Trabalhadora da Índia Ocidental (“Eu tenho 15 empregos!”, “Seu preguiçoso!”) e um branquelo engraçado até então conhecido como James Carrey.
80 | O Fugitivo 1963-1967
O Dr. Richard Kimble foi erroneamente condenado por assassinar sua esposa, mas após fugir da prisão saiu à caça do verdadeiro criminoso. O episódio final foi um sucesso de audiência histórico: os Estados Unidos em massa pararam para assistir Kimble capturando o homem de um braço só.
81 | Dallas 1978-1991
Sue Ellen Ewing: “Me diga, J.R., com qual vagabunda você vai passar a noite hoje?” J.R.: “Seja lá quem ela for, com certeza será mais interessante do que a vagabunda para quem estou olhando
agora”. Realmente, o casamento dos sonhos. Este sucesso sobre sexo e dinheiro retratou os espetacularmente maquiavélicos Ewings em seu império petrolífero no Texas. Liderado por J.R.
(interpretado por Larry Hagman), Dallas inventou os tropos das novelas de horário nobre usados até hoje em sagas familiares, desde Família Soprano até Empire.
82 | The Jeffersons 1975-1985
Sherman Hemsley e Isabel Sanford eram os clientes mais descolados do bairro; um casal impiedosamente sarcástico que, no entanto, combinava perfeitamente. George e Weezy se mudaram para uma cobertura de luxo, mas nunca perderam a malandragem das ruas. Os Jeffersons nasceram como os vizinhos dos Bunkers de Tudo em Família, mas ficaram dez vezes mais engraçados por conta própria.
83 | House of Cards Desde 2013
O suspense policial da Netflix explica a existência deste novo conceito de “fazer maratona de série” – graças à atuação magnificamente pegajosa de Kevin Spacey como Frank Underwood, o político sanguinário de Washington, D.C., cujos solilóquios são tão cativantes que é impossível assistir a um episódio só.
84 | Real Time with Bill Maher Desde 2003
Durante os últimos 20 anos Bill Maher tem se mantido a mente política mais ácida do meio, conseguindo irritar novos inimigos com todas as trocas de poder ao fazer ataques à religião (“Nova regra: se as igrejas não precisam pagar impostos, então também não podem chamar os bombeiros”), aos gastos militares (“Desperdiçamos cerca de 20% do nosso orçamento brigando com a Rússia de 1978”) e a qualquer outra espécie de hipocrisia babaca.
85 | The Real World Desde 1992
Este programa da MTV liberou para o mundo o vírus da reality TV que logo contaminou todas as transmissões. The Real World foi extremamente influente desde sua estreia em 1992, ao agrupar estranhos em um apartamento para brigar, chorar e entrar nos cobertores com a promessa de que “é isso que acontece quando as pessoas deixam de ser educadas e começam a mandar a real” (em 1992, não ser educado significava não atender a uma ligação no telefone fixo – como os tempos mudaram!).
86 | Good Times 1974-1979
As crianças da família Evans cresceram na periferia de Chicago tentando sobreviver, e fazendo estardalhaço quando conseguiam, assim se mantendo uma das famílias mais empáticas da televisão. Vinda do mesmo boom da década de 1970 que nos trouxe comédias com temática black como Sanford & Son e What’s Happening, Good Times tinha Jimmie “J.J.” Walker, a sofredora mamãe Esther Rolle (“Droga, droga, droga!”) e o irmãozinho ativista Michael, com certeza a primeira criança da TV a ser suspensa da escola por chamar George Washington de escravocrata.
87 | Doctor Who Desde 1963
Um conto de ficção científica que continua a prosperar ao longo dos anos. O Doutor ainda viaja pelo espaço-tempo em sua TARDIS, mesmo meio século após a estreia da série na BBC. Como o próprio Senhor do Tempo, o universo de Doctor Who tem o poder de se regenerar continuamente, desta vez com Peter Capaldi fazendo o papel do 12º Doutor.
88 | Party Down 2009-2010
Os incríveis Adam Scott e Lizzy Caplan lideram uma equipe de catering – leia-se: aspirantes a atores – que serve aperitivos e se desespera em convenções de atores pornográficos e reuniões de colégio, entre outros desastres. Esta obra-prima nunca ganhou a atenção que merecia, mas o episódio no qual trabalham no aniversário de 50 anos de Steve Guttenberg é tão bom quanto qualquer outra meia hora de comédia na TV.
89 | Homeland Desde 2011
Claire Danes voltou às telas em grande estilo 15 anos depois de Minha Vida de Cão como uma agente da CIA neste drama sobre terrorismo do canal Showtime. Com saltos malucos na história (ela transa com o terrorista que matou o vice-presidente e é promovida!), muitos surtos de choro e a presença calmante da barba de Mandy Patinkin, Homeland se tornou um sucesso improvável.
90 | Dick Van Dyke 1961-1966
Dick Van Dyke e Mary Tyler Moore foram a resposta da TV para JFK e Jackie – o deus da comédia Carl Reiner enxertou suas próprias experiências nesse olhar sobre a vida de um escritor de TV. A maneira como Dick continuava a tropeçar no mesmo móvel foi uma metáfora conveniente para a vida doméstica em si.
91 | Broad City Desde 2014
Abbi Jacobson e Ilana Glazer inventaram um novo gênero de comédia que certamente veremos bastante nos próximos anos: meninas chapadas e preguiçosas que saem para curtir a vida. Essas
duas nunca aprendem, crescem ou chegam a lugar algum; só querem saber uma da outra e de aproveitar o que vem pela frente. Quando Abbi liga para Ilana no meio de uma transa para perguntar sobre penetração anal, a dança da vitória de Ilana (com direito a plantar uma bananeira) é uma das melhores e mais sucintas expressões de euforia que você já viu.
92 | American Idol 2001-2016
A mais espalhafatosa das competições musicais deu ao mundo esquisitões memoráveis, como Simon Cowell, o juiz hostil que só usa camisetas de gola V, e Paula Abdul, a juíza semicoerente que amava a todos e acreditava nos sonhos mais fora de tom. O programa nunca se recuperou da perda dos juízes originais em 2009 – quando ficou ruim, ficou muito ruim –, mas revelou astros como Kelly Clarkson, Adam Lambert e William Hung.
93 | Mystery Science Theater 3000 1988-1999
Um faxineiro e seu amigo robô sentam no escuro e criticam alguns dos piores filmes B já feitos, desde Rocket Attack U.S.A. até A Deusa das Selvas. A premissa parece simples, mas Joel Hodgson a transformou em uma das mais duradouras comédias cult da nossa era.
94 | Jeopardy! 1964-1975; desde 1984
O mais longo, engenhoso e jogável game show de todos os tempos? O que é Jeopardy!, Alex? Jeopardy! é o sobrevivente mais resistente dos game shows antigos (apesar de muitos ainda terem uma quedinha pelo Match Game da era do Charles Nelson Reilly, e pelo Hollywood Squares, do tempo do Paul Lynde), apresentado pelo elegante – e agora
sem bigode – Alex Trebek.
95 | Key & Peele 2012-2015
Jordan Peele e Keegan-Michael-Key não são apenas comediantes talentosos: são trapaceiros culturais penetrando tabus como estereótipos raciais, políticas de gênero, comida, trabalho e a eroticidade de uns tapinhas na bunda. Mas a arma mais fatal deles é a maneira hilariante como atingem as neuroses masculinas. E o Intérprete de Raiva do Obama talvez seja uma das coisas das que mais sentiremos falta com a saída do presidente norte-americano.
96 | Gunsmoke 1955-1975
O gênero western sustentava a televisão durante a primeira metade do século, com muitas sagas duradouras, desde os Cartwrights de Bonanza até os Barkleys de The Big Valley. Este faroeste durou mais tempo do que qualquer outro drama anterior a Lei & Ordem. Foram 20 temporadas com James Arness no papel do Delegado Matt Dillon.
97 | Portlandia Desde 2011
Portlandia com certeza chegou arrasando: a música “The Dream of the Nineties Is Alive in Portland” (“O sonho dos anos 1990 está vivo em Portland”) foi o satírico sucesso que fisgou todos os boêmios de plantão (“Portland é para onde os jovens vão para se aposentar!”). Mas quem adivinharia que a dupla genial composta por Fred Armisen, veterano do Saturday Night Live, e Carrie Brownstein, guitarrista do Sleater-Kinney, conseguiria levar Portlandia tão longe? Tirar sarro das aspirações hipsters do mundo moderno dá combustível cômico de sobra a esses dois, estejam eles falando sobre fetiche por picles, cadarços artesanais ou sobre o culto à couve.
98 | Supergatas 1985-1992
Na série (The Golden Girls, no original), quatro senhoras espevitadas dividem um apartamento em Miami, onde seduzem os cavalheiros locais e dividem cheesecakes na varanda. Cada uma trazia algo de especial: Bea Arthur como a cínica Dorothy, Betty White como a doce porém burrinha Rose, Rue McClanahan como a sedutora Blanche e Estelle Getty como o anjo da vingança Sophia Petrillo, que resumiu tudo muito bem: “Vadias se recuperam mais rápido”.
99 | Oz 1997-2003
O drama carcerário da HBO foi uma exposição atroz sobre a vida na penitenciária de segurança máxima Oswald State Penintentiary: os esfaqueamentos, o abuso sexual, a guerra racial. Brutalmente franca em sua violência, Oz foi chocante demais para sua época – e se mantém chocante mesmo anos depois.
100 | Eastbound and Down 2009-2013
Danny McBride criou um herói norte-americano na forma de um eterno vagabundo por meio dos esforços fracassados do personagem Kenny Powers, um jogador de beisebol acabado que se esforça para alcançar a redenção.
AS SÉRIES FAVORITAS DE MATT GROENING, CRIADOR DOS SIMPSONS
Groening enviou à Rolling Stone EUA três cédulas classificando 150 séries, com tudo escrito na letra icônica dos créditos de abertura da animação criada por ele, Os Simpsons. “Levou um tempo”, ele conta. A lista vai de escolhas óbvias (The Daily Show e Seinfeld) a surpresas (Charlie Rose) e obscuridades (Klovn, da Dinamarca, 2005-2009). O difícil, para ele, foi decidir entre The Office (do Reino Unido) e Família Soprano. “Ambas são as melhores”, diz. “Na minha primeira lista eu coloquei os Sopranos em primeiro lugar, e aí mudei. Pensei: ‘Tenho que colocar uma comédia em primeiro’.” O denominador comum entre as duas, Groening reflete, é que “elas te recompensam por prestar atenção”.
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