Baixista do Alice in Chains, Mike Inez relembra a amizade com Layne Staley
Pablo Miyazawa Publicado em 14/05/2013, às 15h09 - Atualizado às 15h21
Prestes a lançar o novo disco, The Devil Put Dinosaurs Here, e com show marcado para o Rock in Rio, o Alice in Chains finalmente entrou nos eixos com o novo integrante, William DuVall, que divide vozes e guitarras com Jerry Cantrell. “Foi após a turnê por 32 países que nos sentimos mais como uma banda de verdade”, diz o baixista Mike Inez, que relembra a estranheza de estar no estúdio e sentir a ausência de Layne Staley, vocalista morto em 2002. “Foi estranho. A gente ficava olhando para os lados: ‘Cadê a porra do Layne?’”
Como foi a composição?
A grande razão pela qual faço música é a interação humana. E eu tenho muito orgulho de estar nessa banda há 20 anos com meus melhores amigos, Sean [Kinney, baterista] e Jerry [Cantrell]. Foram cinco músicas escritas desse jeito, todos juntos. Jerry também compôs sozinho. Ele operou o ombro e não pôde tocar por meses e meses, então escreveu “Stone” cantando os riffs no iPhone!
Agora está mais claro que William DuVall não é exatamente o frontman da banda, como Layne Staley era. Você concorda?
Bem, é uma questão de perspectiva. Eu não poderia estar mais orgulhoso do William. Ele foi muito corajoso na turnê, especialmente cantando as partes de Layne nas músicas antigas. Mesmo com críticas no início, ele levantou a cabeça diante das plateias e deu tudo de si.
Foi mais fácil compor agora, já que no disco anterior vocês estavam lidando com um novo integrante?
Não apenas com um novo integrante, mas com o fato de não ter o Layne ali. Foi muito diferente estar em um estúdio sem ele. E não há como substituí-lo. Nunca pensamos em fazer isso, é impossível. Como você substitui alguém como o Freddie Mercury, por exemplo? O Paul Rodgers foi lá, foi fantástico, mas criou um tipo diferente de som do Queen, dependendo de como você escuta as músicas... É o tipo de situação bem delicada.
Onze anos após a morte de Layne, o que é mais inesquecível sobre ele?
Talvez seja a risada dele, tão característica. Quando ele ria, enchia a sala. Foi escrita tanta coisa pesada sobre o Layne, mas ninguém nunca falou sobre o espírito dele, era tão brilhante. Onze anos se foram,mas ele permanece próximo do meu coração. Eu amo esse cara profundamente. A partida dele foi devastadora para nós, como perder um irmão. Nunca escutei uma voz como a dele. Ele sempre será o meu favorito.
A música do Alice in Chains lida com temas pesados. Como balancear isso com o lado pessoal?
Sou casado há 13 anos com minha mulher e melhor amiga. Quando chego em casa da turnê, ela me entrega a pá para eu recolher a merda do cachorro [risos]. Tenho uma vida familiar muito forte, que me mantém nos eixos. Se um dia o Alice in Chains deixar de parecer uma família para mim, simplesmente vou embora. Ainda somos como irmãos, e essa é a razão pela qual continuamos fazendo isso juntos.
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