30 Seconds to Mars abraça o público adolescente, mas quer amadurecer
Bruna Veloso
Publicado em 16/06/2011, às 10h36 - Atualizado em 16/07/2013, às 17h57Se, por um acaso, você esbarrasse com Jared Leto sem nunca ter ouvido falar dele, jamais acertaria a idade do cantor/ator. Aos 39 anos, Leto provavelmente passaria incólume se alegasse ter 25. Mas, quando o assunto é música, o caminho é inverso: o artista e sua banda, a 30 Seconds to Mars, que passou recentemente pelo Brasil para duas apresentações lotadas de adolescentes ensandecidos, buscam agora maturidade. "Queremos continuar evoluindo, nos tornando melhores no que fazemos. E nos tornando mais nós mesmos, perdendo influências", diz Leto, no camarim do show em São Paulo, ao lado do baterista Shannon Leto (irmão dele) e do guitarrista Tomo Milicevic.
"Escrevi uma música no palco hoje. É uma música 'brasileira'", conta o norte-americano, referindo-se ao fato de a letra ter nascido em território nacional. Leto, um vegano de olhos profundamente azuis, afirma estar compondo muito, mas revela que o trio só vai pensar no sucessor de This Is War (2009) no ano que vem. Para ele, a ideia é investir no aprimoramento do rock repleto de gritos e coros épicos explorado pelo grupo - ainda que não seja possível prever qual será a direção do próximo disco, o quarto da carreira.
"Há uns desejos sobre os quais temos conversado, mas não dá para saber ao certo. Quando um artista começa a pintar um quadro, é a relação dele com a pintura que irá ditar o resultado final. Quando se está escrevendo uma música, você pode inserir uma batida, um sintetizador, e isso acaba mudando o que você tinha pensado sobre o que viria a seguir. Então é meio como uma escultura", ele teoriza.
A vontade de "crescer" também foi mostrada em um recente vídeo do 30STM, "Hurricane". O curta-metragem, dirigido por Jared Leto sob o pseudônimo Bartholomew Cubbins, foi censurado por ser repleto de cenas de sadomasoquismo. "Queríamos explorar a sexualidade como um tema. Foi um passo importante para nós, um novo território."
Tendo atingido o sucesso primeiramente como ator, Leto poderá ter a chance de unir suas duas profissões. Recentemente, o roteirista do filme baseado no livro Mötley Crüe: The Dirt, Rich Wilkes, coescrito pelo jornalista Neil Strauss, afirmou que quer Leto no papel de Vince Neil. E ele não descarta a possibilidade: "Amo o Neil Strauss e adoraria ser um de seus personagens. Os livros dele darão ótimos filmes. Quem sabe? Seria divertido".