Saiba de onde surgiu Maria Gadú, destaque da nova safra de cantoras brasileiras
Por Paulo Cavalcanti Publicado em 09/10/2009, às 09h47
Até o começo do ano, pouca gente tinha ouvido falar de Maria Gadú. De repente, ela se tornou o nome mais quente do momento, festejado pela turma indie, aficionados pela MPB e celebridades. Em tempos de internet, é muito fácil criar fenômenos instantâneos, mas não foi exatamente o caso de Gadú. Sorte, contatos e persistência também foram muito importantes. Mas nada é muito convencional na trajetória dela.
A paulistana de 22 anos escreveu sua primeira música quando tinha apenas dez. Ela sempre teve algo meio hippie e nunca quis fazer nada além de música: ainda adolescente, aprendeu a tocar violão e foi ser cantora da noite. Depois, junto com um amigo percussionista, foi se apresentar na Itália. Rodou a Europa, vivendo na base da mochilagem e, quando voltou ao Brasil, se estabeleceu no Rio de Janeiro.
A grande chance veio quando ela foi convidada para uma participação da minissérie Maysa, sucesso na Rede Globo no primeiro semestre deste ano. Por meio de amigos, ela foi apresentada ao diretor Jayme Monjardim, que se encantou com a voz e presença de Gadú e a convidou para encarnar uma cantora da noite na TV. A parti daí, as coisas começaram a andar. Em abril, em uma temporada no Cinemathèque, no Rio de Janeiro, o show de Gadú foi conferido por famosos e uma penca de curiosos. Em uma dessas noites, ela disse estar gripada e desculpou-se por eventuais falhas em sua voz. No camarim, Caetano Veloso foi cumprimentá-la e falou: "Se a voz é boa assim gripada...". Milton Nascimento também esteve lá e saiu tecendo loas à cantora.
"[Isso tudo] fez diferença", conta Maria. "Por causa da exposição da série, muita gente foi me conferir. O boca-a-boca foi muito importante para que conhecessem meu nome". A Som Livre, com o selo Slap, logo se interessou em ter Maria Gadú em seu cast. O disco de estreia dela foi produzido por Rodrigo Vidal e tem como característica o ecletismo da artista. O CD, que tem apenas o nome da cantora, é um produto típico desta época. A cantora se sente à vontade em juntar matizes de samba, pop, bossa nova, MPB tradicional e até música que pode ser considerada brega. O disco é divido em canções autorais, covers inusitadas. Dentre as canções do punho da própria Maria, estão várias que vem encantando as plateias cariocas como "Bela Flor", "Shimbalaiê" e "Laranja". Na parte de regravações, destaque para "A História de Lily Braun" (Edu Lobo e Chico Buarque), "Baba Baby" (aquela da Kelly Key) e "Ne Me Quitte Pas", standard do belga Jacques Brel e ironicamente popularizada no Brasil através da interpretação de Maysa. Risonha, mas tímida, Maria é uma antiestrela, só que ela leva muito a sério a carreira e sua criação musical.
E falar sobre esse seu primeiro trabalho fonográfico a deixa ainda mais radiante. "Depois de todos esse anos na batalha, ver o disco prontinho, com tudo bem arranjado acabado, é uma sensação sem tamanho."
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