Conheça Dylan Baldi, relutante prodígio do rock
Jon Dolan - Tradução: J.M. Trevisan Publicado em 09/08/2012, às 17h53 - Atualizado às 17h57
Você não precisa conversar por muito tempo com Dylan Baldi, 20 anos, líder do Cloud Nothings, para perceber que talvez ele esteja crescendo rápido demais. O rapaz usa termos como “na época da escola” como se estivesse se referindo a um passado distante e sente uma nostalgia do auge do punk, quando as bandas estavam escondidas em cidadezinhas, amadurecendo a seu próprio tempo – em vez do fervor acelerado da internet que transformou este experimento criado em um quarto de Ohio em um colosso envolto pelo hype antes mesmo que Baldi conseguisse encontrar músicos para acompanhá-lo. “Estávamos nos blogs antes que meus amigos tivessem ouvido minhas músicas”, ele conta.
De óculos, cara de garoto e amigável, Baldi é um prodígio do indie-rock quase perfeito. Sua decisão de empunhar uma guitarra foi alimentada por uma emoção quintessencial do indie: “Estava de saco cheio da escola”. A primeira tentativa de gravação de Baldi, “Hey Cool Kid”, de 2009, postada no MySpace, tornou-se sucesso na internet da noite para o dia. O álbum de estreia que se seguiu, Turning On, explode com pop punk low-fi distorcido e de melodias animadas.
Baldi não foi o primeiro cara a jogar uma música online e acordar no dia seguinte com um fã-clube. Mas Attack on Memory, lançado este ano, fez com que ele fosse o primeiro a formular uma resposta convincente e entediada para sua própria microfama. Gravado nos estúdios do produtor Steve Albini, em Chicago, o álbum é um ataque barulhento e distorcido, mais bruto que seu predecessor.
Não se pode culpar Baldi por essa sensação de deslocamento. Por causa das turnês em 2010, ele largou a universidade. Mas ainda é muito jovem para frequentar as casas noturnas em que toca com a banda, o que significa que precisa passar o tempo livre entre os shows andando a esmo por várias cidades. “Em Seattle, fiquei sentado em um McDonald’s por três horas – vi alguém ser eleito ‘Funcionário do Mês’ e ganhar uma placa na parede”, diz ele dando risada. “Queria que algo legal acontecesse comigo alguma hora. Mas normalmente eu só fico esperando.”
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