Dois canadenses que valem por cinco são os responsáveis por um dos melhores álbuns de rock de 2012
Pablo Miyazawa Publicado em 09/08/2012, às 18h00 - Atualizado às 18h04
Foi no início de Março que o duo canadense Japandroids tocou no Brasil pela primeira vez. No primeiro dos três shows, em um clube paulistano minúsculo e sem palco escondido em uma viela na Vila Madalena, não havia mais de 50 pessoas. Após o set, o vocalista/guitarrista Brian King e o baterista/vocalista David Prowse passaram a noite bebendo e jogando conversa fora com a plateia.
Bastaram três meses e um novo disco para a trajetória da dupla ganhar contornos grandiosos e inimagináveis até então. Lançado em Junho e já abraçado pela crítica como um dos melhores álbuns de 2012, Celebration Rock é uma explosão arrebatadora de rock de arena, repleta de hinos emocionantes, ganchos épicos e energia punk em estado bruto, comprimidos em oito faixas, ou 35 minutos.
“Tem sido uma loucura atrás da outra, um verdadeiro furacão”, conta King, falando pausadamente de Los Angeles, em um intervalo da turnê que passará pelo Japão e pela Europa nos próximos meses. “Poderíamos ter lançado o disco um ano antes, mas não teria sido tão bom”, diz. “Ele não estava pronto até a gente sentir que não dava para ficar melhor.” Em 2006, King tinha 19 anos e formou o Japandroids com Prowse, amigo de faculdade com quem compartilhava gostos musicais e a inexperiência em tocar em bandas. O rock cru e minimalista surgiu como resultado das limitações impostas pelo combo guitarra-bateria-vozes a que a dupla se limita – mesmo nos discos, não há instrumentos extras, samples ou participações especiais, além de raros overdubs. Post-Nothing (2009) angariou fãs no circuito underground e rendeu ao Japandroids boa reputação pelos shows energéticos e singulares: no palco, a bateria de Browse fica montada de lado, enquanto King cria paredes sonoras com sua Fender Telecaster, soando como várias guitarras simultâneas e de timbres distintos. Parte do truque está em ligar o instrumento em três amplificadores, mas também tem a ver com o estilo adotado pelo músico. “Eu dificilmente dedilho ou toco notas individuais. Quase todas as músicas usam as seis cordas o tempo todo”, explica.
Celebration Rock começa e termina com fogos de artifício, traz letras-slogans edificantes e transborda de picos de urgência e intensidade, como em “Younger Us”, “Adrenaline Shift” e o empolgante single “The House that Heaven Built”, cuja estreia ao vivo foi naquele pocket show em São Paulo. “Quando anuncio que vamos tocar essa, a reação é mais forte do que com qualquer outra”, diz King. “Eu canto o refrão de modo diferente ao vivo, porque ficaria afónico após dois shows. Mas ninguém reclama, porque estão todos cantando junto e minha voz é a última coisa com a qual estão preocupados.”
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