Arrigo Barnabé revê três décadas de obra em disco ao vivo
Antônio do Amaral Rocha Publicado em 10/11/2008, às 12h13
Craças às inusitadas misturas (rock, MPB e música erudita com dança e teatro) e ousadias musicais (dodecafonismo, atonalidade), o nome de Arrigo Barnabé sempre esteve associado à vanguarda. Não por coincidência, o músico se consagrou como um dos cabeças do movimento "Vanguarda Paulistana" na década de 1970, que incluía nomes como Itamar Assumpção, Tetê Espíndola e Grupo Rumo, e deu o verniz erudito às produções do período.
Como uma forma de repassar a carreira de 11 discos gravados ao longo de três décadas, o músico lança Arrigo Barnabé e Paulo Braga - Ao Vivo em Porto, álbum ao vivo gravado em 2004 durante um único show na cidade portuguesa. "Fiquei sabendo que algumas pessoas foram de Lisboa a Porto para assistir, e isso não é pouca coisa", comemora o londrinense de 57 anos. O resgate da gravação aconteceu durante o programa que Arrigo apresenta na rádio Cultura, em uma entrevista com Wilson Souto, um dos sócios do antigo Teatro Lira Paulistana e hoje diretor do selo Atração (que acabou lançando o CD). "Esse era um material inédito, em que as pessoas podem ouvir os esqueletos das músicas, tal qual um voyeur auditivo", ele explica, sobre os arranjos contidos do disco. Esse ineditismo pode ser ouvido nas versões em piano de seis peças - "Office Boy", "Sabor de Veneno", "Clara Crocodilo", "Antro Sujo", "Outros Sons" e "Cidade Oculta" -, que conservam suas teatralidades originais, com Arrigo e Braga usando as vozes como canto, discurso e fala, aspecto que quebra a seriedade esperada em um concerto de piano erudito.
Você lê esta matéria na íntegra na edição 26, novembro/2008
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