Série Contos do Edgar adapta a obra do escritor Edgar Allan Poe ao cotidiano paulistano
Stella Rodrigues Publicado em 11/04/2013, às 16h30 - Atualizado em 14/04/2013, às 17h24
A mudança na legislação brasileira, que determina a exibição de conteúdo nacional no horário nobre das emissoras a cabo, tem aquecido o mercado audiovisual. A nova atração do canal pago Fox, Contos do Edgar, que estreou no último dia 2 e terá os demais episódios exibidos em maio, é fruto dessa movimentação. “Foi como sair do semiárido em Pernambuco e ir plantar na terra roxa em Ribeirão Preto”, define Fernando Meirelles, sócio da O2 Filmes, produtora por trás do projeto. “Antes da lei, filmes e séries representavam cerca de 30% dos negócios da O2. Neste ano, estimamos que chegue a mais de 40%. Quando a lei foi aprovada, propusemos a todos que trouxessem projetos. Apareceram 54 ideias e, no meio delas, o Pedro Morelli apresentou o Edgar.”
A proposta de Morelli foi a de adaptar para o contexto paulistano os contos macabros clássicos de Edgar Allan Poe, escritor norte-americano mais famoso pelo poema “O Corvo”. “Essa coisa do suspense e do terror não é feita no Brasil. O Poe é o maior mestre desse gênero e alguém cujas tramas se encaixam perfeitamente em São Paulo”, diz Morelli. “A gente mantém a essência da história, mas inventa um monte de coisa.” No caso do primeiro episódio exibido, o conto “Berenice” virou “Berê” e traz Gaby Amarantos no papel de uma cantora brega, deprimida por ter dentes feios. Apesar de ela própria ser uma cantora popular, assim como a personagem, Gaby afirma que as muitas diferenças entre ela e Berê dificultaram na hora de encarnar o papel. “Ela é tímida, tem vergonha do problema dentário, é uma pessoa triste. De qualquer forma, eu amei fazer”, diz.
Todos os capítulos de Contos do Edgar apresentam a narração do protagonista que dá o nome à série, interpretado pelo ator Marcos de Andrade. No caso, Edgar é um paulistano que perdeu o negócio e cuja mulher desapareceu. Passou a morar e trabalhar na empresa do melhor amigo de infância (que é suspeito de estar envolvido com o desaparecimento da esposa), a dedetizadora DDT Nunca Mais. “Uma coisa que tinha muito nos contos de Poe é um cotidiano macabro e imbuído de atmosferas e sensações que não são deste mundo”, argumenta Andrade. “Todo dia acontece algo trágico em São Paulo, e esse é o mérito da adaptação.”
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