<b>SOLTO</b> Depois de dez anos com o Volver, souto se viu livre para lançar um álbum individual. - Rafael Kent/Divulgação

Além do Rock

Bruno Souto, vocalista do Volver, afasta-se do rock e busca se reinventar como compositor

Pedro Antunes Publicado em 11/10/2013, às 17h06 - Atualizado às 17h14

"Você não escolhe o compositor que você é." Assim o pernambucano Bruno Souto explica a razão de as composições do primeiro disco solo dele ainda esbarrarem em versos melancólicos sobre ausências e saudades, tão presentes nas canções dos três álbuns da banda titular dele, Volver. Estado de Nuvem, contudo, difere da estética roqueira típica do grupo e esparrama-se por teclados, sintetizadores e sonoridades retrô mais adocicadas. “Era uma coisa que eu queria: não deixar que o rock fosse protagonista. Queria que estivesse presente, mas como mais um elemento, um coadjuvante”, diz Souto. “Eu diria, genericamente, que é um disco de pop. Fiquei mais feliz em brincar com várias estéticas, ritmos e andamentos. Se fosse um ritmo só, talvez não fosse tão interessante para mim neste estágio de carreira solo.”

A proposta de buscar se expressar em diferentes formatos foi também, para Bruno Souto, um treinamento enquanto letrista. “Mais do que cantor e guitarrista, o que eu sou melhor é compositor”, admite ele. E foi assim que o projeto do disco solo nasceu: sem dinheiro e diante da necessidade de agradar a esposa, ele compôs "Dentro”, uma sincera e carnal declaração de amor. “Tenho sede de beber você a qualquer hora”, canta ele na canção. “Ela falou que foi a música mais bonita que já escrevi”, diz. “Depois disso, fiquei com uma vontade incontrolável de lançá-la.”

Produzido por Regis Damasceno (guitarrista do Cidadão Instigado e de Marcelo Jeneci) e pelo próprio Souto, Estado de Nuvem veio somente depois que o Volver completou dez anos de carreira, comemorados em 2013. Foi como se o músico devesse à banda um caminho consolidado, antes de tentar seguir sozinho – ainda que ambas as carreiras continuem paralelamente, segundo ele. “Queria esse tesão de fazer uma coisa do zero”, explica. “Rolou a sensação

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