Bulldogma, novo trabalho do premiado Wagner Willian, passeia por diversos gêneros
Ramon Vitral
Publicado em 15/06/2016, às 13h01 - Atualizado às 13h11A ilustradora Deisy Mantovani está em crise. Ela foi abandonada pela namorada, acabou de perder o emprego e seu novo apartamento foi alvo de supostas ações alienígenas. Enquanto a protagonista da HQ Bulldogma tenta lidar com todas essas questões e colocar a vida nos eixos, precisa ainda sobreviver a abordagens constantes de figuras escusas, lidar com uma mancha negra crescente no teto de sua sala e levar Lino, seu buldogue francês, para passear na rua.
Segundo colocado na categoria Ilustração na edição de 2015 do Prêmio Jabuti com o livro Lobisomem sem Barba, o artista plástico Wagner Willian passou dois anos produzindo Bulldogma. De acordo com o autor, o álbum em preto e branco, de 320 páginas e recém-lançado pela Editora Veneta, passa por muitos gêneros. “Ele tem ele-mentos de nouvelle vague e ficção científica, mas também há uma dose de suspense psicológico”, descreve o autor.
Assim como não se prendeu a rótulos de gêneros literários, o artista inovou na composição das páginas da obra. Entre um encontro profissional e uma baladida de Deisy um café ganha contornos épicos ser contada enquadram e pouco usuais e fragmentados. “Eu queria envolvimento, algo que tomasse de assalto o tempo do leitor e permitisse desenvolver um certo afeto”, diz Willian. “As histórias em quadrinhos são ideais para isso, principalmente pelo poder de sugestão dos desenhos.”