Atriz que viveu a baladeira Alice volta à TV no papel de uma médica legista
Por Paulo Cavalcanti Publicado em 22/09/2010, às 18h40
O currículo de Andréia Horta ainda não é muito extenso, mas já impressiona. Mineira de Juiz de Fora, atualmente com 27 anos, ela se mudou para São Paulo com 17 anos, onde começou a atuar no teatro. Na televisão, teve pequenos papéis nas novelas Prova de Amor e Alta Estação, da Record, e na série JK, da Rede Globo. Mas ficou conhecida mesmo em 2008, ao interpretar o papel-título da série Alice, exibida pelo canal a cabo HBO. Voltou para a Record, onde ficou um pouco mais de um ano na novela Chamas da Vida. Neste mês, a atriz retorna à Globo, na minisérie A Cura. Selton Mello é o astro principal, vivendo um médico que apela para poderes espirituais. Andréia encarna uma médica legista, bem diferente de Alice. Discreta, com uma beleza bem brasileira, Andréia é pragmática e muito focada em seu trabalho. Não é do tipo de badalar e encara os desafios profissionais com entusiasmo de iniciante.
Leia mais respostas de Andréia Horta, publicadas com exclusividade neste site.
Você ficou conhecida ao estrelar a série Alice. Olhando agora, como você vê esse período de sua vida?
Lembro bem do começo de Alice. Eu fui a última a ser chamada e testada. Quando a produtora de elenco me chamou, achei que não ia rolar mais. Fiz meu teste de madrugada e deu tudo certo. Alice foi um marco para mim, foi um aprendizado. Foram nove meses muito felizes imersos nesse trabalho. Mas Alice não ficou para trás na minha vida. Já vou fazer mais dois telefilmes para a HBO, baseados na série.
Por um certo tempo você ficou identificada com a Alice. O que você tinha em comum com ela?
Havia algumas coincidências. Assim como a Alice, eu deixei o lugar onde morava para ir arriscar coisas novas. Temos em comum a vontade de amar, um imenso tesão pela vida. Fazer as coisas com muita coragem. Viver outro tipo de realidade. Mas parava aí. A Alice era irresponsável, louca, baladeira. Eu não sou e nunca fui nem um pouco desse jeito.
Em Alice, você protagonizou cena de sexo e nudez. Como você encara isso?
Eu não fico nua a troco de nada, por isso não tiraria fotos desse jeito. Mas quando é um trabalho dramático, e ele é benfeito, as cenas de nudez são válidas. Em Alice, fiz tudo na mão dos melhores profissionais, o melhor diretor, o melhor cinematógrafo. Quando existe um contexto, rola. E na verdade essas cenas desinibidas não passam de um balé matemático. Você mexe a cabeça aqui, a perna ali.
Em A Cura, você vai ter um dos papéis de destaque.
A personagem que eu faço é uma médica legista chamada Rosangela. Gravamos parte em Diamantina, em Minas Gerais. Para que tudo tivesse autenticidade, eu tive que fazer um laboratório, frequentar o Instituto Médico Legal, aprender a mexer com instrumentos cirúrgicos e até ter aulas de necropsia. Mas está sendo uma grande experiência, especialmente trabalhar com o Selton Mello.
Como foi frequentar o Instituto Médico Legal?
Barra-pesada. O trabalho do pessoal do IML é bem complicado. Eles têm que lidar de uma forma objetiva com quem já foi para outro plano. Para eles, o corpo não passa de uma carcaça. Foi uma grande experiência também ter que aprender a lidar com esse tipo de situação. Convivi como pessoal que trabalha e vi o que se passa no dia a dia de-es. Mas até por questões éticas não posso dar maiores detalhes do que vi e fiz lá.
Pouca gente sabe que você também lançou um livro.
Comecei a escrever algumas coisas quando morava em São Paulo em 2005. Eu fazia apenas teatro, era uma época em que andava sempre dura [risos]. Eu sempre tive uma identidade poética. Então, reuni todos os meus poemas e surgiu o Humana Flor. Eu vendia por R$7 na Rua Augusta, na região do Espaço Unibanco. Aproveitava que o pessoal já estava meio bêbado lá pelas 3h da manhã e vendia o livrinho. Deu para pagar algumas contas! O livro ganhou uma segunda edição, mais caprichada, uma amiga minha fez os desenhos.
Como você vê a enxurrada de novas atrizes disputando espaço no teatro, no cinema e na televisão?
Existem inúmeros cursos que despejam um monte de garotos e garotas no mercado. É muita gente. Claro, acho que precisa existir espaço para todo mundo. Quem tem vocação fica. Quem escolhe ser ator ou atriz precisa falar a verdade do ser humano. Às vezes acho que tem gente que não leva o ofício muito a sério. Me incomoda um pouco a desvalorização da profissão, o esvaziamento de ideias.
Cinema está nos planos?
Totalmente. Minha formação é teatral, mas eu me apaixonei por todo o tipo de lente. Estou cada vez mais disposta a fazer cinema. É muito legal pensar que quando eu tiver 60 anos vou estar lá, imortalizada em um filme. Em novembro vou estrear com muita gente da comédia em Muita Calma Nessa Hora. No filme também estão Lúcio Mauro Filho, Hermes e Renato, Marcelo Tas e outros.
Você não gosta de badalar, de estar na "cena"
Ah, eu sou basicamente uma reclusa. Moro sozinha, prefiro ler, ver filmes, ficar em casa e receber amigos. Mas saio de vez em quando para dançar. Aí, eu me acabo. Gosto principalmente de música brasileira. Estou morando no Rio de Janeiro, mas em breve retorno par a São Paulo. Tenho ainda muitos amigos na capital paulista. Isso não vai atrapalhar em nada meu trabalho na Globo.
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