Produtivo, o ex-Mutante lança livro e prepara novo disco sem abandonar seu lado psicodélico
Marcus Preto Publicado em 09/06/2008, às 13h46
Definitivamente fora dos Mutantes, a lenda viva do rock brasileiro não pára de trabalhar. Está compondo um disco novo, em que toca todos os instrumentos, e acaba de lançar Rebelde entre os Rebeldes, ficção semi-autobiográfica escrita em 1980. Sua vida rende ainda o documentário Loki?, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, que deve estrear nos cinemas no segundo semestre. Sua próxima vontade secreta, admite, é "fazer a música telepática".
É chato ser uma lenda?
Isso me deixa besta. Há uns dois dias, fiz o lançamento do meu livro no Rio de Janeiro. E estava lá uma menina que tinha tatua-do no braço os Mutantes na época da Shell [1968]. Falei pra ela: "Eu não mereço isso!". Tem coisas que acontecem que a gente nem imagina. Eu gosto.
Rebelde entre os Rebeldes mostra um conhecimento considerável de física e outras ciências. Você estudou esses assuntos?
Esses dados de física me interessam na medida em que a música alcança o campo da matemática. Com isso eu me identifico. O livro tem a ver com os vários lugares onde morei enquanto estava escrevendo. Revelaram-se coisas da minha personalidade que eu nunca esperava. Isso aparece naqueles personagens imaginários. Cada um é uma parte das pessoas com quem convivo e de mim mesmo. Faço uma espécie de condensação do que tem a ver comigo e uso uma pessoa só.
Você chegou a participar de sessões de telepatia, conversas com seres de outras dimensões, viagens no tempo e outras situações narradas no livro?
A única coisa que vi na minha frente foi um disco voador ultrapassar a velocidade da luz. Quando tinha 16 anos, minha mãe me contou que já tinha visto essas coisas, e eu nunca consegui acreditar. Já fiz muitas sessões espíritas, mas nunca tive nenhum dado prático. Então, fiquei por aí, nessa vontade até de fazer a música telepática. Fico imaginando em que ponto de evolução deve estar a física das entidades extraterrenas, que certamente deixam a gente pra trás. Se a gente pudesse partilhar disso seria mais importante do que apostar alguma coisa ou entrar em guerra.
Você lê esta matéria na íntegra na edição 21 da Rolling Stone Brasil, junho/2008
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