Com as falhas das mídias digitais, a indústria fonográfica passa por uma grande crise de armazenamento
Por David Browne Publicado em 10/01/2011, às 14h30
No ano passado, o selo Beggars Banquet desenterrou as gravações master multitrilhas do álbum clássico do Cult, Love, de 1985, para uma edição de luxo. O LP era uma gravação digital antiga, e, para o espanto da gravadora, uma das masters estava inexecutável; a outra continha apenas 80% do álbum. "Este é o problema com os arquivos digitais", diz Steve Webbon, arquivista-chefe do Beggars Group. "Quando se vai, vira um negócio em branco. Não sobra nada."
Bem-vindo ao pesadelo digital. Até os anos 80, a música era gravada em fitas analógicas, que eram armazenadas em cofres e facilmente reutilizadas. Na era digital o processo mudou irrevogavelmente. Um novo relatório divulgado pela Biblioteca do Congresso norte-americana chama os formatos digitais de "meios de preservação ineretemente não seguros", e lançou o alerta sobre como as coleções de músicas estão sendo armazenadas. "Há um paradoxo", diz Sam Brylawski, ex-arquivista da Biblioteca do Congresso. "Podemos gravar facilmente com os gravadores digitais. Mas ao mesmo tempo o material corre um risco muito maior do que antes." O produtor T Bone Burnett, que deu seu depoimento em uma audiência sobre o assunto, não poderia estar mais de acordo: "A mídia digital é um meio de armazenamento fraco".
Você lê esta matéria na íntegra na edição 52, janeiro/2011
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